Cerca de 114 mil pessoas foram expulsas do espaço da União Europeia no ano passado, segundo revela um relatório da Direcção Geral de Migração e Assuntos Internos da Comissão Europeia.
Num documento entregue à Comissão de Liberdades do Parlamento Europeu, a Direcção Geral de Migração e Assuntos Internos revela que, em 2016, a União Europeia gastou 806 milhões de euros em actividades relacionadas com a deportação de migrantes, financiamento de centros de migrantes em países terceiros e em campanhas locais para desencorajar a vinda de emigrantes para o espaço europeu.
O documento refere a expulsão de 113 835 pessoas no ano transacto para 15 países com os quais a UE firmou acordos de colaboração.
De acordo com a edição de dia 12 do jornal digital espanhol Publico.es, o número divulgado não inclui os refugiados sírios, iemenitas ou iraquianos que foram entregues à Turquia, no âmbito do acordo firmado com este país em Março de 2016, nem os migrantes que a Espanha devolveu a Marrocos e a países subsaarianos.
Em todo o caso, o número de migrantes deportados ultrapassou largamente o contingente chegado por mar ao longo do presente ano (cerca de 103 mil pessoas).
Em declarações ao referido órgão de informação, a deputada da Esquerda Unida no Parlamento Europeu, Marina Albiol, realçou que «o único objectivo da “Europa fortaleza” é deportar o máximo de pessoas, violando o direito internacional e submetendo a chantagem económica países terceiros, os quais ameaça com a retirada das ajudas da cooperação se não aceitarem de volta os migrantes».
O relatório, assinado pelo director-geral, Matthias Ruete, admite que a UE financia «centros de migrantes» e «campanhas de informação» no Paquistão, no âmbito de um acordo com aquele país que inclui a colaboração com a «Europol e a Guarda Costeira».