Aprovadas propostas do PCP de reforço dos Laboratórios do Estado

O Par­la­mento aprovou re­cen­te­mente uma re­co­men­dação ao Go­verno para que re­force os La­bo­ra­tó­rios do Es­tado na de­pen­dência dos mi­nis­té­rios da Agri­cul­tura e do Mar.

Os la­bo­ra­tó­rios foram su­jeitos nos úl­timos anos a um pro­cesso de erosão

LUSA

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Pro­posta pelo PCP, esta ini­ci­a­tiva le­gis­la­tiva contou ainda com os votos fa­vo­rá­veis do PEV, BE e PAN, op­tando PS e PSD pela abs­tenção. Contra votou o CDS-PP.

Ao Exe­cu­tivo é acon­se­lhado que pro­ceda ao re­forço da ca­pa­ci­dade do Ins­ti­tuto Na­ci­onal de In­ves­ti­gação Agrária e Ve­te­ri­nária (INIAV) e do Ins­ti­tuto Por­tu­guês do Mar e da At­mos­fera (IPMA) por forma a que, no quadro da ma­nu­tenção e de­sen­vol­vi­mento da sua ac­ti­vi­dade, estes or­ga­nismos possam as­se­gurar ade­quado «apoio às ac­ti­vi­dades pro­du­tivas», con­tri­buir para a «sal­va­guarda da saúde pú­blica», a «pro­dução de co­nhe­ci­mento», a «pro­tecção dos re­cursos bi­o­ló­gicos e ge­né­ticos à sua guarda».

Na re­so­lução é pro­posto ainda ao Go­verno que re­a­valie os en­cer­ra­mentos de es­ta­ções/​cen­tros de tec­no­logia e la­bo­ra­tó­rios de­ci­didos pelo seu an­te­cessor, tendo em vista a «con­so­li­dação de uma rede na­ci­onal de es­tru­turas pú­blicas de in­ves­ti­gação e apoio ao de­sen­vol­vi­mento».

A re­a­li­zação de uma con­fe­rência na­ci­onal onde par­ti­cipem os ac­tuais in­ves­ti­ga­dores e pes­soal téc­nico da rede de la­bo­ra­tó­rios, as­so­ci­a­ções agrí­colas, e nú­cleos agrá­rios das uni­ver­si­dades cons­titui outra me­dida su­ge­rida ao Go­verno, com ela pre­ten­dendo a AR que venha a obter-se uma «re­flexão que ajude a es­ta­be­lecer uma ade­quada rede de la­bo­ra­tó­rios e es­ta­ções agro­nó­micas, de apoio téc­nico e de trans­fe­rência de tec­no­logia».

Nada disto dis­pensa, en­tre­tanto, como sa­li­entou no de­bate o de­pu­tado co­mu­nista João Ramos, o re­forço de meios hu­manos e ma­te­riais dos mi­nis­té­rios da Agri­cul­tura e do Mar, com o ob­jec­tivo de «criar ser­viços de apoio, acom­pa­nha­mento e acon­se­lha­mento agrí­cola que de­sa­pa­re­ceram com o fim da ex­tensão rural».

Re­co­men­da­ções nesse exacto sen­tido pre­co­ni­zadas num outro pro­jecto de re­so­lução também da au­toria da ban­cada co­mu­nista foram parte delas igual­mente apro­vadas, sendo ou­tras in­vi­a­bi­li­zadas pela con­ju­gação do voto contra de PSD e CDS com a abs­tenção do PS.

Des­truição avas­sa­la­dora

As me­didas de­fen­didas pelo PCP as­sumem uma par­ti­cular re­le­vância face ao grau de des­truição que a rede de in­ves­ti­gação na­ci­onal so­freu por acção do an­te­rior go­verno PSD/​CDS. «Podem até con­si­derar que é ur­gente de­finir es­tra­té­gias na­ci­o­nais para a in­ves­ti­gação e ino­vação ou re­ac­ti­vação da ex­pe­ri­men­tação agrária. O que pro­põem agora na opo­sição não o fi­zeram quando es­tavam no go­verno. Abriram portas e deram passos em sen­tido con­trário», cri­ticou João Ramos, apon­tando o dedo ao PSD e à ten­ta­tiva por este en­saiada no de­bate de bran­quear as suas res­pon­sa­bi­li­dades.

Esse rasto de des­truição deixou fe­ridas pro­fundas e o par­la­mentar co­mu­nista tratou de as as­si­nalar lem­brando que a si­tu­ação ac­tual dos la­bo­ra­tório do Es­tado e da in­ves­ti­gação é da res­pon­sa­bi­li­dade de su­ces­sivos go­vernos, em par­ti­cular do an­te­rior, que en­cerrou os la­bo­ra­tó­rios de Mi­ran­dela, Al­cains (Cas­telo Branco) e Guarda, man­teve em es­tado de «quase aban­dono» a Es­tação Na­ci­onal de Fru­ti­cul­tura Vi­eira da Na­ti­vi­dade em Al­co­baça ou a Es­tação Zo­o­téc­nica Na­ci­onal em San­tarém, além de re­tirar re­cursos ao Banco de Ger­mo­plasma em Braga.

Ci­tando aca­dé­micos e in­ves­ti­ga­dores que se pro­nun­ci­aram sobre este pro­cesso de de­gra­dação e de­clínio, João Ramos afirmou que du­rante os úl­timos anos tem-se as­sis­tido a «la­bo­ra­tó­rios que fe­cham, ter­mi­nando uma pro­fícua ac­ti­vi­dade de dé­cadas», «co­lec­ções de ma­te­rial bi­o­ló­gico, únicas em Por­tugal e em todo o Mundo, que se perdem». «vas­tís­simos in­ves­ti­mentos pa­tri­mo­niais, de di­ver­si­fi­cado âm­bito, como sejam la­bo­ra­tó­rios, es­tru­turas fun­diá­rias, edi­fí­cios, bi­bli­o­tecas ou ou­tros que estão em risco de perda total».




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