Lembrar Hiroxima e Nagasáqui fazendo com que não se repita

PAZ Evo­cando, ontem, os bom­bar­de­a­mentos de Hi­ro­xima e Na­ga­sáqui, o PCP re­alça que a guerra não é ine­vi­tável e confia que a luta dos povos pela paz im­porá o de­sar­ma­mento e a abo­lição das armas nu­cle­ares.

O PCP de­fende a des­nu­cle­a­ri­zação e a não pro­li­fe­ração

LUSA

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Numa con­fe­rência de im­prensa re­a­li­zada ao final da manhã, na qual par­ti­cipou o membro da Co­missão Po­lí­tica Ângelo Alves, o PCP as­si­nalou o 72.º ani­ver­sário dos bom­bar­de­a­mentos nu­cle­ares norte-ame­ri­canos sobre as duas ci­dades ja­po­nesas, que pro­vo­caram a «morte e os mais hor­rí­veis so­fri­mentos a cen­tenas de mi­lhares de seres hu­manos». Este «crime mons­truoso» não de­verá cair no es­que­ci­mento, acres­centou.

Para o PCP, a me­mória de tão grandes crimes, aliada à ac­tual si­tu­ação in­ter­na­ci­onal, con­voca as forças da paz e do pro­gresso so­cial a «de­nun­ciar todas e quais­quer ten­ta­tivas de re­es­crita da His­tória e de jus­ti­fi­cação de tão ig­nóbil acto» e a in­ten­si­ficar os alertas e a luta para que se­me­lhante crime não se re­pita. Ao as­si­nalar tão «trá­gica efe­mé­ride», o Par­tido pre­tende so­bre­tudo alertar para a im­por­tância da luta pela paz e a co­o­pe­ração, que, ao con­creto, é contra o mi­li­ta­rismo e a guerra, pelo de­sar­ma­mento (desde logo o nu­clear), pelo cum­pri­mento da Carta das Na­ções Unidas e do Di­reito In­ter­na­ci­onal e pelo res­peito dos di­reitos dos povos à au­to­de­ter­mi­nação e à so­be­rania.

Mais de sete dé­cadas pas­sadas sobre os fa­tí­dicos dias 6 e 9 de Agosto de 1945, su­blinha o PCP, «o pe­rigo de ho­lo­causto nu­clear, não só não está afas­tado, como cresceu pe­ri­go­sa­mente após o de­sa­pa­re­ci­mento da União So­vié­tica»: a in­ten­si­fi­cação da agres­si­vi­dade e in­ge­rência da NATO e suas po­tên­cias, o au­mento da cor­rida aos ar­ma­mentos e o aper­fei­ço­a­mento dos ar­se­nais nu­cle­ares; o cerco à China e à Rússia; a adopção, pelos EUA, de dou­trinas mi­li­tares que ad­vogam a uti­li­zação «pre­ven­tiva» das armas nu­cle­ares»; e a pro­li­fe­ração de guerras e agres­sões do im­pe­ri­a­lismo são re­a­li­dades quo­ti­di­anas e em per­ma­nente agra­va­mento. Como su­bli­nhou Ângelo Alves, seria ir­res­pon­sável ig­norá-las pois ame­açam «povos in­teiros e a pró­pria Hu­ma­ni­dade».

Prá­ticas e prin­cí­pios

Lutar para im­pedir que se re­pita o ho­lo­causto de Hi­ro­xima e Na­ga­sáqui passa, para o di­ri­gente do PCP, pela luta contra as in­ge­rên­cias e agres­sões do im­pe­ri­a­lismo, pelo fim do blo­queio norte-ame­ri­cano contra Cuba e de «ma­no­bras e cam­pa­nhas de de­ses­ta­bi­li­zação, ou, na lin­guagem já co­nhe­cida de ou­tros mo­mentos da his­tória re­cente, de ope­ra­ções de «mu­dança de re­gime», como su­cede ac­tu­al­mente na Ve­ne­zuela. Passa, também, pela «so­lução pa­cí­fica de con­flitos, pelo diá­logo in­ter­na­ci­onal res­pei­tador da igual­dade e so­be­rania dos es­tados e dos di­reitos dos povos», pelo fim das san­ções a países como o Irão ou a Re­pú­blica Po­pular De­mo­crá­tica da Co­reia.

Após re­a­firmar a po­sição de fundo do PCP de «de­fesa da des­nu­cle­a­ri­zação e não pro­li­fe­ração de armas de des­truição mas­siva», Ângelo Alves cri­ticou a sub­missão do Go­verno por­tu­guês à NATO e à UE, con­fron­tando-a com os va­lores con­sa­grados no ar­tigo 7.º da Cons­ti­tuição da Re­pú­blica Por­tu­guesa: a abo­lição do im­pe­ri­a­lismo, o de­sar­ma­mento e a dis­so­lução dos blocos po­lí­tico-mi­li­tares.

Face a isto, acres­centou, é obri­gação do Es­tado e do Go­verno por­tu­guês «romper com a po­lí­tica de sub­missão ao im­pe­ri­a­lismo que com­pro­mete a so­be­rania na­ci­onal». A de­fesa dos in­te­resses do País exige uma po­lí­tica ex­terna de «brio pa­trió­tico e in­de­pen­dência na­ci­onal», ba­seada na igual­dade, res­peito mútuo e não in­ge­rência nos as­suntos in­ternos, que pugne pelo fim da cor­rida aos ar­ma­mentos, pelo de­sar­ma­mento e pela paz, ami­zade e co­o­pe­ração entre os povos.




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