UMA FESTA PARA TODOS

«Fazer a Festa, re­forçar o PCP, di­na­mizar a luta»

No sá­bado pas­sado, Je­ró­nimo de Sousa, no es­paço da Festa, deixou uma sau­dação aos cons­tru­tores, va­lo­ri­zando o seu es­forço mi­li­tante e lem­brando que, en­quanto a Festa es­tava a ser or­ga­ni­zada, pro­jec­tada e cons­truída, por esse País fora ela­bo­rava-se e apre­sen­tava-se mi­lhares de listas da CDU para as elei­ções au­tár­quicas de 1 de Ou­tubro, sendo agora ne­ces­sário con­cen­trar as aten­ções, no tempo que ainda resta até ao seu início, na di­vul­gação, venda da EP e cons­trução. E, se a apre­sen­tação de can­di­da­turas da CDU em si mesma foi um êxito, é ne­ces­sário ga­rantir que a Festa vai voltar a ser um acon­te­ci­mento po­lí­tico-cul­tural ini­gua­lável, uma grande afir­mação de con­fi­ança no fu­turo.

De facto, a Festa do Avante! é di­fe­rente porque di­fe­rente é o Par­tido que há 41 anos a pro­move e re­a­liza. Um Par­tido que vive e que luta pelo ideal e o pro­jecto co­mu­nista cuja con­cre­ti­zação há cem anos a Re­vo­lução de Ou­tubro inau­gurou.

A Festa do Avante! é uma festa sin­gular porque é di­vul­gada, cons­truída e fun­ciona pelas mãos mi­li­tantes de mi­lhares de  ca­ma­radas e amigos e re­sulta de um enorme es­forço de cri­a­ti­vi­dade de mi­li­tantes co­mu­nistas e amigos do PCP, da JCP e da Festa.

Por isso, a Festa do Avante! não é uma ren­trée como a que nos res­tantes par­tidos pro­cura iludir a au­sência de tra­balho mi­li­tante. É, isso sim, o cul­minar de um ano de uma in­tensa in­ter­venção e, si­mul­ta­ne­a­mente, é ponto de par­tida para um novo pe­ríodo com novas ta­refas e ba­ta­lhas pela frente.

A Festa do Avante! deste ano é também a Festa dos que, no quadro da CDU – Co­li­gação De­mo­crá­tica Uni­tária, PCP-PEV,  pre­param com par­ti­ci­pação em­pe­nhada as elei­ções au­tár­quicas de 1 de Ou­tubro.

De facto, a Festa e, em par­ti­cular, o co­mício de do­mingo, cons­titui o grande ar­ranque para a fase final da ba­talha elei­toral que se avi­zinha. Nela te­remos a opor­tu­ni­dade de fazer chegar a nossa voz, que na mai­oria das vezes os grandes ór­gãos da co­mu­ni­cação so­cial do­mi­nante si­len­ciam, a muitos mi­lhares de ho­mens, mu­lheres e jo­vens que não sendo co­mu­nistas ali querem estar con­nosco, porque con­si­deram a Festa do Avante! também sua.

São muitas as ta­refas que no fu­turo ime­diato se co­locam ao PCP: não dar tré­guas à po­lí­tica de di­reita; não de­sistir de lutar pela igual­dade e a jus­tiça so­cial; levar mais longe a po­lí­tica de de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos e ren­di­mentos que se tra­duziu re­cen­te­mente, com a sua de­ter­mi­nante in­ter­venção, em novos ga­nhos no­me­a­da­mente na va­lo­ri­zação da re­forma dos tra­ba­lha­dores com longas car­reiras con­tri­bu­tivas, mesmo que ainda aquém do que é justo e o PCP propõe e con­tinua a de­fender e o re­ce­bi­mento pelos be­ne­fi­ciá­rios do abono de fa­mília da se­gunda parte do au­mento deste apoio so­cial com es­pe­cial sig­ni­fi­cado nas cri­anças até aos três anos de idade.

Ao mesmo tempo, o PCP in­tervém de forma co­e­rente pela con­cre­ti­zação de uma al­ter­na­tiva, a po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda, sem a qual não é pos­sível re­solver os pro­blemas mais pro­fundos do País.

N outro plano, en­quanto PSD e CDS se fi­xaram na ins­tru­men­ta­li­zação dos in­cên­dios para tentar es­conder as suas res­pon­sa­bi­li­dades nos pro­blemas de fundo que os po­ten­ciam, o PS e o Go­verno pro­curam ca­pi­ta­lizar em seu pro­veito os in­di­ca­dores eco­nó­micos po­si­tivos no­me­a­da­mente os dados da exe­cução or­ça­mental vindos a pú­blico re­fe­rentes aos pri­meiros sete meses do ano.

Ora, sendo em­bora po­si­tivos estes dados, o certo é que esta exe­cução or­ça­mental foi ob­tida à custa da con­ti­nu­ação de ní­veis muito baixos do in­ves­ti­mento pú­blico que, apesar de terem cres­cido li­gei­ra­mente, estão muito longe dos ní­veis de que ne­ces­si­tamos para ga­rantir o de­sen­vol­vi­mento so­be­rano do País sa­cri­fi­cando in­clu­si­va­mente a ne­ces­si­dade de dar res­posta a pro­blemas nas áreas da edu­cação, da saúde, na Jus­tiça, na Se­gu­rança So­cial e na qua­li­dade mí­nima dos ser­viços pú­blicos em geral ao mesmo tempo que a des­pesa com os juros da dí­vida pú­blica não param de crescer.

Os pro­blemas la­bo­rais estão aí. Se no quadro da ac­tual re­lação de forças com a luta se avança na de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos, pros­se­guem e até se in­ten­si­ficam li­nhas de ofen­siva contra os in­te­resses dos tra­ba­lha­dores, no­me­a­da­mente com ataque aos postos de tra­balho, chan­tagem e re­pressão como se ve­ri­fica na PT e com um ataque par­ti­cular aos ho­rá­rios de tra­balho no sen­tido da sua des­re­gu­lação, dos ho­rá­rios con­cen­trados, da eli­mi­nação do fim-de-se­mana com a im­po­sição do tra­balho ao sá­bado, que afecta pro­fun­da­mente a vida dos tra­ba­lha­dores e que me­rece a sua re­sis­tência com lutas em curso como a dos tra­ba­lha­dores da Au­to­eu­ropa.

O PCP con­denou a ini­ci­a­tiva anti-co­mu­nista da UE na Es­tónia que pro­move e se iden­ti­fica  com as mais re­ac­ci­o­ná­rias con­cep­ções e fal­si­fi­ca­ções da his­tória con­tem­po­rânea equi­pa­rando no­me­a­da­mente, de forma in­sul­tuosa,  fas­cismo e co­mu­nismo.

Como de­mons­tramos nas co­me­mo­ra­ções do cen­te­nário da Re­vo­lução de Ou­tubro, co­mu­nismo e fas­cismo são por na­tu­reza sis­temas an­ta­gó­nicos. En­quanto o pri­meiro é um re­gime para servir os tra­ba­lha­dores e o povo, ou seja, a imensa mai­oria, o outro é a di­ta­dura ter­ro­rista dos mo­no­pó­lios ao ser­viço de uma mi­noria para ex­plorar e oprimir os tra­ba­lha­dores, o povo e o País.