- Nº 2284 (2017/09/7)
Auditório 1.º de Maio

Boa música e muita gente

Festa do Avante!

Os Clã abriram o último dia da 41.ª Festa do Avante! com casa cheia no palco do Auditório 1.º de Maio. O público dançou e cantou, ao som do «Disco Voador», na inconfundível voz de Manuela Azevedo acompanhada por Hélder Gonçalves, Miguel Ferreira, Pedro Biscaia, Pedro Rito e Fernando Gonçalves. O concerto, dinâmico e bem-disposto além das canções é guiado por pequenas histórias de animais, sonhos e amigos, com uma grande dose de alegria.

Depois da animação do primeiro concerto, o auditório recebeu Pedro Joia Trio, composto por Pedro Joia (guitarra clássica), João Frade (acordeão) e Norton Daiello (baixo elétrico). O público que ouvia atentamente oferecia fortes aplausos no fim de cada actuação. O trio fechou com música do conhecido compositor e guitarrista Paco de Lucía.

Às 17 horas foi a vez de subir ao palco o «Trio Azul» de Carlos Bica, no contrabaixo, Frank Möbus, na guitarra e Jim Black, na bateria. Um concerto com gosto especial pois celebraram 20 anos de existência, que começaram na Festa do Avante! 1997. Mesmo perante o calor abrasador da tarde de domingo, o público não arredou pé para ouvir a música que com raízes do jazz passa por folk, blues, lírica e até rock.

Após o Comício de encerramento da Festa, a programação do Auditório 1.º de Maio foi inteiramente dedicada ao Fado. Coube a Hélder Moutinho fazer as honras e apresentar o seu disco «Manual do Coração». Uma das vozes fortes do novo fado, cantou músicas de autores como João Gil, Mário Laginha, Carlos Barreto, Vitorino e muitos outros.

Tânia Oleiro foi a fadista que se seguiu com «Terços de Fado». Com um repertório e conceito singular, Tânia Oleiro, carregou na emoção e genuinidade que deu ao concerto, mostrando-se muito feliz por estar pela primeira vez a apresentar o seu disco na Festa!

Poucos minutos passavam das 21h30 quando o público começou a chamar por Gisela João. Para fechar o Auditório 1.º de Maio da Festa do Avante! 2017, a fadista subiu ao palco com o seu segundo disco «Nua» em que dá voz a poetas da actualidade.

O espaço da tenda foi pequeno para receber todos os que a quiseram ouvir, fazendo com que toda a zona envolvente se tornasse num mar de gente. A fadista, que começou com a música «Labirinto ou Não foi Nada», fez um concerto que quem assistiu apelidou de «extraordinário! maravilhoso!»

O público manteve-se até ao fim em silêncio e muitas vezes com lágrimas nos olhos, escutando atentamente a voz doce e poderosa da fadista, uma romântica inveterada, como a própria afirmou.

O Auditório 1.º Maio, com nova localização na Quinta do Cabo, encerrou com milhares de pessoas e com a certeza de que para o ano haverá muito mais para ver e ouvir.


Diana Garcia