Um CineAvante! mais acolhedor teve três sessões sobrelotadas: Eu, Daniel Blake (2016), Treblinka (2016), e São Jorge (2016). Os programas de animação estiveram cheios, principalmente por famílias. As outras sessões tiveram um número razoável de espectadores. Ao interesse dos visitantes juntou-se o reconhecimento dos artistas.
João Pedro Plácido, realizador de Volta à Terra (2014), considerou que «há valores que fazem parte da vida das pessoas que entram em dialéctica com o que está fora da sala. É um encontro feliz.» Acrescentou que as pessoas que retrata «têm o mesmo espírito de partilha e de camaradagem, o mesmo sentido de comunidade dos ideais que o PCP defende.» O cinema que faz é «um trabalho de perseverança» para o qual «é preciso ter um espírito militante».
Catarina Almeida, produtora de Treblinka, chamou a esta obra extraordinária «um filme-reflexão». Para que não se repita a monstruosidade do extermínio nazi, «é preciso que esta violência não caia no esquecimento».
Para Guilherme Santa Rita, que dirigiu Estilhaços (2016), foi uma «honra apresentar o filme» porque esta «é a festa mais multicultural» que conhece.
Luísa Neves Soares, autora de Trama (2014), disse que o CineAvante! abre «o campo da cultura, no interior das várias linguagens que co-existem na Festa».
José Pedro Lopes, realizador de A Floresta das Almas Perdidas (2017), salientou que há «público de todas as ideias, gente muito diferente». Para ele, «a Festa é um evento popular, não exclusivista, e tem uma componente política no sentido educacional».
Fernando Galrito, director da Monstra, destacou a «diversidade técnica, mas também temática» dos filmes de animação, permitindo um «contacto com outras culturas, com semelhanças e diferenças». A sessão de homenagem ao cinema soviético-russo enquadrou-se nas celebrações dos 100 anos da Revolução de Outubro e procurou mostrar obras dos seus «cineastas com maior reconhecimento internacional».
Finalmente, o debate sobre o cinema em Portugal centrou-se nos apoios públicos à produção cinematográfica. Nele participaram a deputada do PCP Ana Mesquita e o realizador José Filipe Costa. Foi um espaço de discussão sobre o papel do Estado na garantia do acesso à criação cultural e as funções do ICA como instituição pública na gestão da atribuição dos apoios.