1708 – Igreja de S. Francisco, em Salvador

A Igreja de S. Fran­cisco, em Sal­vador da Baía, é con­si­de­rada a mais rica do Brasil e um dos mais belos exem­plos do Bar­roco por­tu­guês em todo o mundo. In­te­grada num com­plexo que in­clui o Con­vento da Ordem Ter­ceira de São Fran­cisco, a igreja ficou pronta em 1723, en­quanto a cons­trução do con­vento ter­minou em 1752. A exu­be­rante de­co­ração in­te­rior da igreja, que é o seu mo­tivo de atracção, só foi con­cluída em 1782. Quase todas as su­per­fí­cies do in­te­rior – pa­redes, tecto, co­lunas, ca­pelas – estão co­bertas de talha dou­rada os­ten­tado ima­gens po­li­cro­madas de in­trin­cados de­se­nhos, so­bres­saindo o tra­balho em ma­deira de ja­ca­randá, uma ma­deira de lei muito apre­ciada pela sua cor ro­sada e longa du­ra­bi­li­dade. Na sa­cristia, na en­trada e no altar estão os igual­mente cé­le­bres azu­lejos re­tra­tando cenas alu­sivas à vida de São Fran­cisco de Assis, co­mum­mente atri­buídos a Bar­to­lomeu An­tunes e Jesus, mestre la­dri­lhador, mas que es­tudos re­centes de do­cu­mentos guar­dados na Torre do Tombo apontam po­derem ser na ver­dade da au­toria do mestre pintor Va­lentim de Al­meida. A planta da igreja também é in­vulgar, apre­sen­tando três naves e não uma, como era uso das cons­tru­ções re­li­gi­osas fran­cis­canas. A fa­chada dá para um grande largo onde foi co­lo­cado um cru­zeiro.