A educação é um valor

Margarida Botelho

Um relatório do Conselho Nacional de Educação recentemente divulgado deu conta da descida da população escolar entre 2012/2013 e 2015/16.

Segundo os dados agora revelados através deste Relatório o ensino público perdeu neste período 126 mil quinhentos e noventa e seis alunos e diminuiu a proporção de crianças de quatro e cinco anos de idade inscritas na educação pré-escolar por comparação ao número total da população com a mesma idade.

Ora sabendo-se que este foi o tenebroso período de aplicação do Pacto de Agressão da troika pelo governo PSD/CDS, com a tendencial generalização dos exames a todos os ciclos e modalidades de educação e de ensino (provavelmente estariam a pensar estendê-los até à educação pré-escolar), com a emigração forçada de centenas de milhares de portugueses, com a subida exponencial do desemprego, da precariedade e da pobreza, perceberemos melhor os dados agora revelados pelo CNE e que tornam ainda mais evidentes as trágicas consequências de tal política para a Escola Pública, para a profissão docente e dos outros trabalhadores da educação e para o direito à educação do povo português.

Percebe-se também melhor a importância dos passos e avanços conseguidos, também no domínio da educação, no quadro da situação política actual com a determinante intervenção do PCP: diminuição do número de alunos por turma, alargamento das medidas de apoio aos alunos com necessidades educativas especiais, fim dos exames até ao nono ano de escolaridade, gratuitidade dos manuais escolares nos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, aumento da rede de estabelecimentos de educação pré-escolar, bonificação do abono de família, entre muitas outras.

Perante isto, percebe-se a fúria do PSD e do CDS por cada avanço que se dá e o esforço frenético do grande capital para silenciar o relevante papel do PCP nos avanços conseguidos. E, claro, para esconder dos portugueses o grau de convergência entre PSD, CDS e PS em todas as matérias estruturantes que afrontem o capital monopolista e as estruturas da UE ou impliquem rupturas e mudanças mais profundas.

 



Mais artigos de: Opinião

Se pudessem apagá-lo!...

Após do desfecho do Orçamento do Estado para 2018 na Assembleia da República cujos avanços só foram possíveis pela luta dos trabalhadores e do povo e pela determinante intervenção do PCP, acentua-se agora, por parte dos principais órgãos da...

Sobram bancos e faltam Correios públicos

Importa ter presente o ponto de partida: os CTT eram uma empresa pública que assegurava um excelente serviço postal público e universal à população, com padrões de qualidade que a (nos) colocavam no topo mundial e ainda assegurava um superavit anual que entregava ao...

«O futuro da Europa»

As agendas das instituições da União Europeia e da Zona Euro que hoje e amanhã se reúnem em Bruxelas sintetizam de forma elucidativa quais as linhas daquilo a que os defensores da União Europeia chamam «o futuro da Europa».

A loucura

O historiador Manuel Loff, no Público, apresentou Donald Trump como «um empresário com a ética de um predador sexual». Certeiro, na realidade individual de Trump – um empresário sem quaisquer escrúpulos – e na estrutura política da criatura – um...

Amílcar Cabral

Lembrar Amílcar Cabral, honrando a memória de um exemplar combatente da poderosa vaga revolucionária que varreu o colonialismo, é chamar a atenção para a saga dos povos africanos e dar mais força à sua luta para sacudir o jugo neocolonial, resistir à ofensiva...