De Portugal para a Palestina com a certeza da vitória

SO­LI­DA­RI­E­DADE Nos dias 20 e 21, em Lisboa e no Porto, duas vi­brantes ac­ções deram corpo à so­li­da­ri­e­dade com a Pa­les­tina face à pro­vo­cação dos EUA de re­co­nhe­cerem Je­ru­salém como ca­pital de Is­rael.

É ur­gente a cri­ação do Es­tado da Pa­les­tina

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«Dar voz à so­li­da­ri­e­dade com a Pa­les­tina» foi o mote para as duas ac­ções: a sessão pú­blica na Casa do Alen­tejo, em Lisboa, na quarta-feira; e a ini­ci­a­tiva de rua no centro do Porto, no dia se­guinte. Ambas foram pro­mo­vidas pelo CPPC, CGTP-IN e MDM (e, a de Lisboa, também pelo MPPM).

A pri­meira teve casa cheia, com os par­ti­ci­pantes a re­agir com en­tu­si­asmo às in­ter­ven­ções pro­fe­ridas pelos re­pre­sen­tantes das or­ga­ni­za­ções pro­mo­toras e, al­guns, a dei­xarem eles pró­prios o seu tes­te­munho acerca não apenas do as­sunto em de­bate como dos ca­mi­nhos a tri­lhar para levar mais longe e tornar mais eficaz a so­li­da­ri­e­dade com o povo pa­les­ti­niano. Das or­ga­ni­za­ções veio a de­núncia da ocu­pação si­o­nista e seus crimes e da cum­pli­ci­dade de sempre dos EUA, a va­lo­ri­zação da re­sis­tência do povo da Pa­les­tina e da sua co­ra­josa e tenaz luta pelos seus di­reitos na­ci­o­nais e a exi­gência das au­to­ri­dades por­tu­guesas para que te­nham uma voz firme e so­be­rana em prol do di­reito in­ter­na­ci­onal e da Cons­ti­tuição da Re­pú­blica Por­tu­guesa, que neste caso em par­ti­cular sig­ni­fica pugnar pela cri­ação de um Es­tado da Pa­les­tina in­de­pen­dente, so­be­rano e viável nas fron­teiras an­te­ri­ores a Junho de 1967, com ca­pital em Je­ru­salém Ori­ental.

Par­ti­cu­lar­mente to­cantes foram os re­latos do dia-a-dia na Pa­les­tina, das pri­sões de cri­anças e jo­vens aos as­sas­si­natos, do ver­da­deiro cal­vário quo­ti­diano que é, para mi­lhares de pa­les­ti­ni­anos, uma sim­ples ida à es­cola ou ao tra­balho, da total ar­bi­tra­ri­e­dade e im­pu­ni­dade de que gozam os mi­li­tares is­ra­e­litas nos ter­ri­tó­rios ocu­pados. Foi ainda de­nun­ciada a ofen­siva ide­o­ló­gica pró-si­o­nista, pre­sente na ge­ne­ra­li­dade dos no­ti­ciá­rios e jor­nais, que pro­cura apre­sentar a ocu­pação is­ra­e­lita da Pa­les­tina como um «con­flito» entre is­ra­e­litas e pa­les­ti­ni­anos e Je­ru­salém como uma ci­dade «dis­pu­tada» por uns e ou­tros.

Pa­les­tina ven­cerá!
No Porto, a acção de rua de­correu ao final da tarde na Praça da Pa­les­tina, com uma forte par­ti­ci­pação. O seu im­pacto foi ainda maior por se estar na época de Natal e muita gente andar por essa hora nas ruas do Porto, o que foi apro­vei­tado pelas or­ga­ni­za­ções pro­mo­toras para dis­tri­buir cen­tenas de do­cu­mentos re­la­tivos à Pa­les­tina.

Tendo por fundo uma enorme ban­deira pa­les­ti­niana e uma enorme faixa a exigir li­ber­dade para a Pa­les­tina, os ora­dores – re­pre­sen­tantes das três or­ga­ni­za­ções pro­mo­toras – de­nun­ci­aram a ocu­pação e a re­pressão que Is­rael exerce sobre o povo pa­les­ti­niano, re­a­fir­maram a so­li­da­ri­e­dade com a Pa­les­tina e exi­giram a li­ber­tação dos presos pa­les­ti­ni­anos nas ca­deias is­ra­e­litas, o fim do «muro da ver­gonha» e dos co­lo­natos e o re­co­nhe­ci­mento do Es­tado da Pa­les­tina, da sua ca­pital em Je­ru­salém Ori­ental e do di­reito de re­gresso dos re­fu­gi­ados.

«Pa­les­tina Ven­cerá!» foi uma das pa­la­vras de ordem mais ou­vidas na oca­sião.




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