Setembro de 1938 – Acordo de Munique

DI­REITOS RE­SER­VADOS

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«Con­si­de­ramos o acordo as­si­nado ontem à noite e o tra­tado de ami­zade anglo-ger­mâ­nico como sím­bolo do de­sejo de ambos os povos ja­mais irem no­va­mente para guerra entre si». As pa­la­vras são do 1.º mi­nistro bri­tâ­nico Ne­ville Cham­ber­lain, que no ae­ro­porto de Lon­dres, ao re­gressar da reu­nião que a 29 de Se­tembro o juntou em Mu­nique com o seu ho­mó­logo francês Edouard Da­la­dier e os di­ri­gentes nazi-fas­cistas Adolf Hi­tler e Be­nito Mus­so­lini, se van­glo­riou de ter al­can­çado a «paz dos nossos tempos». O acordo selou o des­tino da Ches­co­lo­vá­quia, aliada da França, sa­cri­fi­cada à Ale­manha nazi em nome da ‘po­lí­tica de apa­zi­gua­mento’ sem se­quer ter sido con­sul­tada. Re­co­nhe­cendo a Hi­tler o «di­reito» a anexar a re­gião dos Su­detas, o acordo cedeu também à in­dús­tria de guerra nazi 66% do carvão che­cos­lo­vaco, 70% do ferro e do aço e 70% da energia eléc­trica, e deixou claro que as in­ter­ven­ções a Leste não en­con­tra­riam opo­sição. Como disse na época o an­te­cessor de Cham­ber­lain, Stanley Baldwin, «Se [Hi­tler] avan­çasse para o Leste, o meu co­ração não se par­tiria... Se na Eu­ropa sur­gisse uma dis­puta, eu gos­taria que fosse entre os bol­che­vi­ques e os nazis». Quando a Po­lónia foi in­va­dida, a Che­cos­lo­vá­quia já não existia. Co­me­çava a Se­gunda Guerra Mun­dial.