NECESSÁRIO, INDISPENSÁVEL E INSUBSTITUÍVEL

«Par­tido firme e de­ter­mi­nado no pre­sente, com energia, au­dácia e con­fi­ança nas exi­gên­cias do fu­turo»

Pros­segue a acção, am­pla­mente me­di­a­ti­zada, de bran­que­a­mento das res­pon­sa­bi­li­dades do PSD pela acção po­lí­tica e so­ci­al­mente de­vas­ta­dora de­sen­vol­vida no governo. Pros­seguem de igual modo os es­forços do grande ca­pital para sal­va­guardar os seus in­te­resses es­ti­mu­lando a con­ver­gência do PS e PSD (com ou sem o CDS). A re­cente re­jeição na AR com os votos con­juntos do PS, PSD e CDS do pro­jecto de lei do PCP de re­po­sição do pa­ga­mento do tra­balho extra e em dias fe­ri­ados, di­versas de­cla­ra­ções de di­ri­gentes do PS e PSD as­si­na­lando pontos de con­senso e até a in­di­cação de pri­o­ri­dades para as suas pri­o­ri­dades de con­ver­gência (des­cen­tra­li­zação, fundos co­mu­ni­tá­rios, Jus­tiça, etc.) são disso sin­to­má­tico in­di­cador.

O PCP re­a­lizou nos pas­sados sá­bado e do­mingo em Lisboa a Con­fe­rência «II cen­te­nário do nas­ci­mento de Karl Marx. Le­gado, in­ter­venção e luta. Trans­formar o mundo», com quase mil par­ti­ci­pantes.

Ali foram abor­dados temas da ac­tu­a­li­dade no campo da eco­nomia, da or­ga­ni­zação so­cial, da po­lí­tica e da fi­lo­sofia, uti­li­zando e en­ri­que­cendo o le­gado con­cep­tual de Karl Marx. E so­bre­tudo ana­lisou-se o ca­pi­ta­lismo à luz da con­cepção do ma­te­ri­a­lismo his­tó­rico e di­a­léc­tico apon­tado à efec­tiva li­ber­tação da Hu­ma­ni­dade de todas as formas de ex­plo­ração e de opressão.

Como re­feriu Je­ró­nimo de Sousa, «para um Par­tido da classe ope­rária e de todos os tra­ba­lha­dores, para um Par­tido mar­xista, co­me­morar a pas­sagem dos du­zentos anos do nas­ci­mento de Karl Marx é pôr em re­levo a na­tu­reza, o sig­ni­fi­cado, o de­sen­vol­vi­mento, o con­tri­buto para a trans­for­mação do mundo da obra do fun­dador do so­ci­a­lismo ci­en­tí­fico. É re­novar, na ce­le­bração deste acon­te­ci­mento, o nosso com­pro­misso de Par­tido pa­trió­tico e in­ter­na­ci­o­na­lista com o pro­jecto re­vo­lu­ci­o­nário da cons­trução de uma so­ci­e­dade nova, li­berta da ex­plo­ração do homem pelo homem, para a trans­for­mação da qual Marx deu um con­tri­buto ímpar».

Na pró­xima terça-feira, dia 6, o PCP as­si­nalará os seus 97 anos de vida. Um ani­ver­sário duma vida ini­gua­lável que as or­ga­ni­za­ções do Par­tido co­me­mo­rarão por todo o País com um di­ver­si­fi­cado con­junto de ini­ci­a­tivas.

Criado em 1921 pela classe ope­rária por­tu­guesa, sob o im­pacto da Re­vo­lução de Ou­tubro e dos en­si­na­mentos teó­ricos de Marx, En­gels e Lé­nine, o PCP é um Par­tido que age e luta per­ma­nente e quo­ti­di­a­na­mente em de­fesa dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do povo.

O PCP é um Par­tido, como su­bli­nhava Álvaro Cu­nhal, ne­ces­sário, in­dis­pen­sável e in­subs­ti­tuível, que não ab­dica de o ser, cons­ci­ente e or­gu­lhoso do seu papel, firme no seu ideal e na afir­mação do seu pro­jecto trans­for­mador e re­vo­lu­ci­o­nário, de luta pela cons­trução do so­ci­a­lismo e do co­mu­nismo.

Um Par­tido que não dis­socia a luta pelos seus ob­jec­tivos es­tra­té­gicos de cons­trução de uma so­ci­e­dade nova sem a ex­plo­ração do homem pelo homem, da etapa ac­tual de uma de­mo­cracia avan­çada com os va­lores de Abril no fu­turo de Por­tugal e da luta que trava pelos seus ob­jec­tivos ime­di­atos e con­cretos, pelo pro­gresso e a jus­tiça so­cial num quadro de de­sen­vol­vi­mento so­be­rano.

É na base deste com­pro­misso com os tra­ba­lha­dores, o povo e o País, lu­tando por avanços na de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos e pela al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda, que o PCP de­sen­volve a sua in­tensa ac­ti­vi­dade, em que se in­clui as co­me­mo­ra­ções do II cen­te­nário do nas­ci­mento de K. Marx; as co­me­mo­ra­ções do seu 97.º ani­ver­sário com as di­versas ini­ci­a­tivas pro­gra­madas; a re­a­li­zação da cam­panha «Va­lo­rizar os tra­ba­lha­dores – mais força ao PCP» ini­ciada na pas­sada terça-feira; a acção de re­forço do Par­tido; a acção ins­ti­tu­ci­onal de­sig­na­da­mente na As­sem­bleia da Re­pú­blica; a pre­pa­ração da Festa do Avante! com a EP (En­trada Per­ma­nente) já dis­po­nível nas or­ga­ni­za­ções do PCP e cuja venda, a partir de agora,  im­porta es­ti­mular jun­ta­mente com a pro­moção da Festa, mar­cada para 7, 8 e 9 de Se­tembro.

De igual modo o PCP es­ti­mula a luta de massas como factor de­ci­sivo para a me­lhoria das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e do povo e pela al­ter­na­tiva po­lí­tica ne­ces­sária.

Luta de massas que se de­sen­volve com grande ex­pressão nas em­presas, lo­cais de tra­balho e sec­tores e que as­sumiu ex­pressão de con­ver­gência na ma­ni­fes­tação pelo con­trolo pú­blico dos CTT na pas­sada sexta-feira em Lisboa e que vol­tará a as­sumir essa ex­pressão na ma­ni­fes­tação na­ci­onal de mu­lheres, a 10 de Março, con­vo­cada pelo MDM; na ma­ni­fes­tação dos jo­vens tra­ba­lha­dores a 28 de Março, con­vo­cada pela In­ter­jovem/​CGTP-IN; e na grande jor­nada de luta do 1.º de Maio pro­mo­vida pela CGTP-IN, a pre­parar desde já a partir da acção rei­vin­di­ca­tiva nas em­presas, lo­cais de tra­balho e sec­tores.

Ao longo dos seus 97 anos de exis­tência, o PCP en­frentou e passou por si­tu­a­ções de grandes pe­rigos e di­fi­cul­dades, en­con­trando sempre os ca­mi­nhos que lhe per­mi­tiram su­perar com au­dácia cri­a­tiva e fir­meza de prin­cí­pios grandes mu­danças e vi­ra­gens na si­tu­ação na­ci­onal e in­ter­na­ci­onal. Or­gu­lhoso da sua his­tória, apren­dendo com a sua pró­pria ex­pe­ri­ência, firme e de­ter­mi­nado no pre­sente, as­sume com energia, au­dácia e ina­ba­lável con­fi­ança as exi­gên­cias do fu­turo.