1955 – Mafia mata Salvatore Carnevale

Sin­di­ca­lista so­ci­a­lista, jor­na­lista, fun­dador e ac­ti­vista da Câ­mara do Tra­balho, des­ta­cado com­ba­tente dos pri­vi­lé­gios dos la­ti­fun­diá­rios e de­fensor dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores, Car­ne­vale foi as­sas­si­nado pela mafia em Sciara, perto de Pa­lermo, quando ia para o tra­balho. Tinha 31 anos. Três dias antes tinha con­se­guido au­mentar o sa­lário dos seus ca­ma­radas da cons­trução civil e acor­dado a jor­nada de tra­balho de oito horas. Os quatro ma­fi­osos acu­sados do crime, ili­bados em pri­meira ins­tância e con­de­nados a prisão per­pétua em se­gunda ins­tância, aca­baram ab­sol­vidos, após re­curso, por «falta de provas». O crime teve um eco enorme em Itália e o fu­neral, que a Igreja se re­cusou a acom­pa­nhar, reuniu re­pre­sen­tantes das forças de es­querda, do mo­vi­mento sin­dical, dos media e da in­te­lec­tu­a­li­dade ita­liana. O exemplo mi­li­tante de Car­ne­vale foi imor­ta­li­zado em vá­rias obras, como o livro «As pa­la­vras são pe­dras», do es­critor an­ti­fas­cista e pintor Carlo Levi, e o filme «Un uomo da bru­ciare / Um homem para queimar», dos ir­mãos Paolo e Vit­torio Ta­viani (fa­le­cido no do­mingo, 15), que ga­nhou o Prémio da Crí­tica no Fes­tival de Ve­neza.