COM ABRIL, POR UMA ALTERNATIVA DE FUTURO

«É por uma po­lí­tica de afir­mação dos va­lores de Abril que o PCP luta e lu­tará»

Foi grandea par­ti­ci­pação nas co­me­mo­ra­ções po­pu­lares do 25 de Abril. Milhares e mi­lhares de pes­soas, entre as quais muitos jo­vens, vi­eram para as ruas par­ti­cipar nas co­me­mo­ra­ções do 44.º ani­ver­sário da Re­vo­lução e, desta forma,afirmar os seus va­lores, cuja ac­tu­a­li­dade e va­li­dade a luta dos tra­ba­lha­dores e do povo, a in­ter­venção do PCP e a uni­dade e con­ver­gência de de­mo­cratas e pa­tri­otas per­mitiu as­se­gurar pe­rante o ataque con­ti­nuado de mais de quatro dé­cadas de po­lí­tica de di­reita.

É em nome dos valores de Abril que o PCP con­tinua a in­tervir e se de­sen­volve a luta dos tra­ba­lha­dores e do povo pela de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos, com­po­nente in­dis­so­ciável da luta que pros­segue de igual modo pela rup­tura com po­lí­tica de di­reita e pela al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de esquerda que lance de novo Por­tugal numa rota de fu­turo.

É também em nome dos va­lores de Abril que sedi­na­miza a pre­pa­ração do 1.º de Maio con­vo­cado e or­ga­ni­zado pela CGTP-INcomo grande jor­nada onde con­ver­girão mi­lhares de lutas em torno da acção rei­vin­di­ca­tiva nas em­presas, lo­cais de tra­balho e sec­tores e das po­pu­la­ções em de­fesa dos seus in­te­resses e di­reitos, confirmando, assim, em termos prá­ticos, o valor da luta or­ga­ni­zada e o seu papel in­subs­ti­tuívelna trans­for­mação da so­ci­e­dade.

Vivem-se ainda os efeitos da apre­sen­tação pelo Go­verno na As­sem­bleia da Re­pú­blica do Pro­grama de Es­ta­bi­li­dade e do Pro­grama Na­ci­onal de Re­formas, pro­cessoque me­rece a re­jeição do PCP pelo que traduz de sub­missão aos cri­té­rios de­cor­rentes das im­po­si­ções da União Eu­ro­peia e do euro. Nestes do­cu­mentos estão ins­critas op­ções, de­sig­na­da­mente em re­lação à dí­vida e ao dé­fice das contas pú­blicas que, a con­cre­ti­zarem-se, travam a ne­ces­sária res­posta que é pre­ciso dar no plano do Ser­viço Na­cional de Saúde, da Es­cola Pú­blica, dos trans­portes pú­blicos, da con­tra­tação de pes­soal, do in­ves­ti­mento nas in­fra­es­tru­turas, da cul­tura, da flo­resta, do apoio à pro­dução na­ci­onal.

Do mesmo modo, o PCP re­jeita ini­ci­a­tivas, como a do CDS, que mais não visam que, a pre­texto da re­jeição do Pro­grama de Es­ta­bi­li­dade, re­tomar a po­lí­tica de agra­va­mento da ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento que im­pu­seram ao País e bran­quear as con­sequên­cias de­sas­trosas e du­ra­douras re­sul­tantes da acção do Go­verno PSD/​CDS.

Para o PCP, o im­por­tante é afirmar a so­be­rania como questão in­con­tor­nável para res­ponder aos dé­fices es­tru­tu­rais do País e as­se­gurar um Por­tugal de pro­gresso e jus­tiça so­cial.

O PCP chama também à atenção para o sig­ni­fi­cadodo re­cente acordo ce­le­brado entre PS e PSD sobre fundos co­mu­ni­tá­rios e «des­cen­tra­li­zação de com­pe­tên­cias», pelo que re­pre­senta nos seus con­teúdoseno que é re­ve­lador dos ca­mi­nhos que o PS quer se­guir quando pro­cura como par­ceiros quer o PSD quer o CDS para pros­se­guir a po­lí­tica de di­reita, apro­fun­dando a in­te­gração ca­pi­ta­lista (res­pon­sável pelo de­sen­vol­vi­mento de­si­gual, in­justo e as­si­mé­trico da UE e que tem acen­tuado a di­ver­gência de Por­tugal face aos res­tantes países), em vez de romper com essa po­lí­tica do pas­sado de ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento.

Quer o Pro­grama de Es­ta­bi­li­dade e o Pro­grama Na­ci­onal de Re­formas, quer o acordo entre PS e PSD, in­serem-se numa ló­gica de apro­vei­ta­mento de me­ca­nismos, seja da dí­vida, seja do dé­fice, seja até da in­vo­cação do su­cesso, para travar qual­quer po­lí­tica que se de­sen­volva no sen­tido da de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos e ren­di­mentos.

Em sen­tido con­trário, con­jun­ta­mente com a luta dos tra­ba­lha­dores e do povo, o PCP con­tinua a in­tervir pela re­po­sição e con­quista de di­reitos e tudo fará para con­se­guir a rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e afirmar uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda.

São, pois, dignas de re­gisto pelo seu sig­ni­fi­cado as inú­meras ini­ci­a­tivas le­vadas a cabo esta se­mana pelo PCP em todo o País e, em par­ti­cular, as que con­taram com a par­ti­ci­pação de Je­ró­nimo de Sousa, no­me­a­da­menteo jantar/co­mício na Anadia na passada sex­ta­feira, dia 20, in­se­rido na campanha «va­lo­rizar os tra­ba­lha­dores. Mais força ao PCP» e o en­contro na­ci­onal do PCP sobre saúde re­a­li­zado em Lisboa no sá­bado, 21.

No mesmo sen­tido se re­vela de grande im­por­tância a con­cre­ti­zação da acção de re­forço do PCP de que são neste mo­mento li­nhas de in­ter­venção pri­o­ri­tária a en­trega do novo cartão de membro do Par­tido, a acção dos 5 mil contactos com tra­ba­lha­dores para lhes mos­trar a im­por­tância da adesão ao PCP para me­lhor de­fender os seus in­te­resses de classe e a res­pon­sa­bi­li­zação de qua­dros. Ao mesmo tempo, as­sume cres­cente im­por­tância a pre­pa­ração da Festa do Avante! a re­a­lizar nos dias 7, 8 e 9 de Setembro, em par­ti­cular a di­vul­gação e venda an­te­ci­pada da EP.

A Re­vo­lução de Abril abriu um novo rumo de afir­mação de li­ber­dade, eman­ci­pação so­cial e in­de­pen­dência na­ci­onal. É este ca­minho, é esta al­ter­na­tiva de fu­turo que Por­tugal ne­ces­sita. É por esta po­lí­tica, afir­mando os va­lores de Abril, que o PCP luta e lu­tará.