Um grande 1.º de Maio com a luta que resulta

AFIRMAÇÃO De­ter­mi­nante para a mu­dança da re­lação de forças no Par­la­mento, a luta dos tra­ba­lha­dores con­tinua a ser de­ci­siva para de­fender, repor e con­quistar di­reitos e con­di­ções de vida me­lhores.

Os tra­ba­lha­dores re­jeitam a po­lí­tica la­boral que o Go­verno mantém

Esta afir­mação da im­por­tância ful­cral da luta dos tra­ba­lha­dores foi des­ta­cada pelo Con­selho Na­ci­onal da CGTP-IN na re­so­lução in­ti­tu­lada «Lutar pelos di­reitos, Va­lo­rizar os tra­ba­lha­dores», a pa­lavra de ordem des­ta­cada nos car­tazes, no ma­ni­festo e nos fo­lhetos, afi­xados e dis­tri­buídos por mi­lhares de di­ri­gentes, de­le­gados e ac­ti­vistas sin­di­cais desde há cerca de um mês.
Nesse do­cu­mento, apro­vado a 5 de Abril e que traçou as li­nhas de ori­en­tação e acção para este pe­ríodo, o órgão di­ri­gente da In­ter­sin­dical Na­ci­onal lem­brou como a luta foi de­ter­mi­nante para con­se­guir au­mentos dos sa­lá­rios e fixar em vá­rias em­presas que não há sa­lá­rios in­fe­ri­ores a 600 euros.
Do que se al­cançou nos úl­timos meses foi ainda des­ta­cado: pas­sagem a efec­tivos de cen­tenas de tra­ba­lha­dores que ti­nham vín­culos pre­cá­rios; re­po­sição do pa­ga­mento do tra­balho su­ple­mentar de acordo com a con­tra­tação co­lec­tiva; re­dução do ho­rário de tra­balho para menos de 40 horas se­ma­nais; eli­mi­nação dos bancos de horas; res­peito pelas pausas; au­mento das fé­rias para 25 dias; pa­ga­mento de sub­sí­dios de turno e de tra­balho noc­turno no pe­ríodo entre as 20 e as 7 horas.
Re­sul­tados da luta dos tra­ba­lha­dores, em vá­rias em­presas das in­dús­trias me­ta­lúr­gicas, quí­micas, eléc­tricas, far­ma­cêu­tica, ce­lu­lose, papel, grá­fica, im­prensa, energia e minas, estão re­fe­ridos no apelo da Fi­e­qui­metal à par­ti­ci­pação no 1.º de Maio: eli­mi­nação do tra­balho ao sá­bado e um au­mento de 14 fins-de-se­mana de três dias na Cel-Cat; sa­lário mí­nimo au­men­tado para 600 euros nas em­presas Leica, Vox, Grohe, Fau­récia, Ges­tamp, Me­talo-Nicho, CSP, Hanon, Cel-Cat, Otis Ele­va­dores e Thyssen Krupp Ele­va­dores) ou para va­lores su­pe­ri­ores: 620 euros, na Pu­rever, Haworth e Printer; 700, na Eu­ropac Kraft Viana; 800 na Si­de­rurgia Na­ci­onal; 808 na Camo; 605, na Evertis e na Se­lenis; 610 na Si­moldes Plás­ticos; 615 na Orica.

Pros­se­guir
e in­ten­si­ficar

A par dos avanços al­can­çados no quadro po­lí­tico criado após as elei­ções de Ou­tubro de 2015, a CGTP-IN ve­ri­fica que «per­sistem os pro­blemas es­tru­tu­rais que apro­fun­daram as de­si­gual­dades e o em­po­bre­ci­mento dos tra­ba­lha­dores e do povo», en­quanto «o Go­verno do PS con­tinua a su­bor­dinar a sua po­lí­tica às im­po­si­ções e cons­tran­gi­mentos do euro, da União Eu­ro­peia, do FMI e da OCDE, com a re­sis­tência à re­ne­go­ci­ação da dí­vida, que é in­sus­ten­tável, e a ob­sessão pela re­dução do dé­fice, cujas con­sequên­cias são vi­sí­veis no con­di­ci­o­na­mento do in­ves­ti­mento pú­blico, na con­ti­nu­ação da de­gra­dação dos ser­viços pú­blicos, no con­ge­la­mento dos sa­lá­rios e na ma­nu­tenção da po­lí­tica la­boral ao ser­viço do ca­pital».
Por «con­vergir com o PSD, o CDS e o grande pa­tro­nato na re­cusa da re­po­sição do pa­ga­mento do tra­balho su­ple­mentar, dos 25 dias de fé­rias e da eli­mi­nação das normas gra­vosas da le­gis­lação la­boral», e por «não apre­sentar me­didas de fundo que re­solvam o pro­blema da pre­ca­ri­e­dade, dos baixos sa­lá­rios, da des­re­gu­lação dos ho­rá­rios de tra­balho e dos des­pe­di­mentos fá­ceis e ba­ratos», o Go­verno do PS «não só não res­ponde aos grandes de­sa­fios que se co­locam ao de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico e so­cial do País, como pros­segue uma po­lí­tica la­boral que os tra­ba­lha­dores re­jeitam e contra a qual con­ti­nu­arão a lutar», avisa-se na re­so­lução.
A Inter de­fende que é ne­ces­sário «in­ten­si­ficar a acção e a luta rei­vin­di­ca­tiva, a luta con­ver­gente e de massas, por uma po­lí­tica de es­querda e so­be­rana». Do Con­selho Na­ci­onal da CGTP-IN saiu um apelo para que o 1.º de Maio seja «uma grande jor­nada de luta de todos os tra­ba­lha­dores e do povo, por um Por­tugal de­sen­vol­vido e so­be­rano».
Os re­sul­tados da luta e a ne­ces­si­dade da sua con­ti­nu­ação são sa­li­en­tados num fo­lheto que o PCP editou a apelar à forte par­ti­ci­pação nas co­me­mo­ra­ções do 1.º de Maio or­ga­ni­zadas pela CGTP-IN.

 

Por todo o País
com a CGTP-IN

Nas co­me­mo­ra­ções or­ga­ni­zadas pelo mo­vi­mento sin­dical uni­tário em todos os dis­tritos e re­giões au­tó­nomas, o des­taque vai para as ma­ni­fes­ta­ções que estão con­vo­cadas para Lisboa (início às 15 horas, do Martim Moniz para a Ala­meda), Porto (15 horas, Ave­nida dos Ali­ados), Se­túbal (15 horas, da Praça do Que­bedo para a Ave­nida Luísa Todi) e mais 14 lo­ca­li­dades: Gui­ma­rães, Vila Real, Viseu, Tor­to­sendo, Aveiro, Coimbra, Leiria, San­tarém, Por­ta­legre, Évora, Beja, Sines, Faro e Fun­chal.
Co­mí­cios, con­cen­tra­ções, ini­ci­a­tivas des­por­tivas e es­pec­tá­culos mu­si­cais, pi­que­ni­ques e al­moços-con­vívio vão ter lugar em pra­ti­ca­mente todos estes lo­cais e ainda nou­tros 22: Viana do Cas­telo, Bra­gança, Man­gualde, La­mego, Guarda, Seia, Cas­telo Branco, Co­vilhã, Minas da Pa­nas­queira, Torres Ve­dras, Vendas Novas, Mon­temor-o-Novo, Ar­rai­olos, bar­ragem do Roxo (Pias), bar­ragem do Enxoé (Er­videl), Ca­se­bres e Santa Ca­ta­rina (Al­cácer do Sal), Grân­dola, Por­timão, Angra do He­roísmo, Horta e Ponta Del­gada.

 



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