1933 – Descoberta do Palácio de Mari

A for­tuita des­co­berta por be­duínos da ca­beça de uma es­tátua em Tell Ha­riri, na ac­tual fron­teira da Síria, então um pro­tec­to­rado francês, com o Iraque, des­pertou o in­te­resse do Museu do Louvre, que en­viou para a zona o ar­queó­logo André Parrot. Após meses de es­ca­va­ções foram postas a des­co­berto vá­rias es­tá­tuas com ins­cri­ções cu­nei­formes, sendo que numa delas se podia ler: «Lamgi [Ishqi]-Mari, rei de Mari, sumo sa­cer­dote de Enlil». Tell Ha­riri era pois a len­dária Mari, ci­dade co­nhe­cida através da Lista Real Su­méria que enu­mera as di­nas­tias de reis da Me­so­po­tâmia desde a mí­tica origem dos tempos até ao início do II mi­lénio a.C., e pelas ins­cri­ções de três es­tá­tuas con­ser­vadas no Museu Bri­tâ­nico e em Is­tambul. Se­gundo os es­pe­ci­a­listas, Mari foi uma ci­dade prós­pera graças ao con­trolo das rotas co­mer­ciais através do Eu­frates, até ser ata­cada por Ham­mu­rabi, em 1760 a.C. O ataque des­truiu o pa­lácio, mas as suas es­tru­turas e pin­turas mu­rais fi­caram para a pos­te­ri­dade, bem como um ar­quivo de cerca de 25 000 tá­buas de es­crita cu­nei­forme com dados sobre a ad­mi­nis­tração, cul­tura e his­tória do pe­ríodo ba­bi­ló­nico an­tigo. Ocu­pada pelos ter­ro­ristas do Daesh em 2013, Mari é hoje um tes­te­munho de até onde pode ir a bar­bárie para apagar a me­mória his­tó­rica da Síria.