Governo toma posse em Itália

O ju­rista Giu­seppe Conte tomou posse, dia 1, como pri­meiro-mi­nistro do go­verno for­mado pelo Mo­vi­mento Cinco Es­trelas (M5S) e a Liga (ex­trema-di­reita).

O exe­cu­tivo, cons­ti­tuído após quase três meses de ne­go­ci­a­ções, tem como vice-pre­si­dentes o líder do M5S, Luigi di Maio, também mi­nistro do De­sen­vol­vi­mento Eco­nó­mico e do Tra­balho, e o líder da Liga, Matteo Sal­vini, que as­su­mirá ainda a pasta do In­te­rior.

Ao todo são 18 mi­nis­tros, dos quais cinco mu­lheres, re­pre­sen­tando em partes iguais o M5S e a Liga, par­tidos que se im­pu­seram nas elei­ções le­gis­la­tivas de 4 de Março, o pri­meiro com 32 por cento dos votos, o se­gundo com 17 por cento.

A to­mada de posse teve lugar no final de uma se­mana atri­bu­lada em que o pre­si­dente da Re­pú­blica, Sergio Mat­ta­rella, vetou a pri­meira lista apre­sen­tada por in­cluir na pasta da Eco­nomia e das Fi­nanças o eco­no­mista Paolo Sa­vona, que con­si­dera o euro como «uma prisão alemã».

Mat­ta­rella pre­pa­rava-se para in­cumbir Carlo Cot­ta­relli, um ex-quadro do Fundo Mo­ne­tário In­ter­na­ci­onal (FMI), de tentar cons­ti­tuir um go­verno tec­no­crá­tico para con­duzir o país para elei­ções an­te­ci­padas.

Esta hi­pó­tese foi afas­tada de­pois da mai­oria do Par­la­mento Ita­liano a re­jeitar e de o M5S e a Liga acor­darem a apre­sen­tação de uma nova lista com outro nome para a Eco­nomia.

A se­mana ficou ainda mar­cada pela in­ge­rência e ame­aças de Bru­xelas, onde o con­ser­vador alemão Günther Oet­tinger, co­mis­sário para o Or­ça­mento e Re­cursos Hu­manos, ao mesmo tempo que ma­ni­fes­tava con­fi­ança num go­verno tec­no­crá­tico li­de­rado por Cot­ta­relli, de­clarou es­perar «os mer­cados sejam um sinal para que os elei­tores não votem nos po­pu­listas de es­querda e de di­reita».

Face à vaga de in­dig­nação que tal de­cla­ração pro­vocou em Itália, o pre­si­dente da Co­missão, Jean-Claude Juncker, apressou-se a cor­rigir o seu co­lega, afir­mando em co­mu­ni­cado que «o des­tino da Itália não está nas mãos dos mer­cados; Itália me­rece mais res­peito».

 



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