Valorizar avanços para reforçar e mobilizar
«A adopção de medidas para o reforço da organização e intervenção do Partido junto da classe operária e dos trabalhadores nas empresas e locais de trabalho, prioridade essencial do trabalho partidário, partindo das condições concretas de intervenção e considerando que os problemas existentes (...) são dificuldades e não impossibilidades que suscitam a necessidade de organização, intervenção e luta e não o desinteresse ou o alheamento».
«Na ligação do Partido às massas têm papel importante os comunistas que intervêm nas organizações e movimentos de massas, sendo necessário que, no plano unitário, avancem com audácia, combatividade e determinação na dinamização e alargamento da luta (...)».
In 4.6 e 4.7 das Teses do XX Congresso do PCP
Contribuir para a materialização de orientações e teses centrais do PCP é obrigação que todos os militantes e organizações devem levar a cabo com entusiasmo e sagacidade, para mais tratando-se da intervenção junto da classe operária e dos trabalhadores nas empresas e locais de trabalho e, neste âmbito, nas organizações representativas dos trabalhadores. Parte desse trabalho traduz-se na comunicação com os camaradas de trabalho tendo com objectivo unir para reforçar a luta de forma mais esclarecida, consistente e consciente, desiderato para o qual concorre a valorização dos ganhos alcançados, procurando que cada passo positivo (que pode até ser a resistência vitoriosa a uma ofensiva patronal) reforce a confiança para novas acções de carácter reivindicativo.
Isso mesmo fez a a Célula da Lisnave do PCP no Estaleiro da Mitrena com a edição de Junho do boletim «O Hélice». Nele sublinham-se os resultados das eleições para as comissões de Trabalhadores (CT) e de Segurança e Saúde no Trabalho porque, com tal demonstração de unidade e força, a CT encontra-se em melhores condições para «avançar com as negociações dos cadernos reivindicativos», bem como com a exigência «do descongelamento da progressão nas carreiras».
Em «O Hélice» denuncia-se ainda o rumo de degradação que está a ser imposto na Lisnave devido à não substituição de trabalhadores especializados e à a política de baixos salários, precariedade e desregulação dos horários, a qual impossibilita a contratação de jovens, na medida em que estes, à imagem do que já sucede com os trabalhadores sub-contratados «fogem do estaleiro a sete pés, preferindo ir para o estrangeiro do que aceitar tais condições».
Por outro lado, no grupo Navigator, a célula comunista realça no seu último boletim que « com uma maior participação e envolvimento dos trabalhadores» e «o trabalho persistente e determinado da Comissão Negociadora Sindical do SITE-Sul e o contributo das CT da Navigator e da ATF», foi possível garantir a aproximação dos direitos e rendimentos dos trabalhadores ao Acordo de Empresa. Contudo, «é preciso ir mais longe», afirma-se, designadamente na «aplicação do AE a todos os trabalhadores de empresas do grupo Navigator em Setúbal».