Crimes do imperialismo na Palestina e no Iémen

CRIMES Is­rael atacou outra vez na Faixa de Gaza, e, no Iémen, forças da co­li­gação árabe apoiada pelos EUA bom­bar­de­aram um au­to­carro de cri­anças. São novos crimes do im­pe­ri­a­lismo no Médio Ori­ente.

Um ataque aéreo no Iémen matou 29 cri­anças e feriu de­zenas

O exér­cito is­ra­e­lita matou 167 pa­les­ti­ni­anos e feriu mais de 18 mil desde o início da Grande Marcha de Re­torno, a 30 de Março, in­formou no sá­bado, 11, o Mi­nis­tério da Saúde da Pa­les­tina, em Ra­mallah.

Estas es­ta­tís­ticas in­cluem os três civis aba­tidos a tiro na vés­pera pelas forças ocu­pantes, du­rante ma­ni­fes­ta­ções na fron­teira da Faixa de Gaza. Entre os mortos conta-se um mé­dico, o que eleva para três o nú­mero desses pro­fis­si­o­nais de saúde as­sas­si­nados por Is­rael. Dos mi­lhares de fe­ridos, muitos por ina­lação de gás la­cri­mo­géneo, 370 são mé­dicos.

Nas ma­ni­fes­ta­ções de sexta-feira, re­pri­midas com vi­o­lência, o exér­cito is­ra­e­lita dis­parou a matar. Entre os 307 fe­ridos, há 28 cri­anças, cinco mé­dicos e dois jor­na­listas.

Os civis pa­les­ti­ni­anos ma­ni­festam-se todas as se­manas desde fi­nais de Março, na fron­teira entre Gaza e Is­rael, exi­gindo o fim do blo­queio ma­rí­timo e ter­restre is­ra­e­lita ao en­clave, que se pro­longa há 12 anos. Os or­ga­ni­za­dores da Marcha do Re­torno re­clamam também o di­reito de re­gressar às terras pa­les­ti­ni­anas ocu­padas por Is­rael na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

A par da re­pressão dos pro­testos na sexta-feira, a avi­ação is­ra­e­lita bom­bar­deou, nos dias 8 e 9, mais de 150 «ins­ta­la­ções mi­li­tares do Hamas» – na ver­dade, alvos civis – em Gaza, cau­sando três mortos e 12 fe­ridos. Entre as ví­timas mor­tais contam-se Enas Kham­mash, de 23 anos, grá­vida, e a sua filha Bayan, de 18 meses, que se en­con­travam em sua casa, em Ja­fa­rawi.

Car­ni­fi­cina no Iémen

Aviões da co­li­gação di­ri­gida pela Arábia Sau­dita e pelos Emi­ratos Árabes Unidos, com apoio dos EUA, bom­bar­de­aram, no dia 9, um au­to­carro que trans­por­tava cri­anças em Saada, no Norte do Iémen. Mor­reram 51 pes­soas, das quais 29 cri­anças, e fi­caram fe­ridas ou­tras 77, a mai­oria me­ninos entre os 10 e os 13 anos.

A co­li­gação árabe re­co­nheceu o ataque, qua­li­fi­cando-o de «acto de guerra le­gí­timo» contra o Go­verno de Sal­vação Na­ci­onal ie­me­nita, for­mado pelo mo­vi­mento Ansar Allah (hutí) e ali­ados. Riade anun­ciou «a aber­tura ime­diata de um inqué­rito para ava­liar os acon­te­ci­mentos e co­nhecer as suas cir­cuns­tân­cias».

O Con­selho de Se­gu­rança da ONU, reu­nido a 10, sob a pre­si­dência da Grã-Bre­tanha, li­mitou-se a de­sejar que o inqué­rito dos sau­ditas seja «cre­dível e trans­pa­rente».

PCP con­dena crimes no Médio Ori­ente

O PCP con­denou os bru­tais bom­bar­de­a­mentos da avi­ação is­ra­e­lita na Faixa de Gaza que nos úl­timos dias «dei­xaram um rasto de morte e des­truição, e que cons­ti­tuem mais um dos muitos crimes e pro­vo­ca­ções de Is­rael numa sis­te­má­tica vi­o­lação da le­ga­li­dade in­ter­na­ci­onal e dos di­reitos do mar­ti­ri­zado povo pa­les­ti­niano».

Em nota de im­prensa, de 10 de Agosto, o PCP con­denou igual­mente «o cri­mi­noso ataque con­junto de forças da Arábia Sau­dita e dos Emi­rados Árabes Unidos, com o apoio ac­tivo dos EUA, contra um au­to­carro es­colar perto da ci­dade de Dahyan, no Iémen, pro­vo­cando, pelo menos, 50 mortos, na sua mai­oria cri­anças, e muitas de­zenas de fe­ridos».

Estes dois acon­te­ci­mentos «evi­den­ciam, de forma dra­má­tica, a bru­ta­li­dade da ofen­siva do im­pe­ri­a­lismo norte-ame­ri­cano contra os povos no Médio Ori­ente, em ar­ti­cu­lação com o re­gime si­o­nista de Is­rael e as mo­nar­quias cor­ruptas e obs­cu­ran­tistas do Golfo».

O PCP chama a atenção para «o si­lêncio ou a apa­rência de nor­ma­li­dade com que estes acon­te­ci­mentos são tra­tados no plano das ins­ti­tui­ções in­ter­na­ci­o­nais e da co­mu­ni­cação so­cial, re­du­zidos a uma ro­tina que, de­su­ma­ni­zando as ví­timas, le­gi­timam a vi­o­lência e o horror».

Ao tornar pú­blica a sua con­de­nação por mais estes actos cri­mi­nosos, o PCP «ex­pressa toda a sua so­li­da­ri­e­dade com os povos ví­timas de agressão, com des­taque para o he­róico e mar­ti­ri­zado povo pa­les­tino, e exige do Go­verno por­tu­guês uma clara e inequí­voca po­sição de con­de­nação».




Mais artigos de: Internacional

Mali: eleições num país ocupado

Chegou há dias a Bamako uma unidade de infantaria estónia com o objectivo de se juntar à Operação Barkhane, comandada pela França, na sua «missão anti-terrorista» no Mali. Os cerca de 50 soldados bálticos vão garantir a segurança de uma base militar francesa na cidade maliana de Gao, no Norte do país africano. O...

EUA ameaçam Rússia com guerra económica

SANÇÕES Mos­covo avisou que res­pon­derá na mesma me­dida a even­tuais novas san­ções eco­nó­micas im­postas por Washington à Rússia, agora a pre­texto do caso do agente duplo Skripal.

Milhares de manifestantes anti-racistas em Washington

Milhares de pessoas juntaram-se no domingo, 12, na Praça Lafayette, em Washington, para rejeitar o supremacismo branco e defender o fim do ódio e da violência racial nos EUA. Os manifestantes gritaram consignas contra os neonazis, o Ku Klux Klan e ideologias racistas e clamaram pela paz, segundo a Prensa Latina. Em...