PROMOVER A PRODUÇÃO NACIONAL

«É pre­ciso re­forçar o PCP»

A si­tu­ação po­lí­tica con­firma o quadro con­tra­di­tório em que vi­vemos e onde so­bres­saem, por um lado, os avanços de­cor­rentes da ac­tual re­lação de forças, da acção de­ci­siva do PCP e da luta dos tra­ba­lha­dores e do povo, de que são ex­pressão, neste mês de Agosto, o au­mento ex­tra­or­di­nário das re­formas e pen­sões, que com­pletou os 10 euros (ou os 6 euros) pelo se­gundo ano con­se­cu­tivo e que re­pre­senta um avanço (apesar do seu pa­ga­mento fa­seado em dois mo­mentos, Ja­neiro e Agosto, o que di­fi­culta a sua ni­tidez), que o PCP tudo fará para que tenha con­ti­nui­dade, a partir de Ja­neiro de 2019, em novo au­mento de 10 euros. Su­blinhe-se ainda o pa­ga­mento por in­teiro do sub­sídio de Natal em No­vembro, di­reito que chegou a estar em causa com o pa­ga­mento em du­o­dé­cimos.

Por outro lado, o go­verno mi­no­ri­tário do PS, em con­junto com o PSD e CDS, per­siste nas suas op­ções pela sub­missão à União Eu­ro­peia e ao euro e de de­fesa dos in­te­resses do grande ca­pital. São op­ções que im­pedem, travam e adiam as res­postas que o País pre­cisa ao nível do in­ves­ti­mento nos ser­viços pú­blicos, par­ti­cu­lar­mente no Ser­viço Na­ci­onal de Saúde, nos trans­portes, na Es­cola Pú­blica, entre tantos ou­tros. Res­postas que não é pos­sível obter sem a va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores e sem a re­po­sição do apa­relho pro­du­tivo que a po­lí­tica de di­reita li­quidou. Exemplo elu­ci­da­tivo desta si­tu­ação é a des­truição da So­re­fame cujo po­ten­cial pro­du­tivo, se con­ti­nu­asse no do­mínio pú­blico, po­deria hoje ser posto ao ser­viço da re­po­sição do ma­te­rial cir­cu­lante da fer­rovia. Trata-se de de­fender o apa­relho pro­du­tivo na­ci­onal, ne­ces­sário ao fu­turo País, em con­tra­po­sição ao alu­guer de com­po­si­ções fer­ro­viá­rias em Es­panha, como está a acon­tecer, com a saída de de­zenas de mi­lhões de euros. E o mesmo se po­derá dizer da ne­ces­si­dade de as­se­gurar a so­be­rania ali­mentar evi­tando a im­por­tação de enormes quan­ti­dades de bens ali­men­tares, que Por­tugal tem con­di­ções de pro­duzir.

Ocor­reram na úl­tima se­mana di­versas ini­ci­a­tivas com a pre­sença de Je­ró­nimo de Sousa, que im­porta va­lo­rizar no quadro da in­ter­venção geral do PCP. São ini­ci­a­tivas de­mons­tra­tivas da acção deste Par­tido que, porque não vai de fé­rias, também não tem as «ren­trées» que se tor­naram fe­nó­meno re­cor­rente em di­versas ou­tras forças po­lí­ticas. É o caso do con­vívio de Verão de Monte Gordo, do jantar-co­mício de Al­bu­feira, da vi­sita às zonas ar­didas em Silves, no dia 15 de Agosto, bem como, o con­vívio nas Minas de São Do­mingos, no con­celho de Mér­tola, no do­mingo pas­sado.

A cada ano a pre­pa­ração da Festa do Avante! é um pro­cesso sin­gular: pelo pres­tígio atin­gido entre as massas po­pu­lares; pelo pro­grama sempre ino­vador, di­vul­gado na Re­vista da Festa agora pu­bli­cada e já à venda; pelos planos, mo­ti­va­ções e in­te­resses de cada um que fazem dela uma Festa que é de todos: da mú­sica ao des­porto; da gas­tro­nomia ao ar­te­sa­nato; das ex­po­si­ções aos de­bates e co­mí­cios; do livro à ci­ência; do ci­nema ao te­atro e às artes plás­ticas; do con­vívio à ami­zade; da fra­ter­ni­dade à so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista. Mas também pelo aco­lhi­mento e pelas con­di­ções ini­gua­lá­veis que a Festa ofe­rece aos vi­si­tantes de todas as idades, pelo am­bi­ente de ale­gria e pro­funda con­fi­ança no fu­turo, pela força do ideal e do pro­jecto co­mu­nistas de que a Festa é viva e di­a­léc­tica ex­pressão.

Com­pre­ende-se, por isso, que a pre­pa­ração e fun­ci­o­na­mento da Festa do Avante! en­volva, po­lí­tica e emo­ci­o­nal­mente, não só os co­mu­nistas como também muitos ou­tros de­mo­cratas, amigos do PCP, e da Festa, que nela re­co­nhecem uma ex­tra­or­di­nária re­a­li­zação po­lí­tico-cul­tural que, sendo pa­tri­mónio do Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês, é valor pro­fun­da­mente en­rai­zado no povo por­tu­guês.

Com­pre­ende-se também que se faça da pre­pa­ração da Festa a ta­refa pri­o­ri­tária para as or­ga­ni­za­ções do PCP e para todos aqueles que a sentem como sua.

A duas se­manas da Festa, são muitas ainda as ta­refas a re­a­lizar para que ela seja – e vai ser! - essa Festa gran­diosa já po­pu­la­ri­zada na ex­pressão «Não há festa como esta!». Por isso, também não há outra ex­pressão po­pular que me­lhor tra­duza o apelo ao muito tra­balho que ainda temos pela frente: «Mãos à obra!». «Mãos à obra!» para uma grande di­vul­gação da Festa, para re­forçar a venda an­te­ci­pada da EP, para alargar a par­ti­ci­pação nas jor­nadas de tra­balho que a er­guem, para que o seu fun­ci­o­na­mento seja um tra­balho co­lec­tivo exem­plar.

Épre­ciso romper com a po­lí­tica de di­reita e afirmar uma al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda. Para isso, é im­pres­cin­dível pros­se­guir com o tra­balho de re­forço do PCP, no­me­a­da­mente, nesta fase, com a en­trega do novo cartão de membro do Par­tido; com a acção dos 5000 con­tactos; com a res­pon­sa­bi­li­zação de qua­dros.

Como su­bli­nhou Je­ró­nimo de Sousa  em Monte Gordo,  «pre­ci­samos de um PCP com uma or­ga­ni­zação mais forte e mais re­for­çada em nú­mero de mi­li­tantes e em mi­li­tância ac­tiva. É olhando em frente e com con­fi­ança neste grande e co­e­rente Par­tido que con­ti­nu­amos o nosso com­bate. Deste Par­tido por­tador de es­pe­rança que não de­siste nem des­cansa de al­cançar um Por­tugal com fu­turo».