Séc. VI a.C. – Solón instaura a Seisachtheia

Corria o ano de 594 a.C. quando Solón, um eu­pá­trida (bem nas­cido, aris­to­crá­tico) foi es­co­lhido para «re­con­ci­li­ador e ar­conte», com a in­cum­bência de tomar as me­didas ne­ces­sá­rias para fazer face à crise em que mer­gu­lhara a so­ci­e­dade ate­ni­ense. A braços com a cres­cente de­mo­grafia, a ne­ces­si­dade de re­cursos e o em­po­bre­ci­mento da mai­oria da po­pu­lação, Atenas es­tava à beira da ca­tás­trofe so­cial. Das vá­rias re­formas le­vadas a cabo por Solón a mais im­por­tante foi a ins­tau­ração da Sei­sa­chtheia, ou seja a abo­lição das dí­vidas e a li­ber­tação dos que ti­nham sido es­cra­vi­zados por in­cum­pri­mento. À época, os mais po­bres, en­di­vi­dados, eram for­çados a tra­ba­lhar a terra em be­ne­fício do credor, fi­cando apenas com uma sexta parte da pro­dução. Quando nem assim con­se­guiam sa­tis­fazer os com­pro­missos, os cre­dores ti­nham o di­reito de os trans­formar em es­cravos. A re­forma de Solón, a par da di­visão da so­ci­e­dade em quatro classes ba­se­adas na ri­queza (ti­mo­cracia), per­mitiu que os mais po­bres, em­bora não po­dendo exercer cargos pú­blicos, pas­sassem a ter o di­reito de per­tencer à «ec­clesia» ou As­sem­bleia Geral, órgão com ca­pa­ci­dade ju­di­cial que podia pedir contas aos ma­gis­trados, mas man­teve o poder nas mãos dos ricos. Uma re­forma a me­recer re­flexão, 27 sé­culos de­pois.