FESTA DÁ MAIS FORÇA À LUTA

«A Festa é ex­pressão desta acção de­ter­mi­nada e con­fi­ante no fu­turo»

A 42.ª edição da Festa do Avante!, ex­tra­or­di­nária re­a­li­zação de massas, cons­ti­tuiu um grande êxito po­lí­tico e cul­tural e deu um grande con­tri­buto para o alar­ga­mento da in­fluência so­cial e pres­tígio do Par­tido.

Su­blinha-se a grande par­ti­ci­pação po­pular e, em par­ti­cular, a grande di­mensão da par­ti­ci­pação da ju­ven­tude.

Su­blinhe-se igual­mente a gran­diosa di­mensão po­lí­tica e com­ba­ti­vi­dade da Festa, que se ex­pressou, em par­ti­cular, no co­mício de do­mingo, mas também, entre ou­tros ele­mentos, no acto de aber­tura, nas ex­po­si­ções, nos de­bates, in­cluindo no Avante! es­pe­cial.

Os es­pec­tá­culos e o pro­grama cul­tural no seu con­junto atin­giram ele­vado nível de qua­li­dade e foram acom­pa­nhados por muitos mi­lhares de pes­soas. O des­porto atingiu forte ex­pressão pelo en­vol­vi­mento de mi­lhares de atletas em di­versas mo­da­li­dades com des­taque para a Cor­rida da Festa. O es­paço cri­ança, in­clu­sivo, com sua ex­ce­lente lo­ca­li­zação, atraiu largas cen­tenas de cri­anças acom­pa­nhadas pelos pais. E nem os bebés foram es­que­cidos num con­certo pre­pa­rado para eles ou na cri­ação de es­paços pró­prios, ar­tis­ti­ca­mente de­co­rados, es­pa­lhados pelo re­cinto e prontos a acolhê-los, com a sen­si­bi­li­dade de quem luta por uma so­ci­e­dade que co­loca na cons­trução da fe­li­ci­dade hu­mana o seu fim.

Uma des­ta­cada par­ti­ci­pação de de­le­ga­ções in­ter­na­ci­o­nais de par­tidos co­mu­nistas e forças re­vo­lu­ci­o­ná­rias e pro­gres­sistas de todo o Mundo con­firmou a im­por­tante di­mensão da so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista na Festa.

Um am­bi­ente geral aco­lhedor e so­li­dário, com se­gu­rança e tran­qui­li­dade, per­mitiu fruir a Festa com grande sa­tis­fação e ale­gria. Uma festa que, desde a sua con­cepção e cons­trução, à sua di­vul­gação, venda da EP e fun­ci­o­na­mento só foi pos­sível graças ao tra­balho mi­li­tante de mi­lhares de mem­bros do PCP e da JCP e de amigos do Par­tido e da Festa.

A 42.ª Festa do Avante! cons­titui uma po­de­rosa afir­mação do PCP, da sua iden­ti­dade e do seu pro­jecto, que im­porta pro­jectar na di­na­mi­zação da luta de massas, na in­ter­venção po­lí­tica, no re­forço or­gâ­nico do Par­tido.

Na sua in­ter­venção no co­mício, Je­ró­nimo de Sousa enu­merou as ta­refas ime­di­atas do Par­tido: «a re­vo­gação das normas gra­vosas da le­gis­lação la­boral; o au­mento dos sa­lá­rios as­se­gu­rando o seu au­mento geral, in­cluindo na Ad­mi­nis­tração Pú­blica, e do Sa­lário Mí­nimo Na­ci­onal fi­xando-o em 650 euros a 1 de Ja­neiro de 2019; do au­mento do in­ves­ti­mento pú­blico e do fi­nan­ci­a­mento dos ser­viços pú­blicos e fun­ções so­ciais do Es­tado, com pri­o­ri­dade para a saúde, a edu­cação, os trans­portes pú­blicos e a cul­tura; a con­cre­ti­zação da pro­gressão na car­reira com a con­tagem in­te­gral do tempo de ser­viço para pro­fes­sores, mi­li­tares, forças e ser­viços de se­gu­rança e ou­tras car­reiras es­pe­cí­ficas da Ad­mi­nis­tração Pú­blica; o re­forço da pro­tecção e apoio so­ciais; o au­mento ex­tra­or­di­nário das pen­sões e re­formas as­se­gu­rando um au­mento mí­nimo de 10 euros em Ja­neiro pró­ximo; a uni­ver­sa­li­zação do abono de fa­mília; o di­reito à re­forma sem pe­na­li­za­ções para as longas car­reiras con­tri­bu­tivas; alar­ga­mento da pres­tação so­cial para a in­clusão, re­for­çando os di­reitos das pes­soas com de­fi­ci­ência; a re­vo­gação da lei dos des­pejos; o apoio aos micro, pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios, de­sig­na­da­mente com o cum­pri­mento legal da eli­mi­nação a 1 de Ja­neiro do Pa­ga­mento Es­pe­cial por Conta; a re­versão das PPP; a po­lí­tica fiscal, tri­bu­tando o pa­tri­mónio mo­bi­liário, os lu­cros e di­vi­dendos, e de­sa­gra­vando os ren­di­mentos do tra­balho, au­men­tando a tri­bu­tação do pa­tri­mónio imo­bi­liário de ele­vado valor e da es­pe­cu­lação imo­bi­liária; a re­po­sição do IVA na elec­tri­ci­dade e no gás nos 6%; o apoio à agri­cul­tura fa­mi­liar, ao or­de­na­mento e de­fesa da flo­resta e ao mundo rural».

Como su­bli­nhou o Se­cre­tário-geral do PCP, «to­mamos o ob­jec­tivo es­sen­cial mas não de­sis­timos da luta quo­ti­diana, nem fi­camos à es­pera dum anti-di­a­léc­tico mo­mento final. Fa­zemos a luta diária com avanços e re­cuos, com vi­tó­rias e der­rotas, tra­vamos a ba­talha em cada fase e etapa, mas não as iso­lamos do ob­jec­tivo su­premo da su­pe­ração re­vo­lu­ci­o­nária do ca­pi­ta­lismo, de uma nova so­ci­e­dade livre da ex­plo­ração do homem pelo homem, do ideal e pro­jecto co­mu­nista.»

É uma luta em que cada avanço, cada con­quista vale por si e é in­dis­so­ciável da acção do PCP e da luta de massas. Mas, ao mesmo tempo, é pre­ciso ter pre­sente que a re­so­lução dos muitos e graves pro­blemas do País exige um pro­jecto al­ter­na­tivo, uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda.

Para isso, em li­gação com a acção po­lí­tica e a luta de massas, em ar­ti­cu­lação com o apro­fun­da­mento da con­ver­gência e acção comum de de­mo­cratas e pa­tri­otas, é con­dição in­dis­pen­sável o re­forço do PCP, da sua ca­pa­ci­dade de or­ga­ni­zação, da sua in­fluência so­cial e po­lí­tica, para con­cre­tizar essa po­lí­tica al­ter­na­tiva.

A Festa do Avante!, com os seus con­teúdos po­lí­tico-cul­tu­rais, as suas di­men­sões de fra­ter­ni­dade, hu­ma­nismo e so­li­da­ri­e­dade e o am­bi­ente geral de en­tu­si­asmo e ale­gria é bem a ex­pressão desta acção de­ter­mi­nada e con­fi­ante no fu­turo.