- Nº 2337 (2018/09/13)
A Festa é um mundo

Um mundo novo

Festa do Avante!

Um dos grandes desafios que a Festa do Avante! coloca aos seus visitantes é, ao mesmo tempo, uma das suas maiores riquezas – a diversidade do seu programa, entendendo esta palavra no que ela tem de mais vasto, seja o que se materializa em espectáculos e iniciativas concretas seja o outro, que acontece num reencontro, num convívio com amigos, num piquenique, num momento de descanso. Ou, até, numa brincadeira, tantas que foram as crianças que uma vez mais estiveram na Quinta da Atalaia, acrescentando à Festa ainda mais futuro.

Atraídos por este «programa», foram muitos milhares os que encheram a Festa e ali puderam usufruir e construir um ambiente único, conviver, aprender, cantar, dançar... Nas páginas seguintes procuraremos mostrar como foi a 42.ª Festa do Avante!, os concertos, os espectáculos, as exposições, os debates, os momentos políticos, o pulsar dos vários espaços, palcos e pavilhões. Com a certeza, porém, de que não conseguiremos nunca retratar fielmente o turbilhão de sentimentos que ali convivem, de tão intensos e diversificados que serão.

Certo é que durante três dias milhares de pessoas partilharam com os comunistas momentos de amizade, camaradagem, solidariedade e fraternidade. Uma passagem pela Festa é, aliás, quanto basta para fazer ruir preconceitos acerca do PCP e dos seus militantes.

Costuma dizer-se pelos recantos da Atalaia que ali se concretiza durante três dias – ou três meses, se acrescentarmos os tempos de implantação – a sociedade pela qual lutam os comunistas. A comparação pode não ser rigorosa (nem pretende sê-lo), mas não é de todo disparatada. Na Festa, como nessa sociedade «liberta da exploração do homem pelo homem, da opressão, desigualdades, injustiças e flagelos sociais», que constitui objectivo programático e razão de ser do PCP, o trabalho é fonte de realização pessoal e os seus frutos de benefício colectivo; a cultura enriquece o ser humano e não o aliena; o desporto é para todos; a alegria está presente em todos os momentos, quando se assiste a um concerto como quando se trabalha atrás de um balcão.

Da sociedade futura não podemos prever datas nem precisar características. Porém, sabemos que será construída com mãos semelhantes às que ergueram e fizeram funcionar mais esta Festa do Avante! e que nela se respirará a mesma confiança, determinação e alegria que uma vez mais perpassou, no fim-de-semana, pela Quinta da Atalaia.

 

Os fotógrafos da Festa

 


Gustavo Carneiro