1933 – Criação do Secretariado da Propaganda Nacional

A «po­lí­tica do es­pí­rito», como ficou co­nhe­cida a po­lí­tica cul­tural do Es­tado Novo im­ple­men­tada até fi­nais dos anos 40 do sé­culo pas­sado pela di­ta­dura de Oli­veria Sa­lazar, teve como motor o Se­cre­ta­riado de Pro­pa­ganda Na­ci­onal (SPN), che­fiado por An­tónio Ferro, an­tigo jor­na­lista do Diário de No­tí­cias. Entre ou­tros as­pectos, cabia ao SPN co­or­denar a in­for­mação dos mi­nis­té­rios; re­gu­la­mentar as re­la­ções da im­prensa com as au­to­ri­dades pú­blicas; pre­parar ma­ni­fes­ta­ções na­ci­o­nais e festas pú­blicas com in­tuito «edu­ca­tivo» ou de pro­pa­ganda; com­bater as «ideias per­tur­ba­doras e dis­sol­ventes da uni­dade e in­te­resse na­ci­onal»; con­tri­buir para a so­lução dos pro­blemas re­fe­rentes à «po­lí­tica do es­pí­rito»; uti­lizar a rádio, o ci­nema e o te­atro como meios de va­lo­ri­zação do re­gime. Pin­tores como An­tónio Pedro, Al­mada Ne­greiros ou Carlos Bo­telho foram con­vi­dados a co­la­borar nas ini­ci­a­tivas de pro­pa­ganda, mas as li­mi­ta­ções e cen­sura im­postas pelas au­to­ri­dades cedo le­varam os mais no­tá­veis ar­tistas a en­grossar a opo­sição ao re­gime. Em 1944, o SPN passou a de­signar-se Se­cre­ta­riado Na­ci­onal de In­for­mação, Cul­tura Po­pular e Tu­rismo, vul­ga­ri­zado como SNI. Ex­tinto em 1968, o SNI deu lugar à Se­cre­taria de Es­tado de In­for­mação, Cul­tura Po­pular e Tu­rismo. A cen­sura, essa, con­ti­nuou.