lembrar, intervir e avançar

Manuel Rodrigues

Após os violentos incêndios de Outubro de 2017, a floresta comporta mais riscos nos territórios afectados.

Como foi denunciado, há muitos pequenos agricultores que ficaram excluídos do processo de apoio; outros tantos receberam cortes nos apoios até cinco mil euros e, nas candidaturas de maior valor. Há dezenas de desistências face aos insuficientes apoios concedidos e há candidaturas que, apesar de reformuladas, continuam à espera de uma decisão da tutela.

Entretanto, outros problemas agravam o cenário: o abandono das terras, a madeira ardida que permanece ao alto nas matas e os pinhais que não arderam mas estão a morrer vítimas de outras pragas.

Foi, por isso, de grande importância e oportunidade a jornada que o PCP realizou de 13 a 15 de Outubro nas áreas afectadas pelos incêndios de Outubro de 2017, dando assim visibilidade à trágica realidade que é, um ano depois, um Mundo Rural mais desertificado, uma floresta mais desordenada e uma Agricultura Familiar mais arruinada e abandonada.

Mas esta jornada serviu sobretudo para lembrar as muitas propostas apresentadas pelo PCP para o desenvolvimento da floresta, da agricultura e do mundo rural, quase todas rejeitadas (por PS, PSD e CDS); para sublinhar que a situação carece de medidas urgentes que décadas de política de direita da responsabilidade do PS, PSD e CDS têm impedido; para insistir que Portugal precisa de uma alternativa política patriótica e de esquerda capaz de pôr o País a produzir. E, como sempre, para ouvir as populações e avançar com novas propostas e medidas que dêem resposta aos seus muitos problemas, necessidades e anseios.

São atitudes como estas que marcam a diferença. E que colocam a necessidade de dar mais força ao PCP.




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