Século IX a.C. – Torres do Silêncio

As ideias do pro­feta persa Za­ra­tustra, ou Zo­ro­astro, que terá vi­vido por volta do sé­culo VII a.C. na re­gião da an­tiga Pérsia, ori­gi­naram o zo­ro­as­trismo, con­si­de­rado por muitos teó­logos como a pri­meira ma­ni­fes­tação de uma re­li­gião mo­no­teísta. O seu livro sa­grado é o Zend-Avesta. Crê-se que al­gumas das suas con­cep­ções, como a crença no pa­raíso, na res­sur­reição ou no juízo final, in­flu­en­ci­aram o ju­daísmo, o cris­ti­a­nismo e o is­la­mismo. São os ritos fu­ne­rá­rios que dão origem às Torres do Si­lêncio. Con­si­de­rando os mortos im­puros, porque o corpo se de­compõe e porque é con­ta­mi­nado por «es­pí­ritos ma­lignos» quando a alma o aban­dona, os crentes não os en­ter­ravam nem in­ci­ne­ravam nem lan­çavam à água para não con­ta­mi­narem a na­tu­reza. Os ca­dá­veres eram dei­xados em torres ci­lín­dricas co­nhe­cidas como «dakhmas», termo subs­ti­tuído no sé­culo XIX pelo ne­o­lo­gismo «Torres do Si­lêncio», atri­buído a um súb­dito bri­tâ­nico na Índia. As torres, des­co­bertas, dis­pu­nham de três pa­ta­mares con­cên­tricos: o ex­te­rior para os ho­mens, o cen­tral para as mu­lheres e o ter­ceiro para as cri­anças. Os corpos eram ex­postos aos ani­mais ne­cró­fagos até só res­tarem os ossos, lan­çados de­pois para o fundo da torre. A prá­tica foi proi­bida no Irão em 1970, por ques­tões de sa­lu­bri­dade. As torres per­ma­necem como me­mória cul­tural.