SEP exige negociação séria

Para que a CNESE (co­missão ne­go­ci­a­dora sin­dical cons­ti­tuída pelo Sin­di­cato dos En­fer­meiros Por­tu­gueses e o Sin­di­cato dos En­fer­meiros da Re­gião Au­tó­noma da Ma­deira) par­ti­cipe na pró­xima ronda de ne­go­ci­ação com o Mi­nis­tério da Saúde, há «con­di­ções im­pres­cin­dí­veis» que de­pendem de de­cisão do Go­verno.

Numa nota di­vul­gada pelo SEP/​CGTP-IN pouco de­pois da reu­nião in­formal de dia 21, entre todos os sin­di­catos de en­fer­meiros e a mi­nistra da Saúde, são re­fe­ridos dois pontos:
emissão de ori­en­ta­ções re­la­tivas ao des­con­ge­la­mento das pro­gres­sões
e as ne­ces­sá­rias me­didas para que todos os en­fer­meiros es­pe­ci­a­listas re­cebam o su­ple­mento re­mu­ne­ra­tório.

«Não é pos­sível uma ne­go­ci­ação séria e ho­nesta sem estas ques­tões es­tarem re­sol­vidas», su­blinha o SEP, avi­sando que «ao não de­ci­direm sobre estas ma­té­rias, o Mi­nis­tério da Saúde e o Go­verno in­vi­a­bi­lizam a par­ti­ci­pação da CNESE nas ne­go­ci­a­ções sobre a Car­reira e “em­purram” os en­fer­meiros para a anun­ciada greve de 22 a 25 de Ja­neiro (por re­gião)».

Esta luta foi anun­ciada em Coimbra, no dia 19, na reu­nião da Di­recção Na­ci­onal do SEP. Na vés­pera, pre­ci­sa­mente por falta de de­cisão do Go­verno, a CNESE não par­ti­cipou na reu­nião ne­go­cial agen­dada.

Dis­tin­guindo-se da «greve ci­rúr­gica» pro­mo­vida por duas ou­tras es­tru­turas sin­di­cais, o SEP tem or­ga­ni­zado di­versas ac­ções, a nível de ins­ti­tui­ções de Saúde, sob o lema «pro­gressão não pode ser ilusão», para exigir a justa con­tagem do tempo de ser­viço (pontos) e também a con­tra­tação de en­fer­meiros ne­ces­sá­rios nos ser­viços, de­sig­na­da­mente: ple­ná­rios e con­cen­tra­ções, no Ins­ti­tuto Por­tu­guês de On­co­logia, em Lisboa, no dia 12, no Hos­pital Santa Maria, dia 17, e no Hos­pital Fer­nando Fon­seca (Ama­dora-Sintra), no dia 18; greves de três horas no Centro Hos­pi­talar Lisboa Oci­dental, dia 13, e no Hos­pital de Cas­cais, dia 14; ple­ná­rios na ULS Ma­to­si­nhos (dia 11), no IPO Porto (dia 13), no Hos­pital de Ma­cedo de Ca­va­leiros (dia 14), no Hos­pital Padre Amé­rico e no Hos­pital de La­mego (dia 17); greve de 2,5 horas e con­cen­tração, no Centro Hos­pi­talar Gaia-Es­pinho, dia 18; greve (8-24 horas) no ACES Pi­nhal In­te­rior Norte e Baixo Mon­dego e con­cen­tração em Coimbra, junto à ARS Centro, no dia 18.

Lutas se­me­lhantes ocor­reram du­rante o mês de No­vembro, no ACES Dão La­fões, no Centro Ro­visco Pais (dia 29), no Centro Hos­pi­talar Ton­dela-Viseu (dia 28, com ma­ni­fes­tação nas ruas de Viseu), no Hos­pital Garcia de Orta, em Al­mada, e no Al­garve (dia 30).

 



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