Melhorar regras e apoios às actividades cinematográficas

Bai­xaram à co­missão par­la­mentar de Cul­tura as pro­postas apre­sen­tadas pelo PCP de al­te­ração ao di­ploma do Go­verno que re­gu­la­menta a Lei do Ci­nema no que se re­fere a me­didas de apoio ao de­sen­vol­vi­mento e pro­tecção das ac­ti­vi­dades ci­ne­ma­to­grá­ficas e au­di­o­vi­suais. Estas al­te­ra­ções foram en­tre­gues no quadro da apre­ci­ação par­la­mentar sus­ci­tada pela ban­cada co­mu­nista àquele de­creto-lei (n.º 25/​2018, de 24 de Abril), ocor­rida no dia 20 de De­zembro, em sessão ple­nária na qual es­ti­veram igual­mente em de­bate ini­ci­a­tivas idên­ticas do BE, PSD e CDS.

Em causa está a ne­ces­si­dade de «ga­rantir fi­nan­ci­a­mento ade­quado e formas claras de atri­buição dos justos e de­vidos apoios pú­blicos à cri­ação e à pro­dução cul­tu­rais, neste caso, ci­ne­ma­to­grá­ficas».

Disse-o no de­curso do de­bate a de­pu­tada co­mu­nista Ana Mes­quita, pre­o­cu­pada que está com as con­sequên­cias de uma «po­lí­tica de es­tran­gu­la­mento da pro­dução ar­tís­tica e ci­ne­ma­to­grá­fica», a qual, na sua óp­tica, se traduz numa «cada vez maior su­jeição à mo­no­cul­tura das grandes pro­du­toras e dis­tri­bui­doras».

Daí que o PCP de­fenda o fi­nan­ci­a­mento dos apoios à cri­ação através do «Or­ça­mento do Es­tado e não, apenas e só, por via de taxas co­brada», es­cla­receu Ana Mes­quita, num de­bate onde a mi­nistra da Cul­tura, Graça Fon­seca, afirmou a dis­po­ni­bi­li­dade do Go­verno no sen­tido de «con­tri­buir para me­lhorar a forma como é re­gu­lado o sis­tema de júris e também todo o mo­delo de fi­nan­ci­a­mento do ci­nema».

Entre as pro­postas de al­te­ração apre­sen­tadas pela ban­cada co­mu­nista está a que visa as­se­gurar a ro­ta­ti­vi­dade dos ele­mentos das listas de ju­rados, bem como a sua ho­mo­lo­gação sem de­pender de qual­quer va­li­dação por via da SECA – Secção Es­pe­ci­a­li­zada do Ci­nema e Au­di­o­vi­sual do Con­selho Na­ci­onal de Cul­tura.

O PCP quer ver ainda «re­for­çada a pro­tecção so­cial dos de­ten­tores dos di­reitos e au­tores das obras», de­fen­dendo, por outro lado, a gra­tui­ti­dade da pro­moção de obras ci­ne­ma­to­grá­ficas na­ci­o­nais apoi­adas pelo ICA.

Pre­co­ni­zado é também o alar­ga­mento aos re­a­li­za­dores dos apoios fi­nan­ceiros, que o de­creto-lei hoje res­tringe apenas ao pro­dutor in­de­pen­dente no que toca à es­crita e ao de­sen­vol­vi­mento de obras ci­ne­ma­to­grá­ficas, bem como em termos de apoio à fi­na­li­zação da obra.

In­de­pen­den­te­mente destas ques­tões pre­sentes no de­creto-lei, para o PCP, há ou­tros as­pectos fun­da­men­tais ao nível da le­gis­lação que con­ti­nuam por re­solver. É o caso das la­cunas e fa­lhas exis­tentes para ga­rantir a exi­bição de ci­nema por­tu­guês, bem como para pro­mover e es­ti­mular o ci­nema não co­mer­cial, sem falar do pró­prio apoio à di­gi­ta­li­zação ou do apoio aos ci­ne­clubes e fes­ti­vais de ci­nema, su­ma­riou Ana Mes­quita, antes de rei­terar o com­pro­misso do PCP em pros­se­guir a luta para «as­se­gurar o di­reito à cri­ação e o di­reito à cul­tura, en­quanto di­men­sões e ver­tentes da pró­pria de­mo­cracia».




Mais artigos de: Assembleia da República

Alterações ao arrendamento urbano

O Parlamento aprovou dia 21 dois textos com alterações à legislação do arrendamento urbano, elaborados pela comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Poder Local e Habitação, a partir de diplomas apresentados pelo Governo, BE e PSD. Um deles, dirigido para corrigir situações de desequilíbrio entre arrendatários e...