Aeroporto no Montijo é uma «solução sem futuro»

TRANS­PORTES O Go­verno as­sinou an­te­ontem um pro­to­colo com a ANA – Ae­ro­portos de Por­tugal para a ex­pansão da ca­pa­ci­dade ae­ro­por­tuária de Lisboa. Cons­truir um «ape­a­deiro» no Mon­tijo não é so­lução, afirma o PCP.

A ex­tensão do ae­ro­porto Hum­berto Del­gado, em Lisboa, e a trans­for­mação da base área do Mon­tijo em ae­ro­porto civil é ceder à «chan­tagem» da mul­ti­na­ci­onal Vinci, que, com os lu­cros ar­re­ca­dados desde a pri­va­ti­zação da ANA, vai cons­truir um «ape­a­deiro» no Mon­tijo, acusa o PCP.
A ce­ri­mónia da as­si­na­tura ocorreu quando ainda não foi en­tregue o Es­tudo de Im­pacto Am­bi­ental (EIA) pela ANA. «O Go­verno es­força-se por es­conder a re­a­li­dade ob­jec­tiva de que cedeu a uma chan­tagem e aban­donou um pro­jecto es­tra­té­gico», re­fere o PCP, em nota do seu Ga­bi­nete de Im­prensa, con­si­de­rando a «opção» do ae­ro­porto no Mon­tijo uma «so­lução sem fu­turo». «Daqui a não muitos anos, o País vol­tará a estar con­fron­tado com a ne­ces­si­dade de cons­truir um novo ae­ro­porto, só que desta vez sem as re­ceitas ae­ro­por­tuá­rias que irão parar aos co­fres da mul­ti­na­ci­onal Vinci», prevê o Par­tido.
Em al­ter­na­tiva, o PCP re­a­firma a sua «opção» pela cons­trução de um novo ae­ro­porto para Lisboa de forma fa­seada no Campo de Tiro de Al­co­chete, que se in­sere numa «pers­pec­tiva de de­sen­vol­vi­mento do País, de afir­mação de todo o sector da avi­ação civil, in­cluindo da pró­pria TAP que o Es­tado detém em 50 por cento, de ar­ti­cu­lação com ou­tros modos de trans­porte, in­cluindo com a fer­rovia (in­cluindo a Alta Ve­lo­ci­dade), com a ter­ceira tra­vessia sobre o Tejo e o apa­relho pro­du­tivo na­ci­onal».
Esta es­colha, sendo fa­seada, per­mi­tiria a «de­sac­ti­vação da Por­tela e a afec­tação destes ter­renos a ou­tras ne­ces­si­dades da Área Me­tro­po­li­tana de Lisboa, in­cluindo no plano pro­du­tivo», adi­antam os co­mu­nistas.
Sobre as ques­tões de ur­gência que têm sido as­si­na­ladas, o PCP acentua que, con­tra­ri­a­mente ao que o Go­verno diz, «a so­lução Campo de Tiro de Al­co­chete não atra­saria, face ao pro­jecto do Mon­tijo, a en­trada em fun­ci­o­na­mento de uma pri­meira fase da nova infra-es­tru­tura».

Pro­testos no Mon­tijo

Junto à base aérea do Mon­tijo, onde de­correu a as­si­na­tura do acordo, teve lugar uma ma­ni­fes­tação da Pla­ta­forma Cí­vica Ae­ro­porto BA6 Não!, que en­tregou ao Go­verno um do­cu­mento onde se de­nuncia que a cons­trução do ae­ro­porto no Mon­tijo irá afectar cerca de 30 mil pes­soas dos con­ce­lhos da Moita e do Bar­reiro, com ní­veis de ruído muito ele­vados, que estão de­baixo do cone de des­co­lagem/​ater­ragem. O pro­testo contou com a pre­sença do pre­si­dente da Câ­mara da Moita, Rui Garcia, que, à Lusa, su­bli­nhou que a es­colha do Mon­tijo tem «im­pactos graves sobre o am­bi­ente e o po­ten­cial de de­sen­vol­vi­mento do es­tuário do Tejo».
Para hoje, quinta-feira, foi agen­dado pelo Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes» um de­bate no ple­nário da As­sem­bleia da Re­pú­blica para dis­cutir a de­cisão do Go­verno de cons­truir um ae­ro­porto com­ple­mentar ao de Lisboa, no Mon­tijo, sem o EIA, um «ins­tru­mento de po­lí­tica de am­bi­ente que é de­ter­mi­nante para a to­mada de de­ci­sões».

- PCP in­siste em mais in­ves­ti­mento em toda a fer­rovia




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