Alunos da ES de Camões recusam condições deploráveis

LISBOA Os alunos da Escola Secundária de Camões realizaram uma marcha lenta, no dia 10 de Janeiro, para exigir as obras prometidas para o edifício centenário. A 22 de Março tem lugar uma jornada de luta nacional.

Grande jornada de luta a 22 de Março

Os estudantes, cerca de 400, acompanhados pelos pais e professores, saíram do antigo Liceu Camões e desfilaram até ao Parlamento. «Governo, escuta, os estudantes do Camões estão em Luta» e «obras já» foram algumas das palavras de ordem mais gritadas durante o percurso. Nos diversos cartazes denunciava-se «O tecto cai-me em cima» e exigia-se «Uma escola pública de qualidade para todos».

Além da efectivação das obras na Escola Secundária, de modo a garantir as condições necessárias para todos os que a frequentam e queiram frequentar no futuro, os alunos pretendem, também, o aumento do financiamento para a Educação.

No mesmo dia, foi lançado um novo concurso para as obras da escola, no valor de 15,2 milhões de euros (sem IVA), depois de em 2018 se ter avançado com um concurso internacional que não teve concorrentes.

Apelo nacional
No final do protesto, a Associação de Estudantes da ES de Camões lançou um apelo nacional para a realização de uma «grande jornada de luta», no dia 22 de Março, no âmbito das comemorações do Dia Nacional dos Estudantes. A data, de «comemoração e homenagem», será de «luta, nas ruas de todo o País, pela escola pública, gratuita, democrática e de qualidade».

«Estão à vista» as «consequências da política de desinvestimento e desresponsabilização do Estado à Educação», refere o texto do apelo, lido junto à Assembleia da República, onde também se denunciam «os graves atentados» aos direitos dos estudantes.

No documento, os estudantes exigem obras nas escolas degradadas; a contratação de professores, funcionários e outros técnicos; a redução do número de alunos por turma; a valorização da via profissionalizante; a gratuitidade do passe escolar; o fim da municipalização da Educação para as autarquias; a revogação do estatuto do aluno; o fim dos exames nacionais; um Ensino Superior para todos.

No apelo refere-se, ainda, que em 2019 comemoram-se os 45 anos da Revolução dos Cravos, que pôs fim «a uma ditadura fascista que, durante 48 anos, condenou milhões à pobreza e à mordaça» e, nos seus últimos anos, «enviou milhares de jovens portugueses para a guerra». «Nestes 48 anos os estudantes não baixaram os braços e também a sua acção foi importante para o derrube do fascismo», valoriza-se.

Solidariedade com a luta

Partilhando de todas as preocupações e reivindicações que os estudantes da Escola Secundária de Camões trouxeram às ruas de Lisboa, a JCP manifestou, em comunicado, a sua solidariedade com a luta desenvolvida no passado dia 10.

Estes estudantes «estão fartos de sucessivas promessas da resolução dos seus problemas» e «não querem palavras, discursos e orçamentos», mas que «os seus problemas sejam resolvidos», afirmam os jovens comunistas, exigindo a «realização imediata das obras» na escola. Nesta instituição, recorda-se, o «edifício encontra-se degradado», os «estudantes têm de levar mantas para a escola por causa do frio», o «campo está vedado por causa da falta de condições» e «chegou a cair um telhado».

 



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