Marcha este sábado em Lamas contra despedimentos ilegais
SOLIDARIEDADE A coragem de Cristina Tavares, que os patrões entendem ser «difamação», é um exemplo e merece todo o apoio, para prosseguir a luta por trabalho com direitos.
Outras iniciativas sindicais vão ocorrer nos próximos tempos
O Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte convocou para sábado, dia 19, uma «marcha solidária contra despedimentos ilegais», que tem início às 9h30, no parque de Santa Maria de Lamas, seguindo até à sede da associação patronal APCOR.
Esta é a primeira das iniciativas públicas que o sindicato da Feviccom/CGTP-IN decidiu realizar, em resposta ao despedimento de Cristina Tavares, consumado dia 10, quinta-feira, pela empresa Fernando Couto Cortiças, de Paços de Brandão.
O PCP, numa nota da Comissão Concelhia de Santa Maria da Feira, dia 11, veio «repudiar por completo a atitude da empresa» e demonstrar «solidariedade com a luta desta trabalhadora, reforçando o seu apoio em todas as frentes, como tem vindo a fazer ao longo deste processo».
A posição do sindicato foi tornada pública no dia 12, sábado, em conferência de imprensa, na qual participaram também o Secretário-geral da CGTP-IN, dirigentes da federação do sector e da União dos Sindicatos de Aveiro, e a trabalhadora despedida segunda vez.
Com o apoio do sindicato, Cristina Tavares resistiu e contestou o despedimento por extinção do posto de trabalho, em 2016. Em Maio de 2018, a Relação do Porto obrigou a empresa a reintegrá-la. Graves práticas de assédio e discriminação foram denunciadas desde Setembro. A 26 de Novembro, a ACT autuou a Fernando Couto Cortiças em 31 mil euros e, no dia 28, a empresa determinou a suspensão da trabalhadora, para um processo disciplinar com vista a despedimento. Este foi comunicado no dia 10, alegando difamação.
«A Cristina é uma trabalhadora vítima de assédio e de segundo despedimento ilícito» e «merece a solidariedade de todos os trabalhadores», frisou Arménio Carlos na conferência de imprensa.
A trabalhadora confirmou a sua determinação de lutar pelo posto de trabalho, enquanto a CGTP-IN reafirmou que vai incrementar a denúncia pública deste comportamento patronal.
Uma delegação do Movimento Democrático de Mulheres estará presente na marcha em Santa Maria de Lamas, anunciou a sua Direcção Nacional, numa nota de solidariedade emitida dia 13, na qual reafirma «a maior solidariedade a esta mulher, já hoje reconhecida como exemplo de dignidade e de coragem».