Com a CDU, abrir caminhos de progresso e esperança

PORTIMÃO No Au­di­tório Mu­ni­cipal não cou­beram todos os que, sá­bado, que­riam ouvir Jeró­nimo de Sousa e João Fer­reira falarem da si­tu­ação po­lí­tica ac­tual e das lutas elei­to­rais que se avi­zi­nham.

Os au­mentos ve­ri­fi­cados nos sa­lá­rios ficam aquém do que se im­punha e era pos­sível

O Au­di­tório Mu­ni­cipal de Por­timão foi pe­queno para quem quis ouvir Je­ró­nimo de Sousa, Se­cre­tário-geral do PCP, afirmar que «temos de levar o mais longe pos­sível a luta pela re­po­sição dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores e do nosso povo ex­tor­quidos nestes úl­timos anos». Muitos ca­ma­radas e amigos do Par­tido fi­caram na rua, na tarde do úl­timo sá­bado.

Num am­bi­ente ca­lo­roso, Je­ró­nimo de Sousa lem­brou que os «sa­lá­rios dos por­tu­gueses estão ainda abaixo dos ní­veis do início do sé­culo» e que o que se tem «ob­tido fica aquém do que se im­punha e do que era pos­sível». Somos o «único país, jun­ta­mente com a Itália, em que os tra­ba­lha­dores não re­cu­pe­raram o valor dos seus sa­lá­rios de há vinte anos». Trata-se de uma re­a­li­dade re­co­nhe­cida pela pró­pria Co­missão Eu­ro­peia. Por con­se­guinte, não es­panta que se tenha apro­fun­dado a «in­jus­tiça na dis­tri­buição da ri­queza em Por­tugal».

E in­sistiu: «Aqui ao lado, em Es­panha, o sa­lário mí­nimo, nestes quatro anos, subiu quase 300 euros! Era pos­sível ir mais longe e é pos­sível ir mais além!». De­pois de vá­rias con­si­de­ra­ções no mesmo sen­tido, o Se­cre­tário-geral dos co­mu­nistas con­cluiu que «é pre­ciso avançar na me­lhoria das leis la­bo­rais e em de­fesa da parte mais fraca e não andar para trás, como pre­tende o PS de mãos dadas com o PSD e CDS».

O di­ri­gente co­mu­nista de­teve-se, em par­ti­cular, na si­tu­ação que se vive ac­tu­al­mente no Ser­viço Na­ci­onal de Saúde (SNS), «ob­jecto de uma per­versa acção de­ses­ta­bi­li­za­dora das forças do ca­pital e a braços com a falta de in­ves­ti­mento e de um sub­fi­nan­ci­a­mento cró­nico di­tado pelo po­lí­tica de ob­sessão do dé­fice que do­minou nos úl­timos anos pela mão de PS, PSD e CDS», po­lí­tica que «de­te­ri­orou equi­pa­mentos, re­tirou meios hu­manos e de­gradou pro­fun­da­mente a qua­li­dade da res­posta dos ser­viços pú­blicos». Ainda sobre o mesmo tema, o di­ri­gente co­mu­nista de­fendeu uma Lei de Bases, como a que o PCP apre­sentou que im­peça a «mer­can­ti­li­zação da Saúde, re­force e va­lo­rize o papel do SNS». Para o Se­cre­tário-geral, o que «está em causa é saber se a saúde é um di­reito ou um ne­gócio para os pri­vados».

Há que pôr fim a um ne­gócio es­can­da­loso

Pas­sando aos pro­blemas do Al­garve e dos al­gar­vios, Je­ró­nimo de Sousa as­se­gurou que o «Par­tido não de­siste dos com­bates que tem que travar por mais di­fí­ceis que possam ser. Foi por isso que ainda ontem, sexta-feira, le­vámos à vo­tação na As­sem­bleia da Re­pú­blica, pela 12.ª vez, a nossa pro­posta vi­sando a eli­mi­nação de por­ta­gens na Via do In­fante». No en­tanto, «uma vez mais, as­sis­timos à con­ver­gência de sempre, entre PS, PSD e CDS, para chumbar a nossa pro­posta».

Pas­sando às elei­ções, o Se­cre­tário-geral do Par­tido cons­tatou que vale a pena votar na CDU, como o atesta o tra­balho re­a­li­zado. «Quantos mais votos e mais de­pu­tados eleitos pela CDU nas elei­ções de 2019, mais força te­remos na luta pela con­cre­ti­zação de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva em Por­tugal – a po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda pela qual lu­tamos e o País pre­cisa». E, se o Par­tido tem ra­zões para en­carar com con­fi­ança o com­bate elei­toral, sus­ten­tada pelo tra­balho efec­tuado no Par­la­mento Eu­ropeu, a mesma con­fi­ança advém da «nossa acção e ini­ci­a­tiva no País, no­me­a­da­mente, nos úl­timos três anos da pre­sente le­gis­la­tura, que cor­res­ponde a uma nova fase da vida po­lí­tica na­ci­onal».

E o di­ri­gente co­mu­nista re­alçou uma «longa lista dos avanços», como a «re­po­sição dos sa­lá­rios e dos fe­ri­ados, o au­mento de re­formas e pen­sões, abono de fa­mília e pré-natal, re­forço do apoio às pes­soas com de­fi­ci­ência, aos de­sem­pre­gados», além de muitos ou­tros. Por exemplo, a va­lo­ri­zação das longas car­reiras con­tri­bu­tivas, a re­po­sição das 35 horas se­ma­nais na Ad­mi­nis­tração Pú­blica e o di­reito à pro­gressão na car­reira, a ge­ne­ra­li­zação da gra­tui­ti­dade dos ma­nuais es­co­lares, o re­forço da acção so­cial es­colar, a re­dução das pro­pinas, bem como das taxas mo­de­ra­doras na saúde e dos custos dos me­di­ca­mentos. Acres­cente-se a eli­mi­nação do Im­posto Es­pe­cial por Conta, que muito di­fi­cul­tava as micro, pe­quenas e mé­dias em­presas.

Por­tanto, con­cluiu Je­ró­nimo de Sousa, «é pos­sível levar a luta mais longe! É pos­sível abrir ca­mi­nhos de pro­gresso e de es­pe­rança, dando mais força à CDU!»

Vão ter que meter a viola no saco

«Olhando para esta casa, a di­reita vai ter que meter a viola no saco. É que sabe que es­tamos fortes e vamos ga­nhar», co­meçou por de­clarar João Fer­reira, ca­beça de lista da CDU às elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu, pe­rante uma sala cheia e en­tu­si­as­mada. E o can­di­dato lem­brou que quando fa­lamos de «trans­portes, da saúde e da edu­cação, dos sa­lá­rios e do em­prego, dos di­reitos e das li­ber­dades, es­tamos a falar também de po­lí­ticas eu­ro­peias».

Po­lí­ticas eu­ro­peias ela­bo­radas em Bru­xelas ou Es­tras­burgo, apro­vadas com a cum­pli­ci­dade do PS, que con­du­ziram ao en­cer­ra­mento de muitas uni­dades in­dus­triais, ex­plo­ra­ções agrí­colas e ac­ti­vi­dades pis­ca­tó­rias. «Fe­cham 40 ex­plo­ra­ções por dia e im­por­tamos dois terços do peixe que con­su­mimos», eis o dra­má­tico pa­no­rama apre­sen­tado pelo can­di­dato da CDU.

Nos cor­reios e nos trans­portes as coisas não estão me­lhores, como todos sa­bemos. «Há já 40 con­ce­lhos do País sem es­tação dos CTT, no se­gui­mento da li­be­ra­li­zação dos ser­viços pos­tais apro­vados a nível eu­ropeu com os votos dos so­ci­a­listas», acusou João Fer­reira.

Além disso, a dí­vida ex­terna «ex­plodiu», fa­zendo de Por­tugal um dos «países mais en­di­vi­dados do mundo». To­davia, apesar de «fa­zerem tudo ao con­trário do que nos pro­me­teram», foi pos­sível avançar na «re­po­sição de di­reitos e ren­di­mentos». Ainda que as ins­ti­tui­ções eu­ro­peias façam uso de um poder que não lhes demos, «não há pres­sões que nos travem na luta pela con­quista e re­po­sição de di­reitos», en­fa­tizou o can­di­dato. Mas, se há lutas que ti­veram êxito e di­reitos que foram re­cu­pe­rados, como su­bli­nhara já Je­ró­nimo de Sousa, «há também muitos pro­blemas por re­solver, so­bre­tudo es­tru­tu­rais, e nos mais di­versos do­mí­nios: nas pescas e na agri­cul­tura, na in­dús­tria e no en­sino, no campo so­cial e nos trans­portes».

A ver­dade é que o «nosso tra­balho nas ins­ti­tui­ções eu­ro­peias dis­tingue-se de todas as ou­tras forças po­lí­ticas, por via da nossa forte li­gação ao País e ao povo». Por isso «vi­emos ao Al­garve co­nhecer as re­a­li­dades, reunir com os tra­ba­lha­dores, com os agri­cul­tores e os pes­ca­dores, com a uni­ver­si­dade e os sin­di­catos, com todos os que re­sistem e dão o seu con­tri­buto para a ri­queza na­ci­onal».

João Fer­reira re­cusou a ideia de que os «po­lí­ticos são todos iguais». Não, «não são todos a mesma coisa».

Por ini­ci­a­tiva dos co­mu­nistas no PE, foram alar­gados os cri­té­rios de ajuda aos pre­ju­di­cados pelos fogos, dado apoio aos pes­ca­dores du­rante a pa­ragem da pesca à sar­dinha, bem como aos ma­ris­ca­dores da Ria For­mosa. A pro­dução do sal foi tor­nada uma ac­ti­vi­dade de na­tu­reza bi­o­ló­gica.

A de­pen­dência de uma só ac­ti­vi­dade

André Santos, da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Al­garve do PCP, falou do de­fi­nha­mento da pesca e da sa­zo­na­li­dade tu­rís­tica. «Estão cen­tenas de es­ta­be­le­ci­mentos ho­te­leiros en­cer­rados e mi­lhares de tra­ba­lha­dores em casa, muitos sem re­mu­ne­ração», efeitos da «de­pen­dência de toda uma re­gião de uma só ac­ti­vi­dade».

Diga-se, ainda, que foi o Grupo Coral da So­ci­e­dade Fi­lar­mó­nica Sil­vense que abriu este co­mício, en­cer­rando a sua ac­tu­ação com o ac­tu­a­lís­simo Acordai, de Lopes-Graça.




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