Quinzena de luta no comércio

Com uma acção pú­blica frente aos Ar­ma­zéns do Chiado, em Lisboa, o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores do Co­mércio e Ser­viços de Por­tugal (CESP) ini­ciou na sexta-feira, dia 15, uma «quin­zena de luta» fo­cada em em­presas da grande dis­tri­buição e do re­talho tra­di­ci­onal.

No co­mércio a re­talho dos con­ce­lhos de Lisboa e Cas­cais, cuja ne­go­ci­ação não ocorre desde 2008 e é exi­gida pelo CESP à União das As­so­ci­a­ções de Co­mércio e Ser­viços da Re­gião de Lisboa, a ta­bela sa­la­rial está de­sac­tu­a­li­zada e as car­reiras e ca­te­go­rias pro­fis­si­o­nais estão des­va­lo­ri­zadas.

A as­so­ci­ação pa­tronal alega que se trata de em­presas pe­quenas, mas o sin­di­cato re­corda que nestes con­ce­lhos o cres­ci­mento do tu­rismo tem im­pul­si­o­nado um au­mento das vendas e de­fende que a rei­vin­di­cação de au­mentos sa­la­riais é com­por­tável.

No dia 18, se­gunda-feira, di­ri­gentes e de­le­gados sin­di­cais e ou­tros tra­ba­lha­dores le­varam o pro­testo para a Rua de Santa Ca­ta­rina, no Porto, des­ta­cando a si­tu­ação no sector da grande dis­tri­buição e lojas es­pe­ci­a­li­zadas, com três exi­gên­cias em re­alce: ne­go­ci­ação do con­trato co­lec­tivo sem perda de di­reitos, au­mento de sa­lá­rios para todos, equi­pa­ração da car­reira dos ope­ra­dores de ar­mazém aos das lojas, e fim da Ta­bela B (com sa­lá­rios mais baixos, apli­cável em todo o País, ex­cepto nos dis­tritos de Lisboa, Porto e Se­túbal).

Além da crí­tica e pro­testo contra as po­si­ções da as­so­ci­ação pa­tronal APED, que in­siste em re­tirar di­reitos para ad­mitir ne­go­ciar sa­lá­rios, foi também re­a­fir­mada a exi­gência de res­postas de cada em­presa às rei­vin­di­ca­ções apre­sen­tadas às res­pec­tivas ad­mi­nis­tra­ções.

Frente à FNAC, foi as­si­na­lado o cres­ci­mento desta, ao longo de duas dé­cadas, en­quanto mantém muitos tra­ba­lha­dores em ní­veis sa­la­riais na faixa do mí­nimo na­ci­onal. Foi ainda con­de­nada a ge­ne­ra­li­zação da pre­ca­ri­e­dade la­boral, tanto por via de um ex­ces­sivo peso de vín­culos pre­cá­rios, como pela re­cor­rente e ina­de­quada prá­tica de con­tra­tação a tempos par­ciais.

Frente à ZARA, o sin­di­cato de­nun­ciou «as­sédio, pressão e re­pressão» sobre os tra­ba­lha­dores das lojas desta e de­mais in­síg­nias do Grupo In­ditex (Zara Home, Bershka, Pull & Bear, Mas­simo Dutti, Stra­di­va­rius, Oysho e Uterque) e re­clamou au­mento sa­la­rial digno para todos os tra­ba­lha­dores, cum­pri­mento do con­trato co­lec­tivo e, em par­ti­cular, das normas de ela­bo­ração de ho­rá­rios de tra­balho, bem como o fim da im­po­sição do uso de batom (con­de­nado como ob­jec­ti­fi­cação da mu­lher tra­ba­lha­dora).

Ao Grupo In­ditex e com rei­vin­di­ca­ções se­me­lhantes foi di­ri­gida a acção que o CESP re­a­lizou an­te­ontem, dia 19, no Fórum Mon­tijo. Aqui, o sin­di­cato de­nun­ciou ainda prá­ticas dis­cri­mi­na­tó­rias no pa­ga­mento do sub­sídio de turno e do acrés­cimo sa­la­rial por tra­balho em todos os dias da se­mana.

 



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