Fazem falta mais deputados que defendam os nossos interesses

PAR­LA­MENTO EU­ROPEU Re­forçar a CDU para avançar na re­so­lução dos pro­blemas do povo e do País – esta foi a ideia-chave que João Fer­reira re­petiu no sá­bado, 2, no dis­trito de Leiria, e que Je­ró­nimo de Sousa rei­terou no jantar-co­mício na Ma­rinha Grande, que en­cerrou a jor­nada.

Re­solver os pro­blemas do País exige en­frentar as im­po­si­ções da UE

Para dar passos em frente em vez de per­ma­necer quedos ou até re­tro­ceder, o de­safio que está co­lo­cado aos tra­ba­lha­dores por­tu­gueses e às ca­madas an­ti­mo­no­po­listas, aos quais se di­rige a CDU, é levar até ao voto a luta, os an­seios e as­pi­ra­ções a uma vida me­lhor num Por­tugal vol­tado para o de­sen­vol­vi­mento das suas po­ten­ci­a­li­dades, com ser­viços pú­blicos e di­reitos so­ciais e la­bo­rais so­li­da­mente fa­vo­rá­veis à imensa mai­oria da po­pu­lação. Este foi, de resto, o ele­mento com­ple­mentar em que in­sis­tiram quer o pri­meiro can­di­dato do PCP-PEV às elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu (PE), quer de­pois o Se­cre­tário-geral do Par­tido na ini­ci­a­tiva que deu por finda a jor­nada.

Usando da pa­lavra no jantar-co­mício no pa­vi­lhão do Grupo Des­por­tivo e Re­cre­a­tivo das Fi­gueiras, numa in­ter­venção em que teceu fortes crí­ticas à con­ver­gência de PS, PSD e CDS na sub­missão à UE e na per­pe­tu­ação dos eixos cen­trais da po­lí­tica de di­reita (ver pá­gina 8), Je­ró­nimo de Sousa notou a im­por­tância dos com­bates elei­to­rais para o PE, a 26 de Maio, e para a As­sem­bleia da Re­pú­blica, a 6 de Ou­tubro, cujos têm «grande in­fluência na evo­lução ime­diata da vida po­lí­tica na­ci­onal».

Su­bli­nhou, pre­ci­sando, que tendo cada su­frágio «as suas es­pe­ci­fi­ci­dades», ambos vão «pesar no seu con­junto» para «con­cre­tizar novos avanços nas con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e do povo, dar mais força à luta pela con­cre­ti­zação de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva em Por­tugal – a po­lí­tica pa­trió­tica e es­querda pela qual lu­tamos – e mais força à exi­gência de uma Eu­ropa a favor dos tra­ba­lha­dores e dos povos».

Para tal, é con­dição in­dis­pen­sável o re­forço da CDU, desde logo no PE, já que, pros­se­guiu o Se­cre­tário-geral do PCP, o au­mento do nú­mero de eleitos co­mu­nistas e eco­lo­gistas no he­mi­ciclo da UE pode sig­ni­ficar «o início de um ca­minho de con­quista e avanço».

De longe os me­lhores

É in­ques­ti­o­nável que os eleitos da CDU no PE dis­tin­guem-se dos de­mais das ou­tras forças po­lí­ticas, não apenas pelo facto de terem sido, ao longo de cinco anos, «os mais ac­tivos, co­e­rentes e in­ter­ven­tivos de­pu­tados por­tu­gueses», os mais em­pe­nhados na «pro­cura de so­lu­ções com pro­postas con­cretas para re­solver pro­blemas con­cretos», mas igual­mente os únicos que em todos os mo­mentos se mos­traram «vin­cu­lados aos in­te­resses na­ci­o­nais e do nosso povo e ao de­sen­vol­vi­mento so­be­rano o País».

Con­tudo, estes factos são ainda pouco co­nhe­cidos e, em con­sequência, in­su­fi­ci­en­te­mente re­co­nhe­cidos pelas am­plas massas po­pu­lares. Daí, apelou Je­ró­nimo de Sousa, ser ne­ces­sário «que cada um seja um com­ba­tente», dis­po­ni­bi­li­zando-se a in­te­grar «uma grande cam­panha elei­toral que leve a nossa pro­posta, a nossa opi­nião, o nosso apelo ao voto na CDU às mais largas e am­plas ca­madas do nosso povo».

Em bom rigor, essa pres­tação de contas e, si­mul­ta­ne­a­mente, a de­núncia das con­sequên­cias da po­lí­tica que une PS, PSD, CDS e UE e a afir­mação do ca­minho e do papel dis­tinto que os co­mu­nistas e os seus ali­ados elei­to­rais pro­ta­go­nizam, foi o que fez João Fer­reira ao longo de todo o dia de sá­bado nas Caldas da Rainha, em Leiria e em São Mar­tinho do Porto (ver caixas).

Uma pres­tação de contas, disse João Fer­reira já no jantar-co­mício na Ma­rinha Grande, que «nem todos estão em con­di­ções de fazer». Por isso, «numa al­tura em que as elei­ções mais se as­se­me­lham a uma feira de pro­messas, nós mos­tramo-nos di­fe­rentes», re­alçou ainda o de­pu­tado ao PE e re­can­di­dato como ca­beça de lista da CDU.

Tra­du­zindo aquela con­clusão em factos ve­ri­fi­cá­veis, de­sig­na­da­mente ao dar conta das vi­sitas efec­tu­adas pelos de­pu­tados co­mu­nistas eleitos nas listas da CDU para o PE ao dis­trito, assim como da in­ter­venção que tal con­tacto com a re­a­li­dade per­mitiu efec­tuar em Es­tras­burgo (entre ou­tros casos, re­feriu as ques­tões sus­ci­tadas a res­peito das in­dús­trias do vidro e dos moldes e da acção dos tra­ba­lha­dores em de­fesa da con­tra­tação co­lec­tiva; os alertas an­te­ri­ores e pos­te­ri­ores à tra­gédia que de­vas­taram o Pi­nhal de Leiria e à pro­vo­cada pela pas­sagem da tem­pes­tade Leslie; os apoios de que ca­rece a pesca e a agri­cul­tura; as pos­si­bi­li­dades de mo­bi­li­zação de fundos co­mu­ni­tá­rios no quadro do re­forço do in­ves­ti­mento pú­blico no or­de­na­mento do ter­ri­tório, am­bi­ente e des­po­luição, me­lhoria dos ser­viços pú­blicos e fun­ções so­ciais do Es­tado e na pro­dução na­ci­onal), João Fer­reira cons­tatou de­pois outra evi­dência.

«Tem dito este Go­verno que é pos­sível o País fazer uma po­lí­tica di­fe­rente e, ao mesmo tempo, cum­prir com as de­ter­mi­na­ções da UE. Pois tudo isto de que aqui fa­lámos e mais, de­monstra não a con­fir­mação, mas o des­men­tido desta tese. O que a re­a­li­dade de­monstra é que re­solver os pro­blemas do País exige en­frentar as im­po­si­ções da UE», con­si­derou.

Assim, con­cluiu, «o PS diz que é em Por­tugal o Par­tido que me­lhor de­fende a UE. Pois o que o País pre­cisa é de quem na UE de­fenda os in­te­resses de Por­tugal».

 

Fa­çamos nós por nossas mãos

Como é há­bito, nos pe­ríodos de pré-cam­panha e cam­panha elei­toral so­bejam pes­quisas sobre in­ten­ções de voto. Estas já co­me­çaram e «hão-de vir aí mais», ad­vertiu João Fer­reira, que alu­dindo no jantar-co­mício às son­da­gens que há cinco anos, num total de «mais de uma dúzia», atri­buíram in­va­ri­a­vel­mente à CDU «um re­sul­tado pior do que aquele que ob­teve», sa­li­entou que num con­texto em que aquelas surgem e pro­li­feram a par de ou­tras «ma­no­bras de di­versão», impõe-se «a mo­bi­li­zação para o es­cla­re­ci­mento, para o voto na CDU, cha­mando à atenção para este tra­balho dis­tin­tivo que fi­zemos».

«E é sobre o chão só­lido e con­fi­ante desse tra­balho que nos dis­tingue de todas as ou­tras forças, que vamos cons­truir um grande re­sul­tado já nas elei­ções para o PE. E de­pois nas ou­tras [para a AR, a 6 de Ou­tubro] que hão-de vir», frisou.

«A ta­refa não é fácil. Mas nós também não es­tamos ha­bi­tu­ados a ta­refas fá­ceis», lem­brou por outro lado João Fer­reira. Com efeito, tal ficou de­mons­trado nos con­tactos efec­tu­ados a meia da manhã no Mer­cado Mu­ni­cipal de Leiria e, em se­guida, na feira se­manal da ci­dade. Não foram poucos aqueles que, em de­sa­bafo le­gí­timo face ao que vêem fazer PS, PSD e CDS, me­teram todos no mesmo saco.

João Fer­reira, Ângelo Alves, da Co­missão Po­lí­tica do PCP e a co­mi­tiva de ac­ti­vistas e apoi­antes da CDU que acom­pa­nhava can­di­dato e di­ri­gente, não deram por per­dida ne­nhuma opor­tu­ni­dade para es­cla­recer e de­mons­trar que os co­mu­nistas e os seus ali­ados são, efec­ti­va­mente, sin­gu­lares: nos in­te­resses que de­fendem, nas pro­postas e rumo que pro­põem, na acção e ini­ci­a­tiva face às di­fi­cul­dades e cons­tran­gi­mentos, mor­mente os que nos são im­postos pela UE, e na con­duta adop­tada no exer­cício de cargos pú­blicos.

Esse es­cla­re­ci­mento, re­petiu-o João Fer­reira à tarde na sessão ocor­rida em São Mar­tinho do Porto. E pro­va­vel­mente fa-lo-á muitas mais vezes até ao dia 26 de Maio. O que mostra a ur­gência da des­mon­tagem de ideias feitas e das tais «ma­no­bras de di­versão» a que aludiu pos­te­ri­or­mente na Ma­rinha Grande.

Falsa cons­ci­ência in­cu­tida nas massas acerca da po­lí­tica, dos po­lí­ticos e das res­pon­sa­bi­li­dades que PS, PSD e CDS têm na si­tu­ação a que chegou o País e o povo, cujas ra­zões de queixa são, na es­ma­ga­dora mai­oria das vezes, justas.

Falta to­davia àqueles que vivem do seu tra­balho ou dos des­contos efec­tu­ados du­rante uma vida de la­buta, as­si­milar que está nas suas pró­prias mãos con­fiar na­queles que são por­ta­dores de so­lu­ções e de um pro­jecto al­ter­na­tivos. É que, como não se cansou de re­cordar João Fer­reira nos con­tactos re­a­li­zados, «en­gana-se quem acha que ao apostar nas mesmas “so­lu­ções” e pro­ta­go­nistas terá um re­sul­tado di­fe­rente. Não terá».

 

«Go­verno anuncia pouco, muitas vezes,

para não fazer nada»

O pé­riplo do ca­beça de lista do PCP-PEV às elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu pelo dis­trito de Leiria co­meçou com um en­contro com a Co­missão de De­fesa da Linha do Oeste e de­zenas de po­pu­lares na es­tação de com­boios das Caldas da Rainha. João Fer­reira já ali havia es­tado no Verão pas­sado, jus­ta­mente quando utentes e po­pu­lação se mo­bi­li­zaram contra a al­te­ração de ho­rá­rios e su­pressão de ser­viços que ame­a­çavam dar a ma­cha­dada final num troço fer­ro­viário es­sen­cial à mo­bi­li­dade de pes­soas e bens.

Rui Ra­poso, da co­missão de utentes, ex­plicou que fruto da luta de­sen­vol­vida, o Go­verno foi for­çado a al­terar os planos. Hoje cir­culam entre cinco a sete com­po­si­ções por dia, o que, não cor­res­pon­dendo «ao ponto de­se­jável – está até muito longe disso –, per­mite a ma­nu­tenção da linha e o re­gresso dos utentes», ve­ri­fi­cando-se que «ha­vendo com­boios, há utentes que deles se servem».

A po­pu­lação aguarda, agora, que o exe­cu­tivo li­de­rado por An­tónio Costa con­cre­tize, «além da che­gada do ma­te­rial cir­cu­lante anun­ciado», a elec­tri­fi­cação da Linha do Oeste, «anun­ciada em 2016 e re­a­nun­ciada já em 2018». Não menos im­por­tante, pre­tendem a va­lo­ri­zação da EMEF, uma vez que ali nas Caldas da Rainha se sentem di­a­ri­a­mente as con­sequên­cias da de­gra­dação de uma em­presa que, «ma­ni­fes­ta­mente, não tem ca­pa­ci­dade para dar res­posta às com­po­si­ções ava­ri­adas ou aci­den­tadas», e muito menos para cons­truir com­boios, o que seria o de­se­jável, acres­centou Rui Ra­poso.

É ne­ces­sária a mo­der­ni­zação da Linha do Oeste em toda a sua ex­tensão, e não apenas em parte, de­fendeu, por seu lado, João Fer­reira di­ri­gindo-se aos in­ter­lo­cu­tores, a quem ex­pressou pa­la­vras de re­co­nhe­ci­mento de­vido pelos re­sul­tados al­can­çados.

«Se hoje con­ti­nuam a cir­cular com­boios na Linha do Oeste, à co­missão de utentes e à po­pu­lação se deve», afirmou João Fer­reira, que não perdeu ainda a opor­tu­ni­dade para dar nota que do con­junto de ques­ti­o­na­mentos feitos pelos de­pu­tados co­mu­nistas no PE, re­sulta claro que «existem re­cursos para in­vestir em infra-es­tru­turas de trans­portes e nesta linha em par­ti­cular», assim «queira o Go­verno mo­bi­lizá-los».

Para tal, in­sistiu, «é pre­ciso con­correr, apre­sentar os pro­jectos» e avançar com a par­cela de di­nheiro que cabe ao Es­tado por­tu­guês, o que, por seu lado, não pode su­ceder «sem co­locar em causa «li­mi­ta­ções, im­po­si­ções e cons­tran­gi­mentos da UE que os su­ces­sivos go­vernos e os de­pu­tados do PS, PSD e CDS», cá e lá, «têm acei­tado e pro­mo­vido».

Com fortes crí­ticas ao ex-mi­nistro das Infra-es­tru­turas e Pla­ne­a­mento, que deixou o cargo para ser ca­beça-de-lista do PS nas elei­ções de 26 de Maio, Pedro Mar­ques, e à pri­meira de­pu­tada do PS eleita pelo dis­trito de Leiria e também can­di­data pelo PS no mesmo pleito, Mar­ga­rida Mar­ques (que só se aper­cebeu do es­tado da Linha do Oeste quando quis fazer a vi­agem de com­boio e não pode, lem­brou), João Fer­reira con­cluiu que o caso da Linha do Oeste e dou­tros pro­jectos de in­ves­ti­mentos em infra-es­tru­turas que aí estão em cima da mesa é que, para além de in­su­fi­ci­entes face às ca­rên­cias de pro­gresso so­cial e eco­nó­mico na­ci­o­nais, mos­tram que «o Go­verno anuncia pouco, muitas vezes, para não fazer nada», amar­rado que está aos di­tames da UE.

Se­me­lhante con­clusão tirou João Fer­reira ao final da tarde em São Mar­tinho do Porto. Num de­bate em que vi­eram para cima da mesa a im­por­tância de re­levar o papel dos co­mu­nistas e do Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes» no con­junto de avanços e con­quistas al­can­çados nos úl­timos anos – na me­dida em que tal de­monstra que vale a pena de lutar e que quantos mais de­pu­tados eleger a CDU, na AR como no PE, me­lhores serão as con­di­ções para ar­rancar mais me­didas po­si­tivas e avançar na re­so­lução dos pro­blemas de fundo do povo e do País –, os re­latos dos par­ti­ci­pantes a res­peito da de­gra­dação am­bi­ental e da orla cos­teira no dis­trito de Leiria le­varam João Fer­reira a acusar o Go­verno de des­per­diçar fundos eu­ro­peus dis­po­ní­veis para ata­lhar aqueles pro­blemas, opção que con­voca a con­tri­buição da quota-parte na­ci­onal. Ora, esse in­ves­ti­mento pú­blico obriga ao rom­pi­mento com os ins­tru­mentos e po­lí­ticas da UE, acen­tuou João Fer­reira.


Romper as ca­deias que nos prendem à sub­missão

Num dis­curso em que a tó­nica ini­cial foi a va­lo­ri­zação do muito e ímpar tra­balho le­vado a cabo pelos de­pu­tados do PCP no PE, Je­ró­nimo de Sousa chamou à atenção que as elei­ções para aquele he­mi­ciclo «são o pri­meiro mo­mento de grandes es­co­lhas que estão co­lo­cadas ao nosso povo».

Trata-se pois de optar «entre quem de­fende a sub­missão do País às im­po­si­ções e ar­bi­tra­ri­e­dades da UE ou quem de­fende Por­tugal e dá voz aos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do povo», in­sistiu.

Daqui de­corre, pros­se­guiu, que a 26 de Maio, pri­meiro, e a 6 de Ou­tubro, de­pois, a es­colha que está co­lo­cada ao povo por­tu­guês é «entre voltar ao ca­minho que PS, PSD e CDS im­pu­seram nessas úl­timas quatro dé­cadas – o ca­minho do em­po­bre­ci­mento, do re­tro­cesso e da re­ti­rada de di­reitos e ren­di­mentos em nome de in­te­resses alheios aos tra­ba­lha­dores e ao povo –, ou, pelo con­trário, afirmar que é ne­ces­sário romper as ca­deias que nos prendem ao pas­sado e à sub­missão, en­frentar os po­deres que nos ex­ploram e dar mais força à ideia e à pos­si­bi­li­dade de Por­tugal se de­sen­volver, re­solver pro­blemas es­tru­tu­rais e dar me­lhores con­di­ções de vida ao seu povo».

Con­cre­ti­zando, Je­ró­nimo de Sousa acusou aquela «tríade de par­tidos da troika» de es­tarem «em­pe­nha­dís­simos numa es­pécie de guerra de ale­crim e man­je­rona à volta dos fundos co­mu­ni­tá­rios, mas também no jogo do em­purra em re­lação às res­pon­sa­bi­li­dades de cada um na si­tu­ação di­fícil em que co­lo­caram o País.»

«Vão também falar muito da Eu­ropa ame­a­çada, ins­tru­men­ta­li­zando todos os pro­blemas que as po­lí­ticas da con­cen­tração da ri­queza, da or­to­doxia do dé­fice e dos ban­queiros cri­aram e con­ti­nuam a criar». Jus­ta­mente PS, PSD e CDS que, «se­guindo a ori­en­tação da UE», con­ver­giram na en­trega do Novo Banco com um «acordo de venda que per­mite ao fundo ame­ri­cano obter 3,9 mil mi­lhões de euros do Es­tado por­tu­guês».

«Uma vez mais se co­loca com par­ti­cular evi­dência a jus­teza da pro­posta do PCP: se o Es­tado paga o banco, o Es­tado deve gerir o banco», afirmou ainda o Se­cre­tário-geral do Par­tido, para quem PS e o seu Go­verno, e PSD e CDS, só le­vantam di­fi­cul­dades «quando se trata de re­solver os pro­blemas dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções, porque para a banca e para en­cher os bolsos do grande ca­pital, é sempre à es­cala de mi­lhões».

Es­tri­bado na­quele exemplo, Je­ró­nimo de Sousa voltou a de­fender que Por­tugal pre­cisa de «um go­verno e de uma po­lí­tica que en­frente, sem he­si­ta­ções, os con­di­ci­o­na­mentos da UE e os seus ins­tru­mentos de usur­pação da so­be­rania».

A questão dos ins­tru­mentos que su­focam o povo e o País já ha­viam sido abor­dada por João Fer­reira, que in­ter­vindo antes do líder do PCP de­sa­fiou o Go­verno do PS a des­vin­cular Por­tugal do Tra­tado Or­ça­mental. Isto de­pois de, por ini­ci­a­tiva dos de­pu­tados co­mu­nistas, aquele ter sido im­pe­dido de constar na le­gis­lação eu­ro­peia.

«Não pa­rece ser essa a dis­po­sição deste Go­verno ou dos que lá es­tavam antes deste», la­mentou João Fer­reira.

 


 



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