MADEIRA Domingo, 17, no concelho de São Vicente, a CDU alertou para as dificuldades de quem vive no mundo rural. Os concelhos do Norte da ilha estão «cada vez mais desertificados», assinalou Ricardo Lume.
«Ao longo as últimas décadas, os concelhos do Norte da ilha da Madeira, com grande potencialidades nas áreas agropecuárias e no turismo rural e ambiental, estão cada vez mais desertificados devido às políticas seguidas pelos sucessivos governos da República e da Região». As críticas, apontadas por Ricardo Lume, deputado do PCP na Assembleia Legislativa da Madeira, no final de uma acção em São Vicente, estenderam-se à «incapacidade» das autarquias locais «em dar resposta à morte social dos concelhos».
Uma das causas que contribui para a desertificação das localidades rurais é o encerramento de serviços públicos. Segundo o deputado, também candidato nas listas da CDU às eleições para o Parlamento Europeu (ver páginas 5, 6 e 7), a diminuição da população residente fomenta o encerramento de serviços, a redução do número de postos de trabalho.
Foi o que aconteceu em São Vicente com o fecho de escolas, do tribunal (agora uma sessão de proximidade) e dos balcões de bancos. Com a entrega dos CTT a privados, foi encerrada a estação da Ponta Delgada e reduzido o horário da estação de São Vicente.
É, por isso, «necessário alterar as políticas» que têm sido seguidas «ao longo de décadas» com «um novo rumo» para a Região, assegurou Ricardo Lume.
Défices habitacionais
Na quinta-feira, 14, a CDU esteve no Bairro da Ribeira Grande, na freguesia de Santo António. No final da visita, Herlanda Amado salientou que o concelho do Funchal apresenta um dos maiores défices habitacionais do País.
Considerando «inaceitável» o facto de existirem «cerca de 3700 famílias em lista de espera para terem acesso a uma habitação social», a eleita na Assembleia Municipal daquele concelho acusou, por isso, a Câmara Municipal de insensibilidade com os «problemas das pessoas».
«O Bairro da Ribeira Grande é um dos exemplos da falta de investimento por parte da autarquia, onde muitas vezes as verbas anunciadas são insuficientes, não passando de operações de cosmética quando são necessárias intervenções estruturais», assinalou Herlanda Amado, criticando o «aumento das rendas» anunciado para os bairros sociais, «em alguns casos para valores astronómicos e incomportáveis para muitas famílias». «Os moradores dos bairros sociais devem ser olhados como pessoas com direitos e não como indigentes e mal pagadores», concluiu.