Governo da Venezuela aposta na via do diálogo

CONTACTOS O presidente Nicolás Maduro confirmou o estabelecimento de contactos, na Noruega, entre o governo bolivariano e a oposição, tendo em vista um diálogo que possa conduzir à paz na Venezuela.

EUA prossegue bloqueio económico e financeiro à Venezuela

O governo da Venezuela iniciou conversações com a oposição para construir uma agenda para o diálogo pela convivência pacífica, confirmou o presidente Nicolás Maduro.

O chefe do Estado precisou, no sábado, 18, que uma delegação governamental liderada pelo ministro da Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, e integrada pelo governador de Miranda, Héctor Rodríguez, deslocou-se à Noruega para negociações com representantes da oposição.

Maduro agradeceu ao governo de Oslo o apoio aos esforços de diálogo, no sentido de «avançar até acordos de paz, concórdia e harmonia». Pediu o apoio de todo o povo venezuelano para este novo esforço pela convivência nacional. E confirmou a disposição de o executivo bolivariano procurar uma saída negociada para as diferenças políticas internas, recordando que fez apelos ao diálogo em mais de 600 ocasiões.

A Noruega divulgou na sexta-feira, 17, um comunicado sobre os contactos preliminares efectuados com representantes dos principais actores políticos da Venezuela, na fase exploratória de um processo visando apoiar a procura de uma solução para o país.

Em Caracas, o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, considerou que o diálogo constitui a única forma de conseguir soluções com civismo, com respeito pelas instituições, pela Constituição e pela soberania da Venezuela.

Agressão económica

A última semana ficou marcada pela continuação das acções desestabilizadoras da direita e das agressões políticas e económicas dos EUA contra a Venezuela.

Após a fracassada tentativa de golpe de Estado de 30 de Abril, a ala mais radical da oposição venezuelana, encabeçada pelo autoproclamado «presidente interino» Juan Guaidó, apelou novamente à violência ao solicitar aos EUA uma intervenção militar contra a Venezuela.

A vice-presidente Delcy Rodríguez repudiou uma carta enviada ao chefe do Comando Sul estado-unidense, da parte do representante de Guaidó em Washington, um certo Carlos Vecchio, que em tom eufemístico exortava os EUA a contemplar a opção militar contra a Venezuela. A dirigente bolivariana qualificou de «submissa e lacaia» essa facção política de extrema-direita que se nega «a procurar e ganhar o amor do povo venezuelano através dos votos e pretende impor-se pela violência».

Delcy Rodríguez assegurou que a administração Trump continua o seu bloqueio sistemático à Venezuela através de medidas coercivas nos âmbitos financeiro, comercial e económico, em especial no sector petrolífero, para afectar os activos do país.

Embora os principais porta-vozes da Casa Branca tenham manifestado em reiteradas ocasiões que «todas as opções estão em cima da mesa» para abordar «o problema venezuelano» – em referência a uma possível intervenção armada –, até agora as agressões centraram-se nas esferas política, diplomática e, principalmente, económica.

Washington congelou os activos da empresa estatal Petróleos da Venezuela em território norte-americano e impôs sanções a diversas entidades financeiras, incluindo o Banco Central, entre outras medidas unilaterais. Na mesma linha, o Departamento de Transportes anunciou a suspensão imediata das ligações aéreas entre os EUA e a Venezuela, com o estafado argumento de «ameaças à segurança».

Por outro lado, o governo norte-americano autorizou a usurpação da antiga sede diplomática venezuelana em Washington e a detenção dos activistas norte-americanos que guardavam o imóvel, usurpação que foi qualificada como um acto brutal contra o direito internacional.

Estudos recentes indicam que as perdas para a economia da Venezuela, provocadas pelas medidas coercivas da Casa Branca e seus aliados, são avaliadas em mais de 130 mil milhões de dólares desde 2015.




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