Deturpação, mentira e manipulação

Há uma acu­sação re­cor­rente apon­tada à aná­lise que o PCP faz das ba­ta­lhas elei­to­rais: a «des­culpa» da dis­cri­mi­nação, de­tur­pação e men­tira pre­sentes no tra­ta­mento me­diá­tico das cam­pa­nhas da CDU e da ini­ci­a­tiva po­lí­tica dos par­tidos que a in­te­gram. Mas só de­so­nes­ti­dade e má cons­ci­ência podem ex­plicar que estes ele­mentos in­des­men­ti­vel­mente mar­cantes sejam des­va­lo­ri­zados ou mesmo apa­gados.

No co­mu­ni­cado da úl­tima reu­nião do Co­mité Cen­tral é re­fe­rida a cam­panha que, neste es­paço, fomos tra­tando ao longo dos úl­timos meses: par­ti­cu­lar­mente no ataque à ho­nes­ti­dade e com­pe­tência de di­ri­gentes e eleitos do PCP, e do pró­prio Par­tido, mas também no apro­vei­ta­mento de fontes anó­nimas ou de pre­con­ceitos an­ti­co­mu­nistas (de­sig­na­da­mente através de ques­tões in­ter­na­ci­o­nais) para visar o PCP.

Mas há ou­tros ele­mentos que, com o apro­ximar das elei­ções, se foram in­ten­si­fi­cando, in­se­ridos numa linha que visou des­va­lo­rizar a CDU ao mesmo tempo que tra­ba­lhava para in­flac­ci­onar e pro­mover ou­tras can­di­da­turas. Isto após meses em que a in­tensa cam­panha de es­cla­re­ci­mento foi os­ten­si­va­mente ocul­tada, que se se­guiu a cinco anos em que, no geral, o ini­gua­lável tra­balho dos de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu foi si­len­ciado.

Estas não são afir­ma­ções va­zias. Os mesmo ór­gãos de co­mu­ni­cação so­cial que se­manas antes ocul­tavam a pre­sença de João Fer­reira em ini­ci­a­tivas com a pre­sença do Se­cre­tário-geral, pas­saram a fazer da não coin­ci­dência da agenda de ambos uma das notas ne­ga­tivas da cam­panha. Para de­pois, quando as agendas coin­ci­diram, virem dizer que foi pre­ciso Je­ró­nimo de Sousa en­trar na cam­panha para lhe dar ânimo.

Às já ha­bi­tuais son­da­gens, que nunca sa­be­remos o peso que têm na for­mação da opi­nião e no apu­ra­mento do sen­tido de voto (ou mesma na de­cisão de o exercer ou não), jun­taram-se afir­ma­ções e co­men­tá­rios com o pro­pó­sito de trans­mitir uma imagem de perda. Exemplo disto foi a «razia» no Al­garve que a CDU teria so­frido nas úl­timas au­tár­quicas (em que man­teve o mesmo nú­mero de pre­si­dên­cias de Câ­mara e de Junta face às an­te­ri­ores), in­ven­tada por um jornal de «re­fe­rência». Mas também a forma como eram tra­tadas as pas­sa­gens da ca­ra­vana da CDU por mu­ni­cí­pios em que é mai­oria na gestão au­tár­quica – era o «bas­tião» e o «ter­ri­tório se­guro» –, mas também onde já não é – não sendo per­dida opor­tu­ni­dade para o lem­brar. Ou­tros fi­zeram cam­pa­nhas in­teiras sem passar por «bas­tiões» ou «ter­ri­tó­rios se­guros», pre­ci­sa­mente porque não os têm. Mas isso não in­te­ressa à nar­ra­tiva pré-cons­truída.

Este foi outro dos ele­mentos mar­cantes. Ao mesmo tempo que na cam­panha da CDU muitos dos des­ta­ques iam para re­ac­ções de in­di­fe­rença ou de­sa­cordo, nou­tras tais mo­mentos nunca pas­savam dos crivos edi­to­riais. De tal forma que, apesar de os eleitos pela CDU terem sido os que ob­jec­ti­va­mente mais tra­ba­lharam no úl­timo man­dato, hou­vesse quem achasse que foram ou­tros porque «é o que diz a te­le­visão». E até isso serviu para fazer a peça do dia: assim, sem mais.

Como estes exem­plos há tantos ou­tros, que con­firmam o papel da co­mu­ni­cação so­cial para in­duzir e con­di­ci­onar es­co­lhas elei­to­rais, que não pode ser des­va­lo­ri­zado.




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