Jerónimo de Sousa no debate quinzenal com o primeiro-ministro

Problemas no SNS reclamam por respostas

Je­ró­nimo de Sousa quis saber também que me­didas ime­di­atas tem o Go­verno em mente para manter os ní­veis ele­vados de qua­li­dade e se­gu­rança do SNS nos cui­dados de saúde que presta.

É que «falta pes­soal, faltam equi­pa­mentos, em muitos casos não há ca­pa­ci­dade de res­posta, as listas de es­pera ficam muito acima da­quilo que seria ad­mis­sível», por­me­no­rizou, la­men­tando que ao mesmo tempo que tal acon­tece o Es­tado paga 473 mi­lhões de euros em «aná­lises feitas fora e que po­diam e de­viam ser feitas no SNS».

«Que me­didas em con­creto está o Go­verno a tomar para re­solver estes pro­blemas?», per­guntou, por isso, o Se­cre­tário-geral co­mu­nista.

Na res­posta, sem adi­antar nada de novo, o pri­meiro-mi­nistro ficou-se no es­sen­cial pela re­pe­tição do «con­junto de me­didas» to­madas ao longo da le­gis­la­tura. Va­lo­rizou o facto de no Or­ça­mento do Es­tado deste ano ter sido «re­posta a to­ta­li­dade dos cortes no SNS que ti­nham sido acu­mu­lados nos quatro anos an­te­rior» - mais 1300 mi­lhões de euros de in­ves­ti­mento no SNS -, lem­brando que esse acrés­cimo teve tra­dução num au­mento do pes­soal (mais 11500 pro­fis­si­o­nais de saúde) e no re­forço de equi­pa­mentos , com di­mi­nuição do re­curso à ex­ter­ne­li­zação).

Re­feriu ainda que houve mais con­cursos abertos para mé­dico de fa­mília, em­bora não tenha ha­vido can­di­datos su­fi­ci­entes para as vagas postas a con­curso. «Po­demos abrir vagas no con­curso, não po­demos é obrigar nin­guém a con­correr», ar­gu­mentou An­tónio Costa, jus­ti­fi­cando assim os atrasos na re­so­lução dos pro­blemas.

«Ex­pe­ri­mente dar um in­cen­tivo e re­solver os pro­blemas re­la­ci­o­nados com os di­reitos dos pro­fis­si­o­nais de saúde na questão das suas car­reiras», acon­se­lhou Je­ró­nimo de Sousa ao chefe do Go­verno, a quem trans­mitiu ainda uma cer­teza: «vai ver que se al­te­rará a par­ti­ci­pação nesses con­cursos».




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