Casa do Douro pública serve os viticultores

AGRI­CUL­TURA A poucos dias a vo­tação par­la­mentar par­la­mentar sobre a Casa do Douro, que se re­a­liza amanhã, 5, o PCP pro­moveu um de­bate que en­volveu mais de 60 pes­soas: vi­ti­cul­tores, au­tarcas e di­ri­gentes as­so­ci­a­tivos.

As casas ex­por­ta­doras querem o con­trolo total da vinha

O de­bate, pro­mo­vido pela Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Vila Real do PCP (DORVIR), re­a­lizou-se no con­celho de Peso da Régua no do­mingo, 30 de Junho, sob o lema «Em de­fesa da Casa do Douro pú­blica e de todos os vi­ti­cul­tores du­ri­enses. Porque é que o Pre­si­dente da Re­pú­blica não pro­mulgou a nova Lei?».

Par­ti­ci­param João Frazão, da Co­missão Po­lí­tica, Agos­tinho Lopes, do Co­mité Cen­tral, Ma­nuel Cunha, pri­meiro can­di­dato da CDU pelo cír­culo de Vila Real, Ga­briela Gui­ma­rães, da Co­missão Con­ce­lhia da Régua e da DORVIR, e Rui Tadeu, pro­dutor de uvas. Es­ti­veram ainda pre­sentes os pre­si­dentes da Câ­mara Mu­ni­cipal de Peso da Régua, da Adega Co­o­pe­ra­tiva de La­mego e da As­so­ci­ação de La­vra­dores Du­ri­enses, o ex-pre­si­dente da Casa do Douro, Mes­quita Mendes, e ou­tros di­ri­gentes e ac­ti­vistas do sector.

Na sua in­ter­venção, Agos­tinho Lopes de­nun­ciou a «cam­panha ter­ro­rista contra a Lei apro­vada na As­sem­bleia da Re­pú­blica, que partiu da As­so­ci­ação dos Ex­por­ta­dores do Douro e que en­volveu pontas de lança nos prin­ci­pais ór­gãos de co­mu­ni­cação so­cial, com o Pú­blico e o seu di­rector à ca­beça, entre ou­tras per­so­na­li­dades, de­sig­na­da­mente o Se­cre­tário-geral da CAP, a quem an­te­ri­or­mente nin­guém co­nhecia re­flexão sobre a ma­téria». Tudo isto serviu de pre­texto ao Pre­si­dente da Re­pú­blica para não pro­mulgar a lei, acres­centou.

Ar­gu­mentos de que esta é uma «so­lução sem exemplo nas ou­tras re­giões de­mar­cadas do mundo», «an­ti­de­mo­crá­tica», «in­cons­ti­tu­ci­onal» e que não é «ne­ces­sária porque a Re­gião está pa­ci­fi­cada» ig­noram que a Re­gião De­mar­cada do Douro é única no mundo e que, por­tanto, devia servir de exemplo e guia para as ou­tras re­giões. Pro­curam ainda es­conder, como disse um dos par­ti­ci­pantes, que «o pro­blema é que a Re­gião não tem voz».

A en­cerrar, João Frazão de­nun­ciou que aquilo que as casas ex­por­ta­doras pro­curam atingir após a des­truição da Casa do Douro é «o be­ne­fício, sis­tema de re­gu­lação da pro­dução, para, mais cedo que tarde, pas­sarem a de­ter­minar o que se produz, como se produz e a que preço». O di­ri­gente do Par­tido lem­brou que o pro­jecto que esta se­mana vai a vo­tação na As­sem­bleia da Re­pú­blica fica ainda aquém do ne­ces­sário, porque o PS não se de­sa­marra dos seus com­pro­missos com o grande ca­pital. Daí ser ne­ces­sário ga­rantir que nas pró­ximas elei­ções, com mais força à CDU, se avança também nesta ma­téria, dando mais po­deres pú­blicos à Casa do Douro.




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