Os artistas que os artistas convidam

MÚSICA São muitos, mul­ti­fa­ce­tados e ta­len­tosos os ar­tistas e grupos que ac­tu­arão, este ano, no Palco 25 de Abril e no Au­di­tório 1.º de Maio da Festa do Avante!. Vá­rios são os que, para as suas ac­tu­a­ções, con­vidam ou­tros mú­sicos, não menos re­co­nhe­cidos e do­tados, que en­ri­quecem ainda mais o va­li­o­sís­simo cartaz da Festa.

Os es­pec­tá­culos da Festa são únicos e ir­re­pe­tí­veis

Quase que não era pre­ciso es­crever nem mais uma linha sobre os ar­tistas da Festa para va­lo­rizar a sua qua­li­dade, a di­ver­si­dade dos seus es­tilos e pro­ve­ni­ên­cias, a sua re­co­nhe­cida en­trega ao pú­blico. Como sempre acon­tece, e este ano não será ex­cepção, o cartaz mu­sical da Festa do Avante! cruza nomes con­sa­grados e ar­tistas em afir­mação (quantos deles fi­zeram ali os seus pri­meiros con­certos «a sério»), so­no­ri­dades tra­di­ci­o­nais e es­tilos con­tem­po­râ­neos, mú­sicos pro­ve­ni­entes dos quatro cantos do País ou dos mais di­versos pontos do mundo.
Acon­tece, porém, que com estes ar­tistas vêm ou­tros, que não apa­recem nos car­tazes já afi­xados em todo o País. Ar­tistas que não virão em nome pró­prio (em­bora sejam já, na mai­oria dos casos, nomes con­sa­grados) mas que co­lo­carão todo o seu imenso ta­lento e em­penho nos es­pec­tá­culos de ou­tros. A ga­nhar fica a Festa, onde já se pro­por­ci­o­naram mo­mentos únicos de par­tilha entre mú­sicos e entre estes e o pú­blico e muitos ou­tros se es­peram, já este ano.
Na Festa do Avante!, a ge­ne­ro­si­dade não é uma pa­lavra vã. Ela ex­pressa-se em todos os re­cantos, gestos e oca­siões: na cons­trução e fun­ci­o­na­mento as­se­gu­rados pelo tra­balho mi­li­tante; na ca­ma­ra­dagem cons­tante; e, também, nos palcos, em con­certos únicos e ir­re­pe­tí­veis, tantas e tantas vezes com esta par­tilha entre os ar­tistas que constam do cartaz e ou­tros por eles con­vi­dados. É todo um cartaz que não cabe nos car­tazes…


Can­ções de Roda con­vida
o Coro In­fantil da Aca­demia de Mú­sica de Al­mada
Um dos es­pec­tá­culos que terá con­vi­dados – e muito es­pe­ciais – é o das Can­ções de Roda, grupo com­posto por Ana Ba­ca­lhau, Jorge Ben­vinda, Sérgio Go­dinho e Vi­to­rino: o Coro In­fantil da Aca­demia de Mú­sica de Al­mada, com di­recção de Marta Costa. Em palco es­tarão 34 cri­anças entre os 6 e os 14 anos.

 

Ce­lina da Pi­e­dade
con­vida João Gil e Vozes do Cante
Já Ce­lina da Pi­e­dade chama para junto de si João Gil e Vozes do Cante.
João Gil quase que dis­pen­saria apre­sen­ta­ções, tão vasta e qua­li­fi­cada é a sua car­reira de mais de 40 anos. O seu nome está li­gado a grupos e pro­jectos como Tro­vante, Ala dos Na­mo­rados, Rui Grande, Ca­beças no Ar, Quin­teto Lisboa, Baile Po­pular, Fi­lar­mó­nica Gil e Tais Quais. Compôs temas tão fa­mosos como Per­di­da­mente, 125 Azul, Timor, Loucos de Lisboa, Solta-se o Beijo, Postal dos Cor­reios, entre muitos ou­tros.


Vozes do Cante são uma companhia regular de Celina da Piedade e interpretam magistralmente o tradicional canto polifónico alentejano, cujo valor e relevância a própria UNESCO reconheceu, classificando-o em 2014 como Património Cultural Imaterial da Humanidade.

 

César Car­doso Quar­teto
con­vida Ju­lian Argüelles
Com o César Car­doso Quar­teto, li­de­rado por aquele que é con­si­de­rado um dos mais con­sis­tentes mú­sicos de Jazz da úl­tima dé­cada em Por­tugal, vem Ju­lian Argüelles, um dos mais bri­lhantes sa­xo­fo­nistas bri­tâ­nicos da sua ge­ração, que assim vi­sita mais uma vez o nosso país. In­ter­na­ci­o­nal­mente muito so­li­ci­tado, Argüelles pu­blicou mais de 15 CD em seu nome e já tocou ao lado de inú­meros grandes nomes do jazz, como Steve Swallow, Ar­chie Shepp, Tim Berne, Dave Hol­land, Evan Parker, John Sco­field ou Carla Blety, ac­tu­ando ainda nas big bands de Kenny Werner ou Django Bates. Par­ti­cipar agora ao lado de César Car­doso é uma prova da sua ad­mi­ração por este pro­jecto.

 

Clã con­vida Sa­muel Úria
A as­si­nalar 25 anos de uma car­reira re­cheada de êxitos e pro­fí­cuas co­la­bo­ra­ções com mú­sicos na­ci­o­nais e es­tran­geiros, os Clã re­gressam à Festa com um con­vi­dado muito es­pe­cial, Sa­muel Úria, se­gu­ra­mente um dos mais in­te­res­santes can­tau­tores do sé­culo XXI por­tu­guês. Com in­fluên­cias mar­ca­da­mente punk e rock, deu-se a co­nhecer ao grande pú­blico em 2008, acom­pa­nhado apenas pela sua gui­tarra acús­tica. Trata-se de um ar­tista sin­gular na língua ma­terna, sin­gular nas me­lo­dias e sin­gular na re­lação com o pú­blico.

 

Fast Eddie Nelson
con­vida Frankie Chavez, Scúru Fit­chádu, João San Payo, Poli Cor­reia e Vítor Ba­ca­lhau
O vir­tuoso gui­tar­rista bar­rei­rense traz uma mão cheia de con­vi­dados à Festa do Avante!, com per­cursos e es­tilos di­fe­rentes.

Um deles é Frankie Chavez, um ar­tista que mis­tura di­fe­rentes so­no­ri­dades, re­flexo das in­fluên­cias mu­si­cais que en­con­trou ao vi­ajar pelo mundo. O re­sul­tado é uma es­pécie de blues/​folk, com at­mos­feras que vão do soft ao hard rock’n’­roll e ao psi­ca­de­lismo.


Scuru Fit­chadu (projecto a solo de Sette Sujidade, ou seja, Marcus Veiga) vai beber ao funáná de Cabo Verde, fundindo-o com sonoridades mais agressivas e carregadas de distorção do punk e electrónica.


Outro dos convidados de Fast Eddie Nelson, João San Payo, dispensa apresentações: líder da mítica banda de punk rock portuguesa Peste & Sida, é uma figura incontornável do rock em Portugal.


Quanto a Poli Cor­reia, é autor, vocalista e mentor de projectos que cruzam o rock, o folk e o hardcore, como são os casos de Sam Alone and The Gravediggers, Devil in Me e Correia.


De Vítor Ba­ca­lhaubastará dizer que é actualmente um dos nomes mais sonantes do blues/rock em Portugal. Conta já com três discos editados, aclamados pela crítica especializada e pelos seus pares.

 

Ma­falda Veiga
con­vida Ana Ba­ca­lhau
Ana Ba­ca­lhau
é a con­vi­dada de Ma­falda Veiga, su­bindo assim ao palco uma se­gunda vez nesta edição da Festa do Avante!, onde também ac­tuará com as Can­ções de Roda. De Ana Ba­ca­lhau o que se po­derá ainda dizer? Que é a voz da De­o­linda, um dos mais cri­a­tivos grupos sur­gidos em Por­tugal nos úl­timos anos, que editou quatro discos e deu mais de mil con­certos? Que lançou há dois anos o seu pri­meiro – e bem su­ce­dido – tra­balho a solo, Nome Pró­prio? Que conta no seu cur­rí­culo com par­ce­rias com al­guns dos nomes mais re­le­vantes da mú­sica por­tu­guesa? Ou, talvez, que é sim­ples­mente (e tanto que isso é) a Ana Ba­ca­lhau?

 

Mo­ons­pell
con­vida Paulo Bra­gança
À par­tida pouco há a unir os Mo­ons­pell, nome maior do heavy metal na­ci­onal, a Paulo Bra­gança, com raízes fundas no fado. Porém, será este a par­ti­lhar o palco com a banda nas­cida na Ama­dora e com uma le­gião de fãs não só no País como um pouco por toda a Eu­ropa. Paulo Bra­gança dis­tingue-se pela sua forma única de in­ter­pretar o fado e hoje as suas cri­a­ções ex­tra­vasam já muito as fron­teiras dessa canção tra­di­ci­onal lis­boeta, con­sa­grada pela UNESCO como Pa­tri­mónio Cul­tural Ima­te­rial da Hu­ma­ni­dade, nunca per­dendo a sen­si­bi­li­dade e me­lan­colia que a ca­rac­te­riza.

 

Omiri
con­vida Ce­lina da Pi­e­dade
Para além de ac­tuar em nome pró­prio, Ce­lina da Pi­e­dade es­tará na Festa também como con­vi­dada de Omiri, pro­jecto de Vasco Ri­beiro Ca­sais que rein­venta a mú­sica tra­di­ci­onal por­tu­guesa, cri­ando um novo con­ceito – o elec­tro­folk. Re­criar a mú­sica de raiz por­tu­guesa é o que tem feito também Ce­lina da Pi­e­dade que, com o seu acor­deão, lhe tem dado novas formas e cores e um sentir mais mo­derno e uni­ver­sa­lista.

 

Pa­pillon
Quem o co­nhece sabe que Rui Pe­reira, ou Pa­pillon, gosta de sur­pre­ender o seu pú­blico nos es­pec­tá­culos com con­vi­dados não anun­ci­ados. É o que fará uma vez mais na Festa do Avante!, onde con­tará com apa­ri­ções sur­pre­en­dentes, que só serão co­nhe­cidas por quem com­pa­recer ao con­certo.

 

 

Novos nomes va­lo­rizam cartaz


Delvon La­marr Organ Trio (EUA)
Uma mis­tura con­ta­gi­ante de soul, jazz e rhythm & blues serve de re­ceita para o êxito de Delvon La­marr Organ Trio. A for­mação teve origem em Se­attle e foi for­mada na pri­ma­vera de 2015. La­marr li­dera o grupo num órgão B-3, Jimmy James tira um som ex­plo­sivo na gui­tarra e Mi­chael Duffy atinge a per­feição na ba­teria. O grupo evoca um som ins­tru­mental clás­sico na mú­sica po­pular afro-ame­ri­cana do sé­culo XX, com uma sen­si­bi­li­dade pi­o­neira e um vir­tu­o­sismo es­ton­te­ante exi­bido logo no disco de es­treia, Close But No Cigar. O Trio es­teve em des­taque no Local Ar­tist Spo­tlight do KEXP, em Se­attle, em Julho de 2017, que mo­tivo uma apre­sen­tação ao vivo no Ups­tream Music Fes­tival trans­mi­tido pela In­ternet e que con­quistou mais de 5 mi­lhões de vi­su­a­li­za­ções. Essa gra­vação foi edi­tada num álbum acla­mado pela crí­tica cha­mado Live at KEXP!.

 

ThE SPiLL
ThE SPiLL é uma banda de rock criada pelo gui­tar­rista André Fer­nandes, um mú­sico também co­nhe­cido pelo seu per­curso na área do jazz e da mú­sica mais ex­pe­ri­mental.
O disco What Would You Say, pro­du­zido por Fer­nandes e Marcos Ca­va­leiro (um dos dois ba­te­ristas do grupo ac­tual), saiu em 2017 e este ano saiu um novo álbum, mis­tu­rado por Alain Johannes, cha­mado Pretty Face...
ThE SPiLL é uma amál­gama de in­fluên­cias rock, que vão ao lado mais punk vi­vido pela vo­ca­lista Sara Ba­dalo (Sam Alone and The Gra­ve­dig­gers), à face mais ga­rage vinda de Fer­nandes (gui­tarra e voz), mais soul de Marcos Ca­va­leiro (ba­teria), mais rock da ba­teria de Ruca La­cerda (Pluto, Su­per­nada) e do baixo de Nuno Lucas (Frankie Chavez, Ta­pe­junk, Jorge Palma), ou mais pop do te­clista Óscar Graça. Tudo se junta para o som denso e di­ver­tido do grupo.



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