Ingerência do embaixador dos EUA nos assuntos internos do Zimbabwe
O embaixador norte-americano no Zimbabwe, Brian Nichols, viajou na semana passada para Washington, para fugir às críticas do governo local pelo seu apoio a manifestações ilegais convocadas pela oposição.
Um artigo publicado pelo jornal The Herald revela que o diplomata se encontrou com o vice-presidente do Movimento para a Mudança Democrática, Job Skhala, a quem garantiu que Washington imporia acções punitivas contra Harare se as autoridades prendessem os manifestantes.
Segundo o matutino, o embaixador está numa posição «incómoda» face ao seu próprio governo já que os contactos com a aliança oposicionista foram facilmente detectados pelas autoridades zimbabweanas. Nichols não respondeu a uma solicitação do Ministério dos Negócios Estrangeiros para explicar por que razão excedeu as suas funções diplomáticas e interferiu nos assuntos internos do Zimbabwe.
De acordo com The Herald, o diplomata preferiu viajar para a capital dos EUA para receber instruções sobre como deve responder ao governo de Harare, para o qual a sua ausência é muito pouco diplomática. Justificando a falta da resposta solicitada, a embaixada norte-americana informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros que o embaixador estava fora do país e que o encarregado de negócios se encontrava em reunião com representantes diplomáticos de países europeus.
O governo do Zimbabwe qualificou de intrusiva e crítica uma declaração conjunta das missões diplomáticas acreditadas no país, na semana passada, sobre as manifestações ilegais organizadas pela oposição a 16 deste mês.
O documento divulgado contou com o apoio dos chefes das missões da União Europeia, Alemanha, Grécia, Holanda, Roménia, Suécia e Reino Unido e dos embaixadores dos EUA, Canadá e Austrália.