- Nº 2389 (2019/09/12)
Exposição «Cortiça: do montado ao Cosmos»

«A cortiça quando nasce é de todos!»

Festa do Avante!

O maior acontecimento político-cultural realizado anualmente em Portugal, a nossa Festa do Avante!, concedeu este ano lugar de relevo, no Pavilhão Central, à cortiça e com ela às lutas de todos os trabalhadores do sector, sempre com o apoio firme do PCP.

Percorrendo os 31 painéis da exposição Cortiça, do montado ao cosmos veio-me à memória uma frase ouvida, já lá vão uns anos. Durante a montagem de uma exposição, também ela sobre a cortiça, decretou solenemente um amigo alentejano: «A cortiça quando nasce é de todos!» E realmente assim foi, nos campos do Alentejo e Ribatejo, durante o período daquela que Álvaro Cunhal considerava «a mais bela conquista da Revolução», a Reforma Agrária.

Com esta conquista, viveram-se tempos de prosperidade, de alegria, de solidariedade (nacional e internacional), de produção, de pleno emprego. Sonho tornado realidade que barretos e soares, piões ao serviço dos grandes agrários, se apressaram a destruir, não fosse o povo avançar noutras frentes, partindo para a construção de uma sociedade sem explorados nem exploradores, uma sociedade socialista que, mais tarde ou mais cedo, há-de chegar como corolário da luta dos povos e dos trabalhadores.

De todos que foi, durante a Reforma Agrária, a cortiça continua, nos dias de hoje, a ser para todos. Encontramo-la nos mais diversos usos e aplicações: na rolha da garrafa de um bom vinho servido numa ocasião especial, na ciência biomédica no combate a doenças oncológicas, ou ainda na indústria aeroespacial, que a utilizou na missão Apollo 11, já em 1969, e continua hoje a integrá-la nos escudos térmicos e antivibráticos.

Estava lá tudo, muito bem explicadinho! Com destaque também para o papel do PCP sempre na vanguarda da luta dos trabalhadores do sector ao longo da História e as propostas bem concretas e definidas de hoje, porque Avançar é Preciso!

A exposição contou com a visita do Secretário-geral do PCP, no sábado.


José Manuel Ribeiro Pinto