CGTP-IN quer acabar com modelo de baixos salários e desenvolver o País

REI­VIN­DICAÇÃO Um au­mento geral dos sa­lá­rios e do Sa­lário Mí­nimo Na­ci­onal (SMN) para os 850 euros estão no centro da po­lí­tica rei­vin­di­ca­tiva que a CGTP-IN vai pro­mover no pró­ximo ano.

A In­ter­sin­dical Na­ci­onal aponta à in­ten­si­fi­cação da luta

Na pri­meira reu­nião do seu Con­selho Na­ci­onal (CN) de­pois do pe­ríodo de fé­rias, re­a­li­zada dia 11, a cen­tral sin­dical re­clama 90 euros como re­fe­ren­cial para o cres­ci­mento das re­mu­ne­ra­ções do tra­balho, nos sec­tores pú­blico e pri­vado, rei­vin­di­cação que ar­ti­cula com a pers­pec­tiva de au­mento a «curto prazo» do SMN para os 850 euros.

A In­ter­sin­dical Na­ci­onal sus­tenta aqueles va­lores com a ne­ces­si­dade de se «aban­donar o mo­delo de baixos sa­lá­rios e re­formas que con­denam os tra­ba­lha­dores e os re­for­mados à po­breza e o País ao atraso e ao sub­de­sen­vol­vi­mento».

Além do mais, acres­centa-se no do­cu­mento apro­vado pelo CN da CGTP-IN, um forte au­mento dos sa­lá­rios é um factor-chave numa «es­tra­tégia de de­sen­vol­vi­mento cen­trada na me­lhoria das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e das suas fa­mí­lias, no com­bate à po­breza e para impor jus­tiça na re­par­tição da ri­queza, na ga­rantia de me­lhores pen­sões de re­forma no pre­sente e no fu­turo, no es­tí­mulo à ac­ti­vi­dade eco­nó­mica e à pro­dução na­ci­onal, no re­forço da se­gu­rança so­cial e no in­ves­ti­mento nos ser­viços pú­blicos».

«Valo­rizar as car­reiras pro­fis­si­o­nais, as qua­li­fi­ca­ções, as com­pe­tên­cias e a ex­pe­ri­ência pro­fis­si­onal» eaplicar «uma po­lí­tica fiscal que au­mente as re­ceitas do Es­tado, que alivie os im­postos sobre os ren­di­mentos do tra­balho e taxe, de forma ade­quada, os ren­di­mentos do ca­pital», bem como «as­se­gurar a ac­tu­a­li­zação anual das pen­sões e o au­mento do seu poder de compra», ga­rantir «o acesso à re­forma, sem pe­na­li­zação, dos tra­ba­lha­dores com 40 anos de con­tri­bui­ções e a re­po­sição da idade legal da re­forma nos 65 anos», são ou­tros ele­mentos que a cen­tral sin­dical re­alça como fun­da­men­tais para «uma exis­tência mais digna dos tra­ba­lha­dores e das suas fa­mí­lias».

Ao com­bate

No texto su­fra­gado pelo CN da Inter, sa­li­enta-se igual­mente que «o País só tem fu­turo com a va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores». Por isso, além da po­lí­tica de ren­di­mentos e das rei­vin­di­ca­ções que para ela con­correm, chama-se à atenção para a ur­gência de ga­rantir o «com­bate à pre­ca­ri­e­dade [in­ten­si­fi­cando a luta para que a um posto de tra­balho per­ma­nente cor­res­ponda um con­trato efec­tivo), ho­rá­rios de tra­balho menos longos, re­gu­lados e menos exi­gentes ritmos de tra­balho; a efec­ti­vação da li­ber­dade sin­dical nos lo­cais de tra­balho e a afir­mação das li­ber­dades e di­reitos dos tra­ba­lha­dores; a me­lhoria dos ser­viços pú­blicos e das fun­ções so­ciais do Es­tado; maior jus­tiça fiscal».

Nesse sen­tido, e lem­brando que «tudo fez para im­pedir a apro­vação da nova le­gis­lação, que con­si­dera le­siva dos tra­ba­lha­dores e fe­rida de vá­rias in­cons­ti­tu­ci­o­na­li­dades», a CGTP-IN exige «a re­vo­gação da ca­du­ci­dade e de ou­tras normas gra­vosas da le­gis­lação la­boral, e o com­bate à im­ple­men­tação das al­te­ra­ções para pior re­cen­te­mente apro­vadas pelo Go­verno do PS e apoi­adas por PSD, CDS, pa­tro­nato e UGT».

Para que todos estes ob­jec­tivos sejam al­can­çados e «a re­so­lução dos pro­blemas dos tra­ba­lha­dores e a res­posta às suas rei­vin­di­ca­ções e an­seios» sejam bem su­ce­didas, a In­ter­sin­dical Na­ci­onal con­voca ao «re­forço da acção sin­dical in­te­grada» e «à in­ten­si­fi­cação da acção e da luta rei­vin­di­ca­tiva», o que, su­blinha ainda, não dis­pensa, antes con­voca, no ime­diato, «o en­vol­vi­mento de todos os di­ri­gentes, de­le­gados e ac­ti­vistas sin­di­cais para um amplo tra­balho de dis­cussão das rei­vin­di­ca­ções cen­trais e sec­to­riais, com a re­a­li­zação de reu­niões pre­pa­ra­tó­rias» e «do maior nú­mero pos­sível de ple­ná­rios de tra­ba­lha­dores».

As elei­ções le­gis­la­tivas também não foram es­que­cidas pela cen­tral sin­dical, que «apela aos tra­ba­lha­dores para que levem a sua luta até ao voto» e ad­verte que tal «pode ser de­ci­sivo para re­jeitar as mai­o­rias ab­so­lutas», as quais, alerta, «sempre foram uti­li­zadas contra os seus in­te­resses de classe».




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