Reforço do Partido é prioridade dos comunistas

OR­GA­NIZAÇÃO O Co­mité Cen­tral do PCP, na sua mais re­cente reu­nião, de­finiu o re­forço do Par­tido como «pri­o­ri­dade es­sen­cial» do co­lec­tivo par­ti­dário, a ser con­cre­ti­zada «em ar­ti­cu­lação com a sua ini­ci­a­tiva e in­ter­venção po­lí­tica». As ori­en­ta­ções estão tra­çadas e a sua con­cre­ti­zação re­quer de­ter­mi­nação e au­dácia.

O re­forço do Par­tido junto dos tra­ba­lha­dores é de­ci­sivo

A Re­so­lução Sobre o Re­forço do Par­tido. Por um PCP Mais Forte e In­flu­ente, apro­vada pelo Co­mité Cen­tral em Ja­neiro de 2018, con­tinua a ser o ele­mento nor­te­ador desta acção de for­ta­le­ci­mento da or­ga­ni­zação do Par­tido e di­na­mi­zação da sua in­ter­venção e ini­ci­a­tiva. Pas­sado que está o ciclo elei­toral, a Festa do Avante! e todas as ou­tras exi­gentes ta­refas e lutas a que o co­lec­tivo par­ti­dário teve de dar res­posta, o tempo é, agora, de cada or­ga­ni­zação ava­liar os passos dados, de­finir pri­o­ri­dades e avançar na con­cre­ti­zação das li­nhas de ori­en­tação de­fi­nidas.

Par­tido de classe

Num par­tido que, nos seus Es­ta­tutos, se de­fine como «van­guarda da classe ope­rária e de todos os tra­ba­lha­dores», a di­na­mi­zação da sua or­ga­ni­zação e in­ter­venção nas em­presas e lo­cais de tra­balho só pode ser – como efec­ti­va­mente é – pri­o­ri­tária. Neste ob­jec­tivo, que é per­ma­nente e es­tra­té­gico, des­taca-se, pela sua im­por­tância, a acção de 5 mil con­tactos com tra­ba­lha­dores e o sig­ni­fi­cado do que já foi con­cre­ti­zado: mais de 3500 con­tactos efec­tu­ados, dos quais re­sul­taram para cima de um mi­lhar de ade­sões ao Par­tido.

Mas o âm­bito desta acção vai muito para lá dos re­cru­ta­mentos, por mais im­por­tantes que estes sejam, como são: graças a ela foi pos­sível criar novas cé­lulas e re­forçar ou­tras, o que se con­cre­tiza na in­ter­venção par­ti­dária em muitas em­presas onde esta não se ve­ri­fi­cada e num maior en­rai­za­mento do Par­tido junto dos tra­ba­lha­dores. E ainda não é tudo, pois muitos dos tra­ba­lha­dores con­tac­tados, não tendo (ainda, em al­guns casos) ade­rido ao Par­tido, ma­ni­fes­taram dis­po­ni­bi­li­dade para o apoiar e par­ti­cipar na sua ac­ti­vi­dade.

Para con­ti­nuar a re­forçar sig­ni­fi­ca­ti­va­mente o Par­tido nas em­presas e lo­cais de tra­balho é pre­ciso, nota o Co­mité Cen­tral, «apro­veitar estas po­ten­ci­a­li­dades com a in­te­gração dos novos mi­li­tantes e avançar para a con­cre­ti­zação dos con­tactos para com­pletar esta acção». Impõe-se, ainda, o re­forço de qua­dros e meios des­ti­nados a esta linha es­tra­té­gica da acção do Par­tido, de modo a que se co­nheça me­lhor os pro­blemas, as­pi­ra­ções, rei­vin­di­ca­ções e es­tado de es­pí­rito dos tra­ba­lha­dores, e se pro­mova a sua uni­dade, or­ga­ni­zação e luta. Tudo isto terá de ser ar­ti­cu­lado com a afir­mação e re­forço do pró­prio Par­tido.

Mais or­ga­ni­zação
para mais in­ter­venção

Na úl­tima reu­nião, o Co­mité Cen­tral su­blinha as «grandes exi­gên­cias» que estão co­lo­cadas à acção do co­lec­tivo par­ti­dário e apontou a ne­ces­si­dade de levar por di­ante uma forte ini­ci­a­tiva po­lí­tica, de­sen­volver a luta de massas e for­ta­lecer os mo­vi­mentos uni­tá­rios. Para tal, é de­ter­mi­nante que se leve a cabo me­didas vi­sando o re­forço do tra­balho de di­recção do Par­tido aos vá­rios ní­veis e a res­pon­sa­bi­li­zação de qua­dros e mi­li­tantes por ta­refas e res­pon­sa­bi­li­dades per­ma­nentes.

Pros­se­guir a acção de for­mação po­lí­tica e ide­o­ló­gica, tanto mais ne­ces­sária quanto mais forte é a ofen­siva contra o Par­tido e o pró­prio re­gime de­mo­crá­tico, e pro­mover a afir­mação dos prin­cí­pios de fun­ci­o­na­mento do Par­tido são ou­tras ver­tentes de­ci­sivas. A en­trega do novo cartão de membro do Par­tido, a di­na­mi­zação da in­ter­venção junto de ca­madas so­ciais e sec­tores es­pe­cí­ficos, o re­forço das or­ga­ni­za­ções lo­cais, o tra­balho de pro­pa­ganda e im­prensa do Par­tido, a ga­rantia da sua in­de­pen­dência fi­nan­ceira e a re­a­li­zação de as­sem­bleias das or­ga­ni­za­ções são ou­tras li­nhas fun­da­men­tais a de­sen­volver.

Li­nhas es­sen­ciais de re­forço do Par­tido

A re­so­lução apro­vada pelo Co­mité Cen­tral em Ja­neiro de 2018, sobre o re­forço do Par­tido, aponta 10 li­nhas es­sen­ciais, dentro das quais se in­cluem me­didas con­cretas. Eis as li­nhas es­sen­ciais:

1. O tra­balho de di­recção, a res­pon­sa­bi­li­zação de qua­dros e a for­mação po­lí­tica e ide­o­ló­gica

2. A mi­li­tância e o novo cartão de membro do Par­tido

3. O re­cru­ta­mento e in­te­gração dos novos mi­li­tantes

4. A or­ga­ni­zação e in­ter­venção nas em­presas e lo­cais de tra­balho

5. As or­ga­ni­za­ções lo­cais

6. O tra­balho com ca­madas e sec­tores so­ciais es­pe­cí­ficos

7. A pro­pa­ganda e a di­fusão da im­prensa par­ti­dária

8. Os meios pró­prios e a in­de­pen­dência fi­nan­ceira

9. A re­a­li­zação de as­sem­bleias das or­ga­ni­za­ções par­ti­dá­rias

10. A or­ga­ni­zação e os prin­cí­pios de fun­ci­o­na­mento, base da força do Par­tido




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