TOMAR A INICIATIVA E INTERVIR

«Avançar com a força da ju­ven­tude, dos tra­ba­lha­dores e do povo»

A si­tu­ação eco­nó­mica e so­cial do País con­tinua mar­cada por pro­blemas na área dos ser­viços pú­blicos, em par­ti­cular na saúde, na edu­cação e nos trans­portes, que re­sultam de dé­cadas de po­lí­tica de di­reita que, em vez do in­ves­ti­mento pú­blico, tem pri­vi­le­giado o fa­vo­re­ci­mento do grande ca­pital.

É neste con­texto que o PCP de­sen­volve a sua in­ter­venção, em que se in­sere a ini­ci­a­tiva le­gis­la­tiva na As­sem­bleia da Re­pú­blica, que se tra­duziu já na apre­sen­tação, no ar­ranque da nova Le­gis­la­tura, de cin­quenta pro­jectos de lei e de re­so­lução em di­versas áreas, apon­tando so­lu­ções para os pro­blemas mais ime­di­atos e ur­gentes dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País (e de que se dá nota de­sen­vol­vida nas pá­ginas cen­trais deste nú­mero es­pe­cial do Avante!), hon­rando desta forma os com­pro­missos as­su­midos na cam­panha elei­toral.

O PCP con­ti­nuará agora a di­na­mizar a sua acção, in­ter­vindo e lu­tando para que estes pro­jectos ve­nham a obter a sua apro­vação, di­vul­gando os seus con­teúdos junto dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções e, no plano da sua acção geral, di­na­mi­zando a luta e a acção rei­vin­di­ca­tiva pela res­postas ne­ces­sá­rias aos pro­blemas com que es­tamos con­fron­tados e cuja so­lução só não foi con­cre­ti­zada pelos com­pro­missos do PS com as ori­en­ta­ções e im­po­si­ções do euro e da União Eu­ro­peia e com os in­te­resses do grande ca­pital.

Em si­mul­tâneo, cons­ci­ente de que a re­so­lução dos pro­blemas de fundo do País só po­derá ser con­se­guida no quadro de uma po­lí­tica cen­trada na va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores e vol­tada para o de­sen­vol­vi­mento so­be­rano do País, con­ti­nuará a de­sen­volver a sua in­ter­venção tendo em vista a rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e a con­cre­ti­zação de uma al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda.

Foi no quadro da in­ter­venção geral do PCP e no âm­bito da co­me­mo­ração do 40.º ani­ver­sário da Ju­ven­tude Co­mu­nista Por­tu­guesa que se re­a­lizou, no pas­sado dia 9, a ini­ci­a­tiva «Pelo que temos di­reito – avan­çamos com a força da ju­ven­tude» e, no pas­sado dia 10, a sessão pú­blica evo­ca­tiva do 106.º ani­ver­sário de Álvaro Cu­nhal, sob o lema «al­ter­na­tiva po­lí­tica, so­be­rania e in­de­pen­dência na­ci­onal – O le­gado de Álvaro Cu­nhal», ambas com a par­ti­ci­pação do Se­cre­tário-geral do PCP.

Sobre a pri­meira destas ini­ci­a­tivas, Je­ró­nimo de Sousa va­lo­rizou a or­ga­ni­zação, a in­ter­venção e a luta da JCP pelos di­reitos dos jo­vens por­tu­gueses, ape­lando «ao re­forço da uni­dade, re­forço da luta, re­forço do Par­tido e da JCP, re­forço da pro­posta e ini­ci­a­tiva po­lí­tica».

Re­la­ti­va­mente à se­gunda, evo­cando o le­gado de Álvaro Cu­nhal, o Se­cre­tário-geral do PCP re­feriu, em par­ti­cular, o seu com­bate de sempre, no seio do PCP, pela so­be­rania e in­de­pen­dência na­ci­o­nais, va­lores es­tra­té­gicos para o de­sen­vol­vi­mento do País e cuja con­cre­ti­zação exige uma outra po­lí­tica. Uma po­lí­tica como aquela que o PCP avança no seu Pro­grama de «Uma De­mo­cracia Avan­çada, os Va­lores de Abril no Fu­turo de Por­tugal». «Uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda – como su­bli­nhou Je­ró­nimo de Sousa – que parte da ideia cen­tral de que a so­be­rania na­ci­onal não se ne­go­ceia, vende ou cede, re­side no povo e é a ele que per­tence a de­cisão do seu pre­sente e fu­turo co­lec­tivos. Uma po­lí­tica para li­bertar o País dos cons­tran­gi­mentos a que está su­jeito: a dí­vida in­sus­ten­tável, a sub­missão ao euro e aos grupos mo­no­po­listas».

O PCP pros­se­guirá a sua acção em que de igual modo se in­clui a ex­pressão de so­li­da­ri­e­dade com os povos em luta pelo mundo, pelo seu di­reito à so­be­rania, ao de­sen­vol­vi­mento e à paz. Foi o que acon­teceu esta se­mana na po­sição que as­sumiu de sa­tis­fação pela li­ber­tação do ex-pre­si­dente do Brasil, Lula da Silva, e de apoio à luta do povo bra­si­leiro por um pro­jecto de pro­gresso so­cial e de afir­mação so­be­rana. No mesmo sen­tido, o PCP con­denou ve­e­men­te­mente o golpe de Es­tado que afastou o le­gí­timo pre­si­dente da Bo­lívia, Evo Mo­rales, exigiu a sua inequí­voca re­jeição por parte do Go­verno por­tu­guês e re­a­firmou a sua «so­li­da­ri­e­dade às forças po­pu­lares, pro­gres­sistas e re­vo­lu­ci­o­ná­rias da Bo­lívia, com a re­sis­tência e luta dos tra­ba­lha­dores e do povo bo­li­viano contra a vi­o­lenta re­pressão gol­pista e em de­fesa da sua so­be­rania, da de­mo­cracia, do pro­gresso eco­nó­mico e so­cial, da paz, da co­o­pe­ração».

É este o sen­tido da in­ter­venção do PCP. A in­ter­venção de­ci­siva de um Par­tido ne­ces­sário, in­dis­pen­sável e in­subs­ti­tuível que se torna im­pres­cin­dível re­forçar. E pela sua acção, con­jun­ta­mente com a luta dos tra­ba­lha­dores e do povo, se abrirá o ca­minho à con­cre­ti­zação da po­lí­tica al­ter­na­tiva in­dis­so­ciável da de­mo­cracia avan­çada com os va­lores de Abril no fu­turo de Por­tugal, da cons­trução de um fu­turo so­ci­a­lista e co­mu­nista.