- Nº 2398 (2019/11/14)

Juventude constrói o futuro lutando pelos seus direitos

Juventude

JUVENTUDE «Reforço da unidade, reforço da luta, reforço do Partido e da JCP, reforço da proposta e da iniciativa política. Eis as tarefas que cada um tem de assumir como suas», afirmou Jerónimo de Sousa no sábado, 9, na celebração dos 40 anos da Juventude Comunista Portuguesa.

O Secretário-geral comunista interveio no jantar comemorativo do aniversário da JCP, que contou com a presença de mais de 200 pessoas, na maioria jovens militantes daquela que, justamente, se assume como organização revolucionária da juventude (ver páginas seguintes). Aí, lembrou a «bonita marca de 40 anos», que a JCP cumpriria no dia seguinte, e saudou as sucessivas gerações de jovens comunistas que ao longo de quase um século de história do PCP «ajudaram a erguer esta força que foi capaz de resistir a todas as provações, mas principalmente foi capaz de crescer e avançar». E, aludindo ao lema das comemorações, acrescentou que tal foi feito sempre «com a força da juventude».

Estas comemorações surgem relacionadas com a luta pelos direitos da juventude, pelo que Jerónimo de Sousa recordou que muitos desses direitos, universalmente consagrados como «básicos», foram conquistados pela primeira vez com a Revolução de Outubro, cujo 102.º aniversário se assinalara na antevéspera: «o direito à educação para todos é uma conquista universal da Revolução de Outubro. Bem como o direito à produção e fruição cultural, ao desporto, o direito ao trabalho com direitos, a férias pagas, à jornada máxima de oito horas, o direito à protecção da maternidade ou os direitos das crianças a crescerem felizes.»

Após realçar a actualidade de um projecto que se propõe acabar com a exploração e a opressão, o dirigente comunista alertou para o facto de o capital, «envolvido nas suas contradições insanáveis, numa crise estrutural de que não se consegue livrar», não poder admitir que apareçam e se afirmem «outros caminhos e outras alternativas». Daí os currículos escolares, os filmes e as séries, as resoluções do Parlamento Europeu, o silenciamento e perseguição da intervenção dos comunistas, e darem a versão da História que mais serve aos «vencedores temporários»…

Contudo, garantiu Jerónimo de Sousa, os comunistas portugueses teimam em prosseguir a luta pela construção desse «mundo novo, de prosperidade para todos, de esperança e felicidade».

Alargar, unir, organizar

Referindo-se especificamente à realidade nacional, o Secretário-geral do Partido garantiu que o capital, nas eleições legislativas de 6 de Outubro, «não logrou atingir dois dos seus principais objectivos», a maioria absoluta do PS e a redução do PCP a um «papel insignificante, irrelevante, na vida política portuguesa». Porém, é certo que as circunstâncias se alteraram face à anterior legislatura.

Da parte dos comunistas, realçou Jerónimo de Sousa, prossegue a avaliação colectiva sobre o novo quadro político saído das eleições e o cumprimento imediato dos compromissos assumidos com os trabalhadores, o povo e a juventude, através de propostas que, uma vez aprovadas, resolveriam muitos dos mais sérios problemas do País. Após lembrar que «os sucessos não nos descansam e as dificuldades não nos desanimam», o Secretário-geral realçou que esses compromissos «exigem que, ao invés de nos voltarmos para dentro a carpir mágoas, como alguns gostariam, nos dirijamos para fora».

Dirigindo-se aos jovens comunistas, o Secretário-geral do Partido apelou a que «façamos crescer a nossa organização, recrutemos mais jovens para a JCP e, com audácia, lhes atribuamos mais responsabilidades nas escolas do Ensino Secundário, do Ensino Superior, nos locais de trabalho». E, também, a que «alarguemos o nosso trabalho e intervenção em unidade com tantos outros jovens que sentem os mesmos problemas que cada um de vós sente, no movimento estudantil, no movimento sindical, nas associações juvenis e colectividades».

São estes jovens que é necessário ganhar «para essa verdade universal de que a resolução desses problemas, a ruptura com a política de direita que lhe está na origem, a alternativa patriótica e de esquerda que lhes responderá está nas mãos de cada um, com a sua iniciativa e sobretudo com a sua luta», sublinhou ainda o dirigente comunista. É, pois, esse reforço da luta, da unidade e da organização do Partido e da JCP (a que nos referimos no início) que «abrirá as portas da alternativa» e, mais cedo que tarde, «nos trará a democracia avançada com os valores de Abril no futuro de Portugal e nos conduzirá a um futuro socialista, ao comunismo».