- Nº 2398 (2019/11/14)

Autonomia, SATA e Orçamento para 2020 geram apreensão nos comunistas açorianos

PCP

AÇORES O PCP defende o reforço da autonomia em vez do centralismo, o saneamento da empresa de transporte aéreo e um orçamento que responda efectivamente aos problemas do arquipélago.

lusa


Foram estas as conclusões da reunião da Direcção da Organização Regional dos Açores do PCP (DORAA), ocorrida no sábado, 9. Em nota enviada à comunicação social, o Partido começa por criticar fortemente a intenção do PS e do Governo de criar «aquilo a que chamam de "Conselho de Concertação para as Regiões Autónomas"», «organismo não eleito e com duvidosa legitimidade democrática», usurpador «das competências autonómicas».

A concretizar-se, tal intenção «traduz uma uma visão centralista» e «mais uma tentativa de iludir problemas reais e graves que se colocam ao nível do financiamento de projectos de interesse comum e nas áreas da segurança, da justiça, da fiscalização das áreas marítimas».

Relativamente à SATA, os comunistas açorianos sublinham que a sua importância estratégica para o arquipélago desaconselha a que as questões envolvendo a empresa se tornem «um dos principais factores de estrangulamento das actividades económicas regionais». Por isso, considerando que é «condição imperativa para o desenvolvimento regional a existência de ligações directas entre as diversas ilhas e o continente, com frequência adequada e suficiente», e que «já há muito tempo o futuro do Grupo SATA está posto em causa pela gestão danosa dos sucessivos governos regionais», a DORAA reiterou a rejeição à privatização e desmantelamento da companhia aérea e realçou a necessidade do seu «saneamento financeiro» e da «implementação de um projecto integrado e sustentável de transportes regional».

Já quanto ao Plano e Orçamento da Região Autónoma dos Açores para 2020, o PCP lamenta que este continuar a «não dar resposta aos grandes problemas», uma vez que no «lugar de acções concretas e projectos claramente definidos, existe uma enumeração de boas intenções».

«São vários os projectos que se arrastam anos a fio nas páginas dos planos, sem que consigam ver finalmente a luz do dia», acrescenta-se, antes de se realçar que entre os primeiros objectivos do pressuposto devia ser a defesa e desenvolvimento do sector produtivo autóctone, a promoção do trabalho com direitos e da coesão social e territorial. Nesse sentido, garante-se que na discussão do orçamento, o PCP irá bater-se, entre outras matérias, pelo aumento do Acréscimo Regional ao Salário Mínimo Nacional de 5 para 7,5 por cento e do Complemento Regional de Pensão e do Abono de Família; pela eliminação das taxas moderadoras na saúde e a redução da taxa mais alta do IVA; pela garantia de universalidade e gratuitidade no acesso a creches a todas as crianças até aos 3 anos e pelo aumento da comparticipação diária de deslocação de doentes; pelo alargamento do IVA social e isenções a bens de índole cultural, e a viabilização e modernização de empresas como a SATA e a Santa Catarina.