Tentativa de desmobilização não surte efeito na Navigator

GREVE A Fi­e­qui­metal acusa a ad­mi­nis­tração da Na­vi­gator de usar «meias ver­dades» para tentar des­mo­bi­lizar a pa­ra­li­sação de quatro dias con­vo­cada em todas as uni­dades do grupo.

A adesão à greve é muito forte e sig­ni­fi­ca­tiva

A atestar que «a men­tira tem perna curta» e a «luta tem longo al­cance», como re­feriu em co­mu­ni­cado di­vul­gado an­te­ontem a Fe­de­ração In­ter­sin­dical das In­dús­trias Me­ta­lúr­gicas, Quí­micas, Elé­tricas, Far­ma­cêu­tica, Ce­lu­lose, Papel, Grá­fica, Im­prensa, Energia e Minas (Fi­e­qui­metal), na fá­brica de Vila Velha de Ródão a adesão à greve nos pri­meiros turnos do pri­meiro dia (ontem, 13) «é muito forte e sig­ni­fi­ca­tiva, es­tando pa­rada toda a pro­dução», in­formou a União de Sin­di­catos de Cas­telo Branco, USCB/​CGTP-IN.

A USCB su­blinha, ainda, que tal facto é tanto mais sig­ni­fi­ca­tivo quanto «se trata da pri­meira greve nesta em­presa e muitos dos seus tra­ba­lha­dores estão a fazer a sua pri­meira greve».

Ora, em res­posta a um co­mu­ni­cado pa­tronal, am­pla­mente di­vul­gado entre os tra­ba­lha­dores com o in­tuito de os fazer re­cuar na pa­ra­li­sação con­vo­cada dos dias 13 a 16, in­to­xicar a opi­nião pú­blica e bran­quear a falta de von­tade em ne­go­ciar (de resto cons­ta­tável nos úl­timos seis meses), a Fi­e­qui­metal acusa a Na­vi­gator de abordar «ma­té­rias que não estão em causa neste mo­mento» e acentua que «o que está em causa é a ne­go­ci­ação de um Re­gu­la­mento de Car­reiras abran­gente a todos os tra­ba­lha­dores e a todas as em­presas [do grupo]», vi­sando de­sig­na­da­mente «um justo en­qua­dra­mento sa­la­rial dos tra­ba­lha­dores aten­dendo às fun­ções de­sem­pe­nhadas e a re­cu­pe­ração sa­la­rial dos tra­ba­lha­dores que não pro­gre­diram ao longo de mais de 5 anos».

Meias ver­dades

No texto, a fe­de­ração sin­dical re­futa um por um os pontos in­vo­cados pela em­presa, de­sig­na­da­mente a con­tra­tação de tra­ba­lha­dores, con­ta­bi­li­zando subs­ti­tui­ções por re­forma ou ou­tros mo­tivos, aqueles que foram para a nova uni­dade em Cacia ou os que viram re­gu­la­ri­zado o seu vín­culo; a re­dução do ho­rário de tra­balho, ocul­tando que se tratou de uma con­quista da luta e, so­bre­tudo, uma uni­for­mi­zação dos ho­rá­rios no uni­verso das em­presas; ou a ga­rantia do Fundo de Pen­sões, es­ca­mo­te­ando, uma vez mais, que tal su­cedeu «por pressão dos tra­ba­lha­dores» e que dis­cri­mina os fun­ci­o­ná­rios menos an­tigos des­con­tando uma per­cen­tagem muito menor.

A Fi­e­qui­metal também con­testa a be­ne­vo­lência da atri­buição de se­guro de saúde e de pré­mios de pro­du­ti­vi­dade nos úl­timos anos, no­tando que também nestes as­pectos se ve­ri­fi­caram dis­cri­mi­na­ções gri­tantes; a ale­gada ac­tu­a­li­zação sa­la­rial sig­ni­fi­ca­tiva, re­al­çando que na úl­tima dé­cada esta foi entre 0,7 e 1,2 por cento, e as pro­gres­sões, fri­sando, por fim, que «muitos tra­ba­lha­dores pro­gre­diram re­cen­te­mente, mas não foram pro­mo­vidos à ca­te­goria de­vida».

Re­corde-se que em co­mu­ni­cado da­tado de dia 6, a Fi­e­qui­metal in­formou que «a greve vai abranger todos os tra­ba­lha­dores dos com­plexos fa­bris do grupo, em Aveiro, em Vila Velha de Ródão, na Fi­gueira da Foz e em Se­túbal», e ad­mite que «os tra­ba­lha­dores também re­cusem todo o tipo de tra­balho su­ple­mentar em qual­quer mo­mento, seja antes, du­rante ou de­pois da­queles quatro dias de pa­ra­li­sação», forma de luta adi­ci­onal que «é feita ao abrigo do pré-aviso emi­tido opor­tu­na­mente».




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