Protesto em Setúbal denuncia negócio com a doença

SAÚDE Hoje, 5 de De­zembro, utentes e sin­di­catos vão pro­testar, às 16h30, contra o pa­ga­mento do es­ta­ci­o­na­mento no Hos­pital de Se­túbal. Au­mentam os re­latos de si­tu­a­ções caó­ticas nos ser­viços de ur­gência.

Mais des­pesa para quem está do­ente

A acção desta quinta-feira de­cor­rerá junto ao hos­pital pú­blico de Se­túbal, cujo fi­nan­ci­a­mento é as­se­gu­rado por todos em sede de im­postos. «A dupla e tripla ta­xação por via do pa­ga­mento do es­ta­ci­o­na­mento é uma afronta a tra­ba­lha­dores, utentes e ao ser­viço pú­blico», con­si­dera a União dos Sin­di­catos de Se­túbal/​CGTP-IN (USS), que con­testa o «ne­gócio com a do­ença», bem como «o des­res­peito pelo livre acesso a uma ins­ti­tuição pú­blica». «O pa­ga­mento é dis­cri­mi­na­tório pois al­guns pro­fis­si­o­nais, poucos, ficam isentos e ou­tros não», de­nuncia a USS.

No 25 de No­vembro, utentes e tra­ba­lha­dores do Hos­pital do Bar­reiro pro­mo­veram uma acção se­me­lhante, in­ti­tu­lada «Não ao pa­ga­mento do es­ta­ci­o­na­mento».

A USS acon­selha os le­sados a di­ri­girem-se ao Ga­bi­nete do Utente e a pre­en­cher uma re­cla­mação.

Go­verno au­to­ri­tário
Pe­rante o en­cer­ra­mento das ur­gên­cias de pe­di­a­tria do Hos­pital Garcia de Orta (HGO), du­rante o pe­ríodo noc­turno, o Mi­nis­tério da Saúde está a obrigar os mé­dicos de fa­mília (MF) a re­a­lizar horas ex­tra­or­di­ná­rias, alerta o Sin­di­cato dos Mé­dicos da Zona Sul (SMZS). «A in­ca­pa­ci­dade ges­ti­o­nária da si­tu­ação levou a que a al­ter­na­tiva passe por impor o pro­lon­ga­mento do fun­ci­o­na­mento dos cen­tros de saúde do Agru­pa­mento de Cen­tros de Saúde (ACES) Al­mada-Seixal, à custa de tra­balho ex­tra­or­di­nário, du­rante a se­mana e aos fins-de-se­mana, por parte dos MF, já so­bre­car­re­gados com os cui­dados a uma po­pu­lação al­ta­mente ca­ren­ciada», cri­tica o SMZS, lem­brando que a «im­po­sição será por tempo in­de­ter­mi­nado» e, também, «para dar res­posta à época de con­tin­gência do frio».

«A so­lução ar­ran­jada não só mantém o en­cer­ra­mento das ur­gên­cias pe­diá­tricas do HGO como di­minui o acesso à po­pu­lação aos cui­dados de saúde pri­má­rios, já por si de­fi­ci­tá­rios nesta re­gião, uma das mais ca­ren­ci­adas em termos de MF», re­fere o Sin­di­cato, con­de­nando esta «ati­tude au­to­ri­tária» por parte do Mi­nis­tério da Saúde.

De­sin­ves­ti­mento nas ur­gên­cias
Num outro do­cu­mento, o SMZS dá conta de si­tu­a­ções de «com­pleto de­sin­ves­ti­mento» nos ser­viços de ur­gência (SU), com equipas a tra­ba­lhar sem o nú­mero mí­nimo de ele­mentos re­co­men­dado pela Ordem dos Mé­dicos, co­lo­cando em causa a se­gu­rança dos pro­fis­si­o­nais e utentes, assim como os cui­dados de saúde que lhes são pres­tados».

Os mais re­centes casos re­portam-se ao SU Ci­rúr­gica do Centro Hos­pi­talar de Se­túbal (CHS), onde o Con­selho de Ad­mi­nis­tração (CA) se propôs re­solver a si­tu­ação, obri­gando os mé­dicos a tra­balho ex­tra­or­di­nário para além do li­mite legal, e ao Centro Hos­pi­talar Uni­ver­si­tário de Lisboa Norte (CHULN), com o CA, face ao des­falque de ele­mentos para compor as equipas de ur­gência, a «juntar» equipas, so­bre­car­re­gando os mé­dicos com mais horas de ur­gência, em de­tri­mento de toda a outra ac­ti­vi­dade as­sis­ten­cial, como o acom­pa­nha­mento de do­entes em in­ter­na­mento, as con­sultas e a re­a­li­zação de exames com­ple­men­tares.

«É no­tório que os CA do CHS e do CHULN não res­peitam os tra­ba­lha­dores mé­dicos, im­pondo so­lu­ções ile­gais e le­sivas do in­te­resse dos mé­dicos e da po­pu­lação», acusa o Sin­di­cato.

 



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