- Nº 2402 (2019/12/12)

Evo Morales defende unidade da Bolívia

Internacional

UNIDADE O Movimento para o Socialismo, na Bolívia, está a debater, em reuniões alargadas, uma estratégia unitária para as eleições presidenciais de 2020. Evo Morales foi escolhido para chefe da campanha.

Reunido na cidade de Cochabamba, no centro da Bolívia, no sábado, 7, o conselho alargado extraordinário do Movimento para o Socialismo (MAS) defendeu a unidade de todos os sectores sociais e políticos e indicou Evo Morales como chefe da campanha para as próximas eleições presidenciais.

Morales seguiu o encontro através das redes sociais, agradeceu a confiança pela nomeação à frente da estratégia eleitoral e recomendou a escolha de «um candidato unitário» para ganhar as eleições na primeira volta.

A reunião do MAS realizou-se no Coliseu La Coronilla, repleto de membros de 20 organizações, entre direcções departamentais, autoridades indígenas e outras estruturas do movimento.

Foi decidido exigir à Assembleia Plurinacional da Bolívia a instauração de um processo para apuramento de responsabilidades, contra Jeanine Áñez, que se fez proclamar presidente interina depois do golpe de Estado de 10 de Novembro, bem como a formação de uma Comissão de Direitos Humanos que se encarregue de acompanhar os casos de dirigentes do MAS perseguidos e detidos pelas autoridades de facto, após o afastamento de Morales por pressões dos golpistas.

De igual modo, foi considerada a necessidade de exigir ao parlamento celeridade no processo de designação das autoridades que integrarão os tribunais eleitorais de modo a garantir a democraticidade do processo eleitoral que se avizinha, embora ainda não haja data para as eleições.

Aprovou-se ainda a ideia de um pacto de unidade através do qual a Central Operária Boliviana e outras entidades nacionais se mobilizem para a realização de reuniões amplas regionais do MAS em conjunto com organizações sociais.

As conclusões saídas do encontro em Cochabamba apontaram para dar continuidade à revisão dos tópicos incluídos na Agenda Patriótica 2025, assim como para trabalhar em conjunto com outros sectores visando a criação de condições para garantir o processo eleitoral. O MAS deliberou realizar um próximo encontro alargado em El Alto.

Mais do que procurar candidatos eleitorais, priorizou-se a unidade face à actuação do governo golpista instalado em La Paz pela oligarquia boliviana com o apoio de Washington e seus aliados.

Em todo o caso, entre as propostas apresentadas no decorrer da reunião, ouviram-se os nomes do líder camponês do Trópico de Cochabamba, Andrónico Rodríguez, e do ex-ministro da Economia, Luis Ace, como possíveis candidatos do MAS, para presidente e vice-presidente, respectivamente, nas eleições previstas para 2020.

Depois da renúncia forçada de Evo Morales e no contexto da repressão golpista, morreram mais de 30 pessoas, ficaram feridas centenas, mais de mil foram detidas e registaram-se numerosos danos materiais.