- Nº 2405 (2020/01/3)

2020 – INTERVIR, LUTAR, AVANÇAR

Editorial

O Ano Novo de 2020 inicia-se marcado pelos mesmos dois importantes traços com que 2019 chegou ao fim: um quadro que evidencia graves problemas estruturais, que estão na raiz dos significativos atrasos no desenvolvimento do País e que são inseparáveis de décadas de política de direita, prosseguida por PS, PSD e CDS e a intervenção do PCP, associada à luta dos trabalhadores e do povo, que se revela o elemento decisivo na resistência a essa política e a determinar avanços.

Iniciamos o ano de 2020 num quadro em que os avanços alcançados, no entanto, não iludem as limitações e constrangimentos que não foi possível afastar na última legislatura e que continuam a limitar e impedir a resposta plena aos problemas do País, tolhem o seu desenvolvimento e mantêm a exploração, as desigualdades e injustiças. Ao mesmo tempo, assiste-se a acções que visam o branqueamento das responsabilidades do PSD e CDS pela situação nacional e à promoção de forças e concepções reaccionárias e de extrema-direita.

 

O novo ano inicia-se assim sob o signo da contradição entre as opções do Governo do PS (visíveis, por exemplo na sua proposta de OE para 2020) que limitam, e em diversos planos impedem, a resposta a questões centrais indispensáveis para assegurar o desenvolvimento económico e social do País e a intervenção decisiva do PCP bem como a luta dos trabalhadores e do povo.

Neste quadro, o PCP avança para o Novo Ano colocando como elemento central do seu posicionamento e objectivos a ruptura com a política de direita, a afirmação da política alternativa patriótica e de esquerda e da alternativa política que a concretize e, em simultâneo, em articulação com a luta de massas e alargando a unidade e convergência com democratas e patriotas, intervém para alcançar tudo o que seja positivo e necessário para corresponder aos interesses dos trabalhadores e do povo.

O PCP travará a batalha do OE para 2020, apreciando os seus conteúdos concretos e o quadro político e social mais geral em que o mesmo será discutido e os seus desenvolvimentos e definindo o seu sentido de voto e votando, como sempre, de acordo com o seu indeclinável compromisso com os trabalhadores e com o povo.

No mesmo sentido, o PCP prosseguirá e intensificará a sua intervenção, no plano institucional propondo, intervindo e lutando pela aprovação de um incontável número de medidas positivas previstas em iniciativas legislativas por si apresentadas na Assembleia da República, no Parlamento Europeu, nas Assembleias Legislativas Regionais da Madeira e dos Açores e nas Autarquias Locais e que, se aprovadas, representarão significativos avanços nas condições de vida dos trabalhadores e do povo e na vida do País.

 

Não dissociando nunca a sua intervenção institucional do plano da sua acção política mais geral e da dinamização da luta de massas, o PCP valoriza as lutas que se travam neste período e todas as que já foram anunciadas para início de 2020, nomeadamente a manifestação dos trabalhadores da Administração Pública marcada pela Frente Comum de Sindicatos da AP para 31 de Janeiro em Lisboa.

Regista também pela sua importância a manifestação nacional de mulheres decidida pelo MDM para 8 de Março em Lisboa e, no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Juventude, a Manifestação Nacional de Jovens Trabalhadores decidida pela CGTP-IN para o dia 26 de Março em Lisboa.

Destaca ainda as comemorações do 46.º aniversário do 25 de Abril, a preparação da jornada do 1.º de Maio, a luta das populações pelos seus direitos, particularmente em defesa dos serviços públicos, a luta da juventude, a luta dos agricultores e dos micro, pequenos e médios empresários, a luta em defesa da cultura.

Por outro lado, o PCP vai prosseguir o seu reforço finalizando a acção dos 5 mil contactos com trabalhadores, preparando o seu XXI Congresso, a realizar a 27, 28 e 29 de Novembro, reunião máxima do Partido que mobilizará o grande colectivo partidário e preparando igualmente a 44.ª Festa do Avante!, a realizar nos dias 4, 5 e 6 de Setembro, promovendo, como já está a acontecer, a venda antecipada da EP.

No meio de toda esta acção, está ainda a comemoração do 99.º aniversário do PCP e a preparação do seu centenário.

Intervir, lutar, avançar é a consigna que preside a acção do PCP no quadro exigente que temos pela frente.

Lutar e intervir para avançar pela alternativa patriótica e de esquerda que abra caminho não só às soluções para os problemas mais imediatos e urgentes mas também para os problemas mais estruturais que reclamam uma política diferente.

 

Como tantas vezes o PCP tem afirmado, são precisas outras opções políticas que respondam aos problemas dos trabalhadores, do povo e do País. É por elas que o Partido se baterá com determinação, confiança e esperança no futuro. Com a certeza de que a sua acção é imprescindível para que 2020 seja efectivamente um Ano Novo e Melhor.